03 fevereiro 2007

Variações sobre o meu nome

Prendas não é um nome vulgar. Isto aprendi desde cedo quando ainda sem saber ler ou escrever recitava de forma exemplar o meu nome todo, a quem tivesse pachorra para me ouvir. Regra geral do outro lado ouvia a surpresa: “Prendas?”. A surpresa dos outros era também a minha, pois para mim era um nome normal, já que com ele convivia desde o nascimento. Na primária aprendi-o a desenhar com letras redondinhas e a sentir a mesma surpresa por parte de professora e colegas. As piadas de fraco nível começaram então a surgir. “Prendas? És o Pai Natal?” ou “Prendas? Dá-me uma prenda!” e mais uma série de variações de humor rasca bem típico do português que aspira um dia escrever quadros de revista. Regra geral, o nosso humor é muito básico…
No secundário o Prendas ganhou outra dimensão. De uma primeira fase em que era Jorginho, reflexo do metro e meio que insistia em não crescer, até ao Prendas, resultado da metamorfose que em certo ano se deu com crescimento de mais de 20 cm, foi um salto. Prendas passou a ser imagem de marca. Não há mais nenhum, se exceptuar o meu progenitor, a irmã, os meus descendentes, uns 2 ou 3 primos afastados e um Jorge Prendas, investigador costa-riquenho, com quem já troquei mails, fruto de mails trocados que nos vieram ter ao computador. Há gente que me conhece apenas por Prendas e houve até casos de relacionamentos mais próximos, íntimos diria, onde o Jorge nunca esteve presente.
O facto de não ser um nome vulgar leva também a que muita gente não o entenda de forma correcta e por isso faça depois fantasias sobre o mesmo. Dito isto, conto-vos que já fui chamado de Rendas, Ofertas, Presentes, Festas, Natal, Pedras e até o mais distante de todos, Alegria. É engraçado constatar as ligações que se dão na cabecinha das pessoas.
Esta semana fui novamente rebaptizado. Desta vez e como podem ver, passei a Perendas, que não deixa de ser uma variante curiosa, uma lufada de ar fresco no nome deste vosso amigo. Tudo se passou numa escola onde trabalho e não resisti a trazer este bilhetinho que anexava umas cópias dirigidas a mim, ao Perendas.

Cá está o bilhete. Bonito também o Profª. Ainda assim prefiro assumir outro sexo do que ler o erro clássico do Profº ou Sr.º (quem ensina esta gente que não é professoro, nem senhoro?). A partir de agora, por favor, Perendas, Jorge Perendas.

7 comentários:

São Rosas disse...

Para manter o nível rasca, uma mulher a quem tu... ofertes algo... sei lá... diz-se que é uma mulher prendada?

São Rosas disse...

Já experimentaste chamar a polícia?
«Não me Prendas!»

São Rosas disse...

Para te animar :-) já viste a primeira imagem que aparece quando se pesquisa "prendas" nas imagens do Google?

Joca disse...

Querida São:

No mesmo nível, toda a mulher a quem ofereço algo de pessoal, diz com satisfação: "que rapaz tão prendado!"

Quanto à polícia, já tive um caso insólito que um dia aqui contarei, em que o "não me prendas" não foi de forma alguma suficiente. Naquele momento só mesmo o grito "não me batas"...

Adorei a primeira prenda da pesquisa do Google! Dessas não me dão a mim...

bjs

the gifts

São Rosas disse...

Mas em contrapartida há quem te ofereça prendas de leitão e tofu... mas não abres o pacote (esta foi mesmo foleira, mas... eu sou assim, eu nasci assim, eu fui sempre assim, funda Sããããão)

São Rosas disse...

Ah, também se diz quando os bebés estão com a fralda mais pesada:
- Tens Prendas...

eheheheheheh

Anónimo disse...

Muito bom o comentário...o percurso que o coitado do papel já percorreu....por fim descansa em paz neste blog..axo que lhe foi dado um merecido descanso....
Adorei o pormenor de Profª...lol...
Acho que tamanho homicídio à gramática deve ser punido..
Acreditem ou não..é muito melhor ao vivo...

bjx..Ana