Estas férias reflecti profundamente sobre assuntos que deveriam preocupar-nos a todos, mas que, sem qualquer justificação, passam ao lado da sociedade. Alguns exemplos? Ora aqui vão: como tipificar um grunho? Será o caga-tacos lusitano uma subespécie portuguesa? Porque é que os espanhóis não tem colheres de café? Qual a forma mais eficaz de exterminar melgas? Estará o bidé a cair em desuso?
Estas perguntas são apenas uma ínfima quantidade de questões que me assaltaram durante os momentos de descanso. Nesta catadupa de dúvidas, houve logo uma resposta que consegui: a observação é a mais inspiradora das ferramentas. E foi essa a minha principal tarefa de férias: observar. Observar portugueses, estrangeiros, gordos, magros, brancos, pretos, bichos, carros, comidas. Observei com carácter científico. Com a minúcia dos grandes investigadores. Com a perspicácia dos maiores detectives. E tudo à borla! Observar além de espevitar a criatividade, é completamente gratuito. Que outras formas de inspiração são assim tão acessíveis? Nenhuma! Almoçaradas, bebidas, mulheres, coca... está tudo pela hora da morte! Observar, não! Completamente grátis!
Por isso contem para os próximos tempos com algumas crónicas de época, resultado das minhas pesquisas. É claro que a obra musical das Vozes também vai ser influenciada por este meu olhar atento. Para já preparo um novo tema de título “nunca mais como farturas no teu pavilhão”. Não há nada como o mês de Agosto!