28 outubro 2008

A Caminho de Inglaterra!


As Vozes da Rádio, vão participar nos próximos dias 30 e 31 de Outubro, em representação de Portugal, no festival Outthere, em Great Yarmouth, Inglaterra. Neste festival, estarão representados artistas do Reino Unido, França, Portugal, Cuba, Finlândia, Zimbabwe, Islândia, Espanha e Brasil.

As nossas Vozes levam na bagagem, entre outros temas, dois especiais: uma versão do fado “Não venhas tarde" que será cantado em conjunto com um coro inglês e "Rouca vai a campainha", tema original do grupo dedicado ao carro eléctrico e que será interpretado com 8 solistas da Royal Philarmonic Orchestra de Londres. “Rouca vai a campainha” está incluído no CD do grupo Vozes da Rádio “Mais perto”, editado em homenagem ao Museu dos Transportes e Comunicações.

Para além da música, as Vozes levam também imagens e projecções vídeo do Porto e Portugal, das décadas de 50 e 60.

O convite partiu da SeaChange Arts, uma organização de dinamização cultural britânica, promotora deste festival, cujo evento principal terá lugar no Hippodrome, o único teatro vitoriano construído originalmente para o circo, e onde Charlie Chaplin actuou antes de ser mundialmente conhecido.

19 outubro 2008

Próxima paragem

Depois de na sexta-feira termos cantado em mais um jantar de boa digestão para um público internacional (tão internacional que não consigo escrever aqui todas as nacionalidades dos presentes), seguimos já para a semana para a Inglaterra.
Até hoje ainda não revelamos nada do que lá vamos fazer, acima de tudo porque nem nós tínhamos muitas certezas. Chegados ao dia de hoje tudo está mais claro e posso dizer que na quinta-feira, dia 30, estaremos em Great Yarmouth para cantar no Four Corners in a Round, um espectáculo multi-artístico com músicos, cineastas, pintores e escultores. Tudo dirigido pelo nosso amigo Tim Steiner, com quem eu tenho já trabalhado em alguns projectos. "The event includes Portuguese vocal legends Vozes da Radio..." é como está na brochura do Out There Festival, nome de todo o festival que decorre na cidade do nordeste inglês. No dia 31, sexta-feira, as mesma legends estarão no "The Melting Pot Cabaret Sessions" onde mais uma vez levaremos o melhor da cultura portuguesa de cabaret.
Em relação ao evento do dia 30, que será no Hippodrome, o único teatro de circo construído para o efeito na Europa (e isto é o que ele dizem), um fantástico edifício vitoriano para mil pessoas, o que vamos apresentar é completamente outstanding (uso de propósito o anglicismo). Vamos actuar com um coro de cem vozes inglesas e com um ensemble instrumental de músicos da Royal Philarmonic. Com as vozes inglesas cantaremos um fado! Qual? Pois será coisa para ir vendo por aqui. Quanto à música a fazer com o ensemble da R.P.O., já hoje posso dizer qual é. É o "Rouca vai a campaínha", cançoneta que fizemos para a inauguração do Museu dos Transportes e das Comunicações, e que será lá apresentada em versão de pequena orquestra. Por isso já no próximo sábado estarei em ensaios em Londres com os ditos músicos. A escolha deste tema foi condicionada por uma série de factores: primeiro é uma grande canção, como aliás qualquer uma das nossas, depois é claramente latina, a seguir, porque o eléctrico do Porto foi construído por ingleses.
Para ainda abrilhantar mais esta performance do "Rouca vai a campaínha", o Museu do Carro Eléctrico vai ceder-nos uma série de fotos fantásticas, a preto e branco, do amarelo em viagens pela nossa cidade, na década de 40 e 50. Essas imagens serão projectadas em todo o Hippodrome.
Boas notícias, não?
Bom domingo.

16 outubro 2008

Dia mundial da alimentação

Basta olhar para as nossas silhuetas para facilmente concluírem que somos pessoas muito preocupadas com o que comemos. Dietas rigorosas, alimentação cuidada e rica em legumes, horários certos de refeições, são apenas algumas das preocupações diárias.
Uma constante dor de cabeça quando saímos é não termos a certeza do que vamos encontrar, gastronomicamente falando. São alterações radicais nos nossos hábitos que muitas vezes levam a desarranjos.
Felizmente cada vez mais existe no país (e não só) locais onde podemos manter a mesma qualidade e o mesmo equilíbrio alimentar. Eu posso testemunhar que em Great Yarmouth, no restaurante Crown, há francesinhas de excelente paladar, com um molho delicioso. Além disso podemos acompanhar a refeição com os melhores Douros, Dãos, Alentejos. É como comer em casa.
Por isso, e a poucos dias de partirmos para G.Y., deixo aqui uma palavra de esperança aos meus colegas cantores: não temais! há sítios para apanharmos uma barrigada de francesinhas, moelas e até tripas à nossa moda! Viva a globalização!Caldas da Raínha. Restaurante Copacabana. Também por aqui já passou a globalização. Curiosamente nunca comemos francesinhas nas Caldas, mas lembro-me de um restaurante tailandês por aquelas paragens que tinha aquela sopa picante que eu tanto gosto. Mais uma vez, chamo a atenção para a nossa (minha, neste caso) preocupação com uma alimentação equilibrada. Sopa é sinónimo de legumes.

14 outubro 2008

...e o tarado sou eu!

Já aqui mantive um aceso debate sobre o escutismo. Na altura a Media Markt publicitava as suas máquinas de lavar roupa colocando um escuteiro em defecação no tambor da dita máquina. O corpo nacional de escutas indignou-se e eu lá tive que comentar a indignação e a defecação. A indignação não terminou (ao contrário da defecação) e passou depois para os comentários do esgalhanço. Fiquei a saber, pela escrita de leitores, que o escutismo é uma escola de vida.
Pois bem, o meu querido amigo João Silva, às voltas com o doutoramento em Newcastle, enviou-me a prova dessa tal escola de vida. Aliás, o João tem-me mandado material suficiente para escrever 20 esgalhanços por dia. É genial o que se passa no mundo e não damos conta. Obrigado João.
Ora, para quem não domina totalmente a lingua do príncipe com orelhas de burro, o que aqui se mostra são dois jovens, que nem púberes são, na cruzada pelo rastreio do cancro da mama. No alto dos seus doze anos, estes dois meninos que mais parecem da polícia montada do Canadá, são especialistas na apalpação mamária e andam envolvidos numa campanha, explicando e incentivando mulheres ao rastreio.
Devo dizer que a acção em si é mui nobre, útil e merece todo o meu apoio e respeito. Infelizmente já não irei a tempo para entrar num exército destes, espalhando de forma táctil todo o meu saber e a minha dedicação. Fica agora, com quarenta anos, o meu lamento pelo facto dos meus pais não me terem proporcionado esta experiência de vida, feita de vales e montes. Até porque, e segundo a minha santa mãe, ainda eu nos meus dois anos e já a visão de qualquer decote provocava em mim um frenesim enorme e um entusiasmo incontrolável. De tal maneira que repetia excitadíssimo: bolas, bolas, bolas...


12-Year-Old Boy Scouts Volunteer To Give Women Breast Exams

12 outubro 2008

Trinta anos

Na quinta-feira passada cumpriram-se trinta anos da morte do Jacques Brel. O que me choca não é a morte do músico, até porque trinta anos passados já está morto e bem morto, mas o facto de me recordar perfeitamente do dia em que morreu. Isso é, para mim, o sinal mais evidente de que já ando por cá há bastante tempo.
Fui ver ao Tubo os vídeos disponíveis e não resisti em ficar algum tempo à volta das canções do Brel, de onde saltei para tantos outros cantores da chanson française, que infelizmente desapareceu por completo. Por falar nisso a Juliete Grecco vem à Casa da Música, no alto dos seus 80 anos, provavelmente com uma equipa completa de serviços de urgência, desfibrilhador incluído.
Talvez por esta semana ter falado com o nosso video-man Carlos, acabado de chegar de Paris, senti a nostalgia natural de quem já passou por Paris. Como já alguém disse, se Deus criou o Rio de Janeiro e as mulheres, o homem criou Paris e as parisienses.
Assim se justifica o vídeo que aqui deixo hoje. Porque já ouvia isto há mais de trinta anos e porque hoje seria um excelente dia para tomar o pequeno-almoço em Montmartre, não fosse a crise.
Bom domingo.

10 outubro 2008

Costuletas há salsicheiro

Tenho um fascínio especial pelos erros de escrita com que habitualmente choco. Os mais bonitos são, sem dúvida, os das ementas.
Esta semana, na mesma casa de pasto, ali para Matosinhos, consegui ler costuletas há salsicheiro, batatas cuzidas e panados rechiados. Infelizmente não consegui tirar a fotografia desejada, porque a ementa não fica a jeito da máquina... ou melhor, ao tirar a foto poderia arriscar-me a ficar para sempre impossibilitado de ver coisas tão lindas como estas.
Mas voltando às ementas e à restauração em geral, nunca me esquecerei da placa de Lavavos num restaurante que frequentei várias vezes na beira alta. Ou a lousa gigantesca que vi há umas semanas atrás no exterior de um restaurante: Rozões. Tive que ler várias vezes e com sotaque, para perceber que o prato do dia era Rojões à Moda do Minho. Desta, tenho foto... não posso é colocá-la hoje aqui porque... não vos interessa... arrumações em curso aqui pelo escritório...
As sobremesas são no entanto o toque de Midas dos desvios ortográficos. A culpa é dos nomes estrageirados de algumas das nossas iguarias. Quem já não viu uma Babaruase? ou uma maravilha, que uma vez comemos nos arredores de Lisboa, de nome Pavarote? Depois, há tantos grafismos para a mousse que já nem a Academia de Letras deve saber qual a forma mais correcta de escrever o nome deste doce. Por escrever doce... doçe também é um clássico já como qualquer palavra em que o cê preceda um e ou um i. Até na televisão do serviço público se pode ler legendas como Françês.
Os exemplos são inesgotáveis. Tenho tirado algumas boas fotos, que fazem já uma bela colecção. A que deixo hoje aqui diz-me muito. Foi tirada em Serralves, naquela maratona do último fim-de-semana de Junho, e nem o ar culturalmente saudável da Fundação escondeu a Percursão. Este erro, que também já vi em capas de discos (onde as percursões são tocadas por percursionistas), foi um dos mais horríveis que já vi... não nesta situação em Serralves, mas na Universidade de Aveiro, onde pela primeira vez me confrontei com a anormalidade. No departamento de Música e na porta da sala de percussão lá estava em letras gordas e vacais: Sala de Percursão! E não houve durante muito tempo, besta que chegasse ali e arrancasse o erro...