29 fevereiro 2008

S.A.W.

O tema South American Way faz parte do nosso repertório desde Maio de 1996. O Mário Alves fez o arranjo para estrearmos no concerto que fizemos no Destilaria, um bar que ficava do lado de Gaia. Nesse mesmo dia estreámos igualmente os barretes com a fruta, que foram confeccionados para o efeito. Ainda hoje (já bastante adulterados) esses barretes seguem connosco nas nossas viagens apesar de muito raramente cantarmos o tema.
Aqui, nestas imagens, podem ver a actual utilização do tema: serve sempre para fazermos som! O filmeco foi feito em Outubro, no Budha Bar, com recurso à técnica das pombinhas da Cat'rina, a máquina lá anda de mão em mão.
Vou dormir!

27 fevereiro 2008

Caramelo

O trabalho das nossas famílias reais tem sido muito. Bom, isto é o que nós esperamos!
O primeiro tema que viram, no já distante ensaio de Janeiro, foi o nosso Caramelo, uma cançoneta feita para o nosso disco ao vivo "O som maravilha dos Senhores". Neste encontro de Fevereiro nem tempo tivemos de o cantar, e em Março será apresentado à multidão de entusiastas que já asseguraram lugar na Casa da Música.
Este tema foi também cantado no Concerto Promenade do dia 30 de Dezembro, do qual já mostramos aqui a performance conjunta das Vozes com a Orquestra Clássica de Espinho. Ora aqui têm a versão desse dia, que serve igualmente para as nossas famílias incorporarem o espírito da coisa... quanto ao Capuchinho Vermelho, mantém-se a dúvida. Ninguém sabe quem o comeu.
Até amanhã!

24 fevereiro 2008

Hoje

Hoje, domingo, foi mais um dia de trabalho para as Vozes. Foi trabalho de casa. Hoje começamos a enviar às famílias as últimas partituras e as últimas indicações para o já esgotado (pelo que li por aqui... oficialmente ainda não sei) concerto do Coro de Famílias Reais.
Hoje foi também dia de reencontros. Logo pela manhã estive com o meu grande amigo João Dias, professor emigrado em Bragança e que me deu particular prazer rever, mesmo que o encontro ocasional tenha acontecido nos corredores do Norte Shopping.
Hoje também, e pelo que leio agora aqui nos jornais online, o meu Benfica voltou a jogar mal e o espanhol, também pelo que leio, voltou a provar ser burro... o que no caso de um espanhol se torna uma redundância. Por isso resta-me o corvo, já que a águia so rasteja.
Este nosso tema Hoje (o corvo) foi gravado em 1997, no álbum Mappa do Coração, apesar de já ter mais de 20 anos. Foi talvez das primeiras cançonetas que fiz (em la-la-la) e que anos mais tarde veio a ter as palavras do Mário Alves (e ainda bem que ele lá as pôs).
Por hoje está tudo.

23 fevereiro 2008

R.U.M.

Na semana passada fui entrevistado na Rádio Universitária do Minho. O Nelson Ferreira, homem de voz radiofónica e jornalista de formação, fez-me o convite para ir ao programa dele Sociedade Anónima em Dezembro. Desde aí travamos uma dura batalha para encontrar data disponível. Finalmente na última sexta r.u.m.ei a Braga e voltei a uma rádio por onde já tinha passado há muitos anos.
A conversa (mais do que entrevista) passa hoje, repete amanhã e depois fica disponível em podcast. Quem quiser saber algumas inconfidências sobre as Vozes basta saltar a www.rum.pt
Para terminar esta pequena nota gostava de dizer que a R.U.M. é uma das rádios que mais ouço, quando me apetece ouvir música. Sem o jugo das playlists, nem a idiotice das audiometrias, esta rádio dá-nos da melhor música, ao gosto de quem a faz. Infelizmente depois de passar o Rio Douro, perde-se a rádio, perde-se o r.u.m.o (hoje estou particularmente engraçado, como já constataram).
Ah! Ontem estivemos em Guimarães no Encontro(s) de Cultura(s) e correu muito bem. Eu só lá estive graças à pronta ajuda da Dra. Príncipe nossa amiga do Coro de Famílias Reais, que me tratou como um Rei (continuam os trocadilhos idiotas... mas acordei assim...).
Bom sábado!

22 fevereiro 2008

Barcelona

Ontem e perante duas batalhas que combatia, a do trânsito e a das dores de garganta, ouvi a playlist de Vicente de Moura, o senhor Jogos Olímpicos português. Não vou comentar os gostos musicais do senhor, apenas posso dizer que teve o bom gosto de escolher o grande Tony de Matos e o “Vendaval”. E quem gosta de clássicos como este, tem bom gosto.
Como homem do movimento olímpico teve que referir os Jogos de 92 em Barcelona, considerando-os os melhores de sempre. Também aqui acho que temos alguma sintonia. Barcelona, por mais que por lá se passe, é sempre uma cidade fascinante. E isto faz-me pensar que já há uns anos que não vou lá… está na altura das Vozes irem mostrar-se a Barcelona. Se não der num qualquer teatro, vamos à feira erótica que de certeza temos público.
Voltando a Vicente de Moura disse ele, e justificando a sua escolha musical, que a cerimónia de abertura foi fantástica com o dueto de Freddie Mercury e Montserrat Caballé. Ele jura que os viu a actuar numa altura em que, e vou citar: “o Freddie Mercury já era bastante conhecido, por ser membro dos Queen”. Eu ouvi, meditei, fui ler as bulas dos medicamentos que ando a tomar e decidi, neste espaço de cultura, colocar alguma para o Sr. Vicente não cometer mais imprecisões.
Oh amigo Vicente, eu sei que não precisa de saber muito disto, mas é impossível que tenha visto o Freddie em Barcelona. O homem em 92 já estava morto, já tinha esticado o pernil, já era presunto, entende? Se o viu, então está no sítio errado. Devia estar no Movimento Espírita e canalizar as suas energias para outra obra e não no movimento olímpico! E já agora por aqueles tempos ele já não era só bastante conhecido, como se estivesse a começar a sua carreira… não, o homem já era um mito. Aliás que se saiba daí para cá não fez muito mais pela sua carreira. Parou em 1991 e como tal limita-se a gerir o que fez a partir de um qualquer ponto que o senhor, com esses poderes mediúnicos de ver mortos, saberá muito melhor do que eu onde se encontra.
Assim sendo, e para todos termos a mesma experiência que o Mister Jogos Olímpicos teve, aqui vos deixo um vídeo do Barcelona. Repito é vídeo, não é transmissão directa, sim?

20 fevereiro 2008

Pela boca morre o peixe

A vida de Vozes tem-nos proporcionado refeições inesquecíveis. Já aqui temos relatado algumas e a verdade é que raramente guardamos más memórias das saídas e das comezainas.
Há no entanto páginas negras no nosso historial. Poucas, ainda bem, mas que nos têm marcado individualmente e enquanto grupo. Em 17 anos, apenas uma vez tivemos que cancelar um concerto. Por rouquidão? Afonia? Febre alta? Não! Intoxicação alimentar!
Faz já uns anos, não sei se em 2000 ou 2001, tivemos concerto no Algarve e no dia a seguir iríamos ter aqui perto, na Maia. A refeição foi feita numa estação de serviço, à entrada da ponte Vasco da Gama. Da vasta gama de porcaria em exposição, todos nós alinhamos numas pizzas. O Jony preferiu a sandes de atum. A viagem prosseguiu em ritmo acelerado e às 18h estávamos no Fórum da Maia. O Jony já branco, lívido. Lembro-me de o ouvir dizer que sentia o cabelo a mexer. Conheço-o há anos suficientes para saber que não consome alucinogénios, nem psicotrópicos de qualquer espécie. Depois... foi um sucessão de lamentáveis episódios de vómitos e idas à casa de banho. O homem estava num frangalho e valeu-lhe (e a nós também) ter escolhido bem a família onde nasceu. O pai e a tia, ambos médicos, socorreram o pobre enfermo e evacuaram de lá o cadáver. Ainda assim tivemos que adiar o concerto para a tarde do dia seguinte. E, à custa da medicação eficiente, lá estava o Jony, já sem movimentos capilares.
No domingo, mais uma página a preto ficou escrita nas nossas memórias. Fomos para a Casa da Música ainda antes do almoço, para prepararmos a sala e a sessão da tarde do Coro de Famílias Reais. Na hora de almoço, no bar dos artistas, todos nós escolhemos a carne estufada. Apenas o Miúdo comeu Pedigree Pal, que é comercializado naquelas bandas com o nome de Tofu.
Pois bem… a sessão decorreu com normalidade. No entanto, a noite foi de festa para os meus três colegas (Vilhas, Jony e Tomi), bem como para a nossa sócia Manela. Caíram naquele ritual indigno da casa de banho, do vómito, do corpo dorido. Ontem o dia deles foi para esquecer e à noite o quinteto não se pode reunir porque o Tomi ainda estava a recuperar. E tu? Perguntam os senhores leitores, na expectativa de uma narração muito realista sobre a revolução das minhas entranhas. Pois eu… cheguei a casa muito maldisposto. Muito mesmo. Expulsei parte da má disposição e adormeci profundamente por 15 minutos. Acordei com umas terríveis e súbitas dores de garganta. Avancei sem medo para os anti-inflamatórios e analgésicos porque as dores de cabeça e do corpo também eram fortes. As dores de estômago que tive a seguir atribuí-as aos medicamentos e como a garganta doía tanto, tudo o resto eram amendoins (peanuts, para os mais desatentos). A intoxicação passou-me só de raspão, com poucas visitas à casa de banho.
Moral da história: ou eu já estou tão mal que o meu corpo já nem reage condignamente ao consumo de substâncias estragadas ou a minha regular colaboração com a Casa da Música e concomitante uso do seu restaurante para as refeições, forneceu-me já anticorpos suficientes para aguentar com comida deteriorada, sem sentir o seu efeito. Outra moral: em frente da Casa tenho o restaurante Chaimite e o Snoopy (nomes miseráveis, bem certo) e mais abaixo o Nova Europa. Pois amigos, contem com um novo cliente para os próximos tempos.

Nos antípodas das histórias contadas acima, está o magnífico jantar que fizemos nas docas em Outubro de 07. Não me recordo do nome do restaurante, mas sei ir lá ter de olhos fechados. E provou-se nesta refeição que em Lisboa também se come muito bem.

17 fevereiro 2008

Foi num domingo

No último domingo de Dezembro, mais propriamente dia 30, estivemos como peixes na água. Estivemos no circo, no Coliseu do Porto.
Para começo devo confessar que, embora vista com muito orgulho a pele de palhaço, não tenho qualquer afinidade com circos. Talvez trauma de criança. O único que achei piada foi a um muito pobrezinho em que três pessoas desdobravam-se numa companhia enorme, entrando e saindo da tenda, sempre com nomes diferentes. Tudo ali era miserável: as roupas, os nomes, os números. Foi isso que me divertiu imenso! Foi um freak show, servido numa tenda velha e rasgada. Ora rir-mo-nos da desgraça alheia não é sentimento cristão, pelo que daí para cá tenho resistido a voltar a entrar em tendas de circo de província.
Os concertos Promenade do Coliseu têm já tradição. São mensais e julgo estarem no ar já há 4 anos. O nosso amigo Cesário Costa é o director artístico e o não menos amigo Jorge Castro Ribeiro, além de apresentá-los, faz também parte da direcção artística. Estes concertos são do melhor que se faz não só aqui pelo burgo, como a nível nacional. O Coliseu enche, os miúdos e graúdos têm uma verdadeira experiência musical e pedagógica e passa-se uma manhã de domingo em beleza. Todos os concertos têm sempre 1 convidado, uma figura pública que escolhe uma música para ser tocada pela orquestra. Desta vez os convidados fomos nós e escolhemos uma música nossa.
Cantámos primeiro o Caramelo, sem acompanhamento. Seguiu-se o discurso (agora vou citar o grande Zé Manel) da tanga, onde dissemos que as orquestras de nada servem, gente a mais para música a menos, são caras e que com 5 vozes tudo se resolve. Atacámos o Super-Ome... e depois, bom, depois ouçam.
Infelizmente o som não é o melhor. É o som da Antena 2, que grava os concertos. Pelos vistos, apesar de levarem bom material gravam logo em duas pistas. Fica tudo desequilibrado... mas poupa-se tempo e trabalho. Sai mal... mas isso é irrelevante, afinal já todos nós pagamos o material e os salários de quem o faz.
Tudo isto só foi possível graças ao extraordinário profissionalismo da Orquestra Clássica de Espinho e do seu maestro Pedro Neves. Da mesma maneira, estas imagens só estão aqui graças ao nosso amigo Pedro Altino, que é o responsável por toda a parte vídeo dos concertos. Tudo gente boa!
Bom domingo

16 fevereiro 2008

Amanhã há Famílias Reais

Estamos a menos de 24 horas de novo encontro com as Famílias Reais. Curiosamente este Real tem o significado de que existem mesmo, ao contrário da Família Real que já não existe enquanto realeza, apenas como realidade (isto para quem não acreditar que o D. Duarte é um alienígena). Ok, deixemos o trocadilho barato… ou melhor só mais um: o facto do Alfredo Reinado ter sido morto em Timor, significa que estamos perante um novo regicídio?
As imagens que aqui se mostram agora, são a continuação das anteriores. Após um intervalo para café, casa de banho e outros, voltámos à sala dois para continuarmos o trabalho. Depois separámo-nos em naipes… com uma pequena maldade. O Tomi e o Miúdo ficaram com as vozes femininas e o Jony com as masculinas. A maldade esteve no facto de que não ensaiaram as mesmas coisas. No fim, não foi possível ouvir-se nada a quatro vozes. Quem quis ouvir teve de praticar durante estas semanas… com os respectivos colegas familiares de coro.
Nestas quatro semanas produziu-se muito material deste lado. Ao todo serão cantadas 12 canções no grande concerto do dia 16 de Março. Não resisto a publicar um mail que nos foi enviado por uma família:


Senhores,
Devo dizer que começo a encontrar semelhanças trágicas entre Vocências e quem (acha que) dirige a Educação no país. Debitam cantigas como quem debita despachos e circulares.
Bolas!! Um pouco de moderação! O que vos vale é que os vossos despachos cantam-se.
Até amanhã Camaradas, que a alma nos leve até ... ... à Casa da Música (Almeida fica bastante longe e com o problema dos recursos energéticos .. torna-se bem mais ecológico ir só até à Casa da Música)
Abraços, mas dos respeitosos

Que tal? Muito bom. Amanhã é a sessão do sangue. Vai custar, mas acredito mesmo que vai valer a pena. Queridas famílias, até amanhã!


14 fevereiro 2008

Dia dos namorados

Hoje é dia dos namorados! O sol brilha, os pássaros chilreiam, os casais amassam-se, a felicidade paira no ar. Confesso que nunca gostei do dia dos namorados... porque, mais uma vez, alguém se lembrou de pegar num dia dedicado a um santo (ainda por cima de um que tem nome de corrupto) e, à conta de marketing, transformá-lo em cifrões: é a obrigatoriedade das prendas, é o jantar junto à praia com menu da época, são os chocolates do natal que não se venderam e que estão no limite do prazo de validade mas que com um embrulhinho ornamentado de corações marcham na mesma... e parece que a malta gosta disso. O que é certo é que os actos nobres e puros estão em vias de extinção. Hoje, felizmente, alguém conseguiu provar-me o contrário!
Manhã doirada, oito horas e dez minutos, estava a menos de 500 metros de distância do meu local de trabalho, eis que a minha atenção de condutor consciente é quebrada com algo escrito no asfalto, em letras garrafais. "Agora a moda é fazer graffitis no meio da rua?"- dei por mim a pensar. Depois, fez-se luz: se ontem, no mesmo local, a estrada permanecia cinzenta e triste, hoje sendo dia dos namorados... só pode ser uma declaração de amor! Como pessoa humana romântica e sensível, nem hesitei em fazer marcha à ré para apreciar a beleza poética do escrito urbano. O que vislumbrei é indescritível. Optei por estacionar o carro em local seguro e dei uso à máquina fotográfica do telemóvel.



O Eusébio é grande! A coragem, a determinação, a sensibilidade, o pomenor de comprar uma lata de tinta de retoque para automóveis da cor escarlate, da cor quente da paixão! É sem dúvida um acto digno de registo! Porém, mesmo às oito e dez da manhã, a resposta não se fez esperar... E provavelmente, quem deu a resposta não foi a pessoa desejada... Senão comprove-se com a seguinte foto.




Uma pergunta que fere... Uma questão pertinente... Um erro ortográfico óbvio no início da frase... A tensão surge... Será uma pergunta retórica? Quem é o "Anjinho"? Será esta a assinatura do segundo vilipendiador deste asfalto virgem? Quem terá escrito tal coisa? Quem é a tal que o Eusébio amava "á" um ano atrás? Antes que conseguisse sequer pensar em possíveis respostas a estas questões, os meus olhos rebolaram para o fim desta tela romântica.


Problema resolvido! Pode à primeira vista parecer um arrufo entre um rapaz apaixonado e uma ex-namorada sua... mas não! Quem se lembra do Eusébio, a lontra do Oceanário? Pois ao que parece, trocou a sua Amália por uma vaca, de nome desconhecido. E é claro, até nos animais o ciúme habita. Recordemos tempos que pareciam durar para todo o sempre. E já agora, feliz dia dos namorados, sejam solteiros, animais ou casados.

13 fevereiro 2008

Um pouco de inveja

No próximo domingo voltamos à Casa da Música para mais uma sessão do Coro de Famílias Reais. Todo este trabalho culminará numa apresentação pública no dia 16 de Março na sala 2 do edifício torto da Rotunda da Boavista. E aviso desde já que há poucos bilhetes.
Desde Janeiro que temos estado a trabalhar no repertório que irá ser apresentado. As famílias têm recebido nos e-mails dezenas, centenas de folhas com bolinhas pretas, umas com hastes, outras sem, riscos horizontais agrupados de cinco em cinco, palavras escritas por baixo das bolinhas e ainda uns ficheiros com sons para irem ouvindo. Tudo como trabalho de casa. A verdade é que muitas têm escrito falando dos seus ensaios caseiros, das dificuldades e do medo de não conseguirem fazer bem. É que nós propusemos uma tarefa Hercúlea: doze peças, doze musiquetas. Não vou desvendar quais, apenas posso dizer que, tal como o Hércules, estes doze trabalhos serão superados com classe e no fim carregaremos o céu nos ombros e o mundo estará a nossos pés. Sabem que modéstia é só um dos meus muitos atributos.
Para terem a certeza do que digo (e ao mesmo tempo fazer um pouco de inveja àqueles que não estão neste dream team) aqui deixo as primeiras imagens da primeira sessão.
Desta sessão inicial mais haverá a exibir ainda esta semana… para já vejam como numa hora se vai do gelo inicial à loucura colectiva! É lindo!

10 fevereiro 2008

Harmonia – Lição nº4, a última

Fecha-se agora este espaço de cultura servida em quatro magníficos fascículos. O último é sobre a Harmonia das Cores. Aqueles que foram seguindo e assimilando os conhecimentos aqui transmitidos, sentir-se-ão neste momento num patamar muito mais elevado. A partir de agora o discurso hermético dos críticos de música do Público passa a ser claro, toda a obra de Stockhausen soará bela, toda a ópera de Emanuel Nunes será recebida e aplaudida de pé. (abria-se aqui espaço à piada de mau gosto se eu escrevesse “aplaudida de pé até pelo próprio” ou se usasse a expressão “tudo caminharia sobre rodas”. Felizmente tenho ainda o bom-senso de não o fazer)
Agradecei-nos pois estes maravilhosos ensinamentos e se sentirem necessidade (porque acreditamos que o saber tem um preço) em nos gratificar façam-no depositando grossas maquias no NIB 0019 0047 00200003969 52.
Bom domingo.

06 fevereiro 2008

Campanhas publicitárias

Segui e li com atenção a indignação do Corpo Nacional de Escutas pela campanha da Media Markt, em que um dos habitantes da Parvónia é escuteiro e defeca numa máquina de lavar roupa. Há 80.000 escuteiros em Portugal que exigem não ser chamados de parvos e que juram defecar em sítios construídos para tal. Fizeram circular petições e abaixo-assinados em defesa do seu bom-nome. Fizeram eles muito bem! Infelizmente nenhuma chegou às minhas mãos, pois assinaria com empenho uma que dissesse que a Media Markt faz péssimas campanhas e que havendo em Portugal um ministro como o Mário Lino, não se justifica colocarem um escuteiro como parvo.
De facto, ser escuteiro não implica necessariamente ser parvo. Se pensar em tipos da minha idade (e mais velhos) que esperam ansiosamente o fim-de-semana para vestirem calções, porem laçarotes nas meias e saírem para a sede para brincarem com miúdos, estou mais próximo de os julgar como tarados. Indivíduos que se juntam para passarem fins-de-semana acampados, que tocam guitarra pior que os Resistência e cantam canções do Bob Dylan com letras em português, não são obrigatoriamente parvos. São, eufemisticamente, exóticos, diferentes. É claro que não defecam em máquinas de lavar roupa. O escuteiro profissional constrói a sua própria latrina escavando a terra e passando assim divertido o tempo. Mozart também era escatológico e não deixou de ser enorme. Talvez um pouco parvo… mas não foi escuteiro. Apenas teve umas ligações à Maçonaria, que é uma espécie de escutismo sem calções e com mais dinheiro.
Andava eu entretido com estes pensamentos quando tropeço noutra campanha de péssimo gosto: a da JS. Para quem não sabe o que é a JS, eu explico. É uma espécie de escutismo para tipos comprovadamente parvos. Quem nem sequer tem jeito para pôr uns calções, ou fazer uma latrina, tem sempre lugar numa organização partidária juvenil. Têm igualmente uma sede, mas não fazem acampamentos. Fazem congressos.
Pois bem, a campanha da JS, espalhada pela cidade, apresenta-nos um parvo, com duas meninas que tecnicamente se chama de gajas boas. Para começar, o que podemos concluir daqui? Que ser da JS dá-nos direito a ter duas tipas? Que a militância na JS promete-nos o fim de um estado monogâmico? Que para ser da JS, a avaliar pela cara do sujeito, precisamos ser mesmo parvos, e quem sabe um dia, ser mesmo como o Mário Lino (não digo calvo e feio, digo mesmo só muito parvo)? Que a Media Markt podia pegar nestes três e fazer uma campanha melhor? Que o tipo podia ser o Marco Paulo entre dois amores (uma é loira, outra é morena)? Que o Sá Leão podia fazer um filme com eles? Que eles ainda não concluíram o primeiro ciclo? Que esperam pelos +25400 lugares em creches até 2009 para procriarem? Que esperam pelos 150.000 empregos prometidos até 2009? Que as semelhanças do parvo com o Humberto Bernardo são enormes? Serão as duas tipas as candidatas a miss que o tal Bernardo trocou há uns anos atrás? Que a loira compra tinta barata nas grandes superfícies? Que se o futuro já começou e é assim, apetece-nos apenas e só cantar o fadinho “Ó tempo volta pra trás”? Que o tipo é a versão masculina do Cláudio Ramos? Que à palavra jovem e juventude tem de estar sempre associado o mau gosto?
Estas são apenas um pequeno punhado de questões que bailaram pela minha cabeça nos instantes que se seguiram a ter visto o outdoor da JS em Matosinhos. Outros já escreveram sobre isto e muito bem. Passem pelo Womenage a trois (nem de propósito) e leiam.
Para mim resta-me apenas concluir que o publicitário deve o mesmo nas duas campanhas. E não duvido que, no meio de tudo isto, seja o mais parvo de todos.

Segundo ano de dor

Faz dois anos que desapareceu, sem deixar rasto, o meu amigo inseparável. Desde esse momento, nunca mais consegui ter a mesma intimidade com outro...
Desculpa, eu não devia ter-te abandonado na mala do carro, ainda por cima numa noite tão escura e sinistra, mas ao mesmo tempo cheia de cor e folia do Carnaval... Mas a estupidez é própria da idade, e se me apelidaram de "miúdo", é porque existem razões para tal. Muitas vezes penso em ti, sabias? Como tu correspondias tão prontamente às minhas investidas... como rapidamente aquecias sem eu dar por isso... E o prazer que me dava, quando, por fim, te limpava e mostravas todo o teu brilho... Sei que não conseguirei ter outro igual, eras único. Priceless...


RIP#2 Prestige





04 fevereiro 2008

Sobrinhas...

Há sensivelmente um ano atrás (isto do Carnaval não ter data fixa origina estas incertezas cronológicas) lamentava, aqui no tasco, o facto da informática me ter traído e não ter deixado colocar imagens condizentes com a época.
Teimoso como sou, esperei um ano para a vingança. Aqui está o nosso Carnaval, de frutas na cabeça, celebrado em pleno Outubro de 98, no Rivoli. Nessa altura o Herman 98, mudou-se de armas e bagagens para o Porto e era gravado no (na altura) Teatro Municipal do Rivoli. Nesta noite os convidados variavam entre o esoterismo e as conversas sobre a tentação da carne: lá estavam a Maya (que não a abelha) e seu Tarot e o Prof. Júlio Machado Vaz e as suas histórias.
Já agora aqui ficam duas daquelas histórias que fazem parte da memória do grupo. O tema Na Casa das Sobrinhas Solitárias foi feito originalmente para piano. Um dia toquei-o e o Mário Alves propôs-se fazer uma letra sobre aquilo. Não acreditei ser possível colocar palavras naquele fraseado tão recortado e que me remetia para as memórias dos chorinhos que ouvi em miúdo. Não foi preciso mais de um dia para receber uma chamada (no telefone fixo, amigos…) do Mário a cantar-me cada uma das notas com a respectiva sílaba. Tudo a bater certinho. Impossível ser melhor. O ambiente queiroziano do sobrinhismo resultou igualmente de forma perfeita. Se houve música onde a nossa dupla funcionou bem, foi esta. A gravação original foi feita no nosso segundo disco “Mappa do Coração” de 1997.
Passados uns anos estava a minha irmã num serão de Bossa-Nova no auditório da Católica e a tuna de lá cantou uma versão deste nosso tema. No fim foi apresentado como um original de um anónimo brasileiro! Sangue do mesmo sangue, não se deixou ficar e foi no fim falar com o responsável pela “alarvidade”. Para cúmulo o pobre rapaz, além de ter levado com os protestos da irmã de um dos autores, ainda confessou ser meu aluno! É óbvio que não deixei o caso assim, e nunca mais lhe dei uma positiva. Hipotequei completamente o seu futuro como músico! A vingança (tal como a que aqui celebro sobre a informática) serve-se sempre no tempo certo!
Bom Carnaval!


Acompáñenos

Este é o título do programa que nos levou a um estúdio em Vigo, antes da actuação no Liceum do Porriño. É, como todos os programas da tarde, cheio de temas de interesse, entrevistas, tertúlias e telefonemas em directo. Este em que participámos tinha como tema central as doenças monstruosas. Elefantíase, envelhecimento precoce, obesidade mórbida e muito mais casos que não só eram comentados por todos, bem assim como eram explicados com a passagem de imagens esclarecedoras. Tudo servido numa bela tarde de sexta-feira. Muito bonito.
Não sei se o tema motivou o convite que nos foi feito, se apenas a nossa incursão pela Galiza. A verdade é que fomos principescamente tratados por toda a produção: desde o almoço, até às horas de tédio antes de entrar em palco.
O apresentador, cujo nome me falha, também foi de uma simpatia extrema. É de Allariz, por onde passámos, e tem casa em Moledo. Bom gosto, sem dúvida.
Das imagens, chamo a atenção para o conflito capilar que existe neste grupo: eu insisto em não perder tempo a cortar as melenas, o Tomi segue o exemplo do pequeno Ruca e mostra uma testa profunda e larga e o Miúdo tenta (?) exibir uma farta barba.