28 fevereiro 2007

O mundo dos blogs



A blogosfera é um mundo cada vez maior. Cada vez mais os blogs e os bloguistas são notícia. Há umas semanas atrás, li que um juiz estava preventivamente suspenso, pelo facto do seu blog conter linguagem imprópria. Nada mais eficaz do que esta notícia para levar gente como eu a fuçar na net, para ler o impróprio blog. Depois de o ler, fiquei preocupado. Se aquele blog tem linguagem imprópria e o juiz é suspenso, este nosso cantinho devia ser banido e nós devíamos ter pena perpétua. Fica a consolação ao sabermos que se o Torquemada fosse português e vivesse nos nossos dias, tinha lugar no Conselho Superior de Magistratura…
De blogs com linguagem alternativa, mais do que imprópria (o que é isso de linguagem imprópria?) temos tido notícias quase diárias. Primeiro, o suplemento do Notícias falou da tua amiga, que passa a nossa amiga depois de lermos o blog dela, que até já tem livro nas bancas. Depois li no Público sobre a surfistinha e sobre a Paula Lee. Tudo também já com direito a livro, seguindo a arte de Camões, Eça e Saramago.
Entretanto e porque o cibermundo cresce, cresce, cresce, o nosso amigo Rui Santos mandou-me um mail alertando para a existência de um blog vozes do rádio! Um erro de digitação, levou-o a um novo mundo. Isso mesmo, vão lá e serão bem melhor servidos do que aqui a avaliar pelas fotografias. Pena é que não esteja muito actualizado.
Por cá, admito uma certa modorra. Muito trabalho por um lado, infoexcluídos por outro, e gente como o miúdo, grande impulsionador do blog, como se recordarão, a atravessar uma menopausa precoce com mistura de crise existencial. Ajudem-no, que ele precisa. Eu, da minha parte, já aconselhei vivamente o suicídio, até porque com um planeta tão doente, é crime desperdiçar oxigénio… mas se tiverem palavras mais eficazes para com ele, ajudem!

27 fevereiro 2007

"Mentiroso Normal"


Serve o presente para bem informar todos os amantes da boa música portuguesa e afins, que saiu dia 26 de Fevereiro o álbum da Ala dos Namorados, “Mentiroso Normal”.
Podem dar uma espreitadela no site http://www.aladosnamorados.net/ e ouvir um lindíssimo desfilar de músicas inebriantes para a sensibilidade dos mais exigentes ouvintes. Uma tripla do mais alto talento artístico: Manuel Paulo, Nuno Guerreiro e João Monge (este, nosso companheiro do álbum “Mulheres”).
No Maxime (Lisboa) podem assistir à apresentação do disco em primeiríssima mão.
É hoje (27 de Fevereiro)!

24 fevereiro 2007

Milagre de vida

Eu sei, foi um milagre de vida e todos nós ficamos muito felizes pela pequena Amillia, mas depois de ver esta fotografia, garanto-vos que nunca mais vou ser capaz de comer gomas...

A ceguinha


Pelo título, os senhores leitores são induzidos a pensar numa pungente história de amor ao próximo, de solidariedade, de fraternidade entre iguais. E bem podia ser, não fossem alguns espíritos maléficos que por aqui vegetam, e que fazem do lugar terra um sítio quantas vezes inóspito para habitarmos.
Esta é mais uma história de Macau, do ano de 1996, e tem como protagonista um dos meus colegas (que por decoro não vou mencionar o nome) e uma anciã ceguinha.
Sempre que saíamos do Hotel Lisboa, deparávamo-nos com uma velhinha chinesa a quem Deus tinha tirado a capacidade de ver. Ela ali estava na rua, de cócoras como os chineses apreciam estar, e com um megafone encostado à boca. Não sei bem se pelo seu problema de visão, o megafone não estava bem encostado à boca. Estava de lado, pelo que as lindas melodias chinesas que a velhinha cantava, não eram perceptíveis para nós, quer pelo texto, quer também pelo ruído da rua que era mais amplificado que a voz da senhora. Ainda assim ouvíamos uns esgares orientais, esgalhados sobre escalas pentatónicas.
Também reparámos que sempre que algum passante lhe atirava para uma lata uma moeda, a ceguinha, de tacto apurado, lá ia com a mão para aquilatar do tamanho da generosidade. As patacas são moedas muito recortadas e com certeza a senhora não tinha qualquer dificuldade em reconhecê-las.
Ora, um meu colega de grupo (que não escrevo o nome), num dos dias, disse-nos que ia ser benemérito e gratificaria a cantante do megafone. Assim que nos aproximávamos dela, lá ele ia preparando a moeda para, seguindo a tradição local, a arremessar para a lata das ofertas. Foi neste momento que se revelou o espírito do demo e vejo na mão do cantor das vozes, não uma moeda macaense, mas sim uma patela bem portuguesa, no valor de vinte escudos.
Depois de atirada a moeda, foi ver-nos (eu não queria… fui obrigado) parados uns metros mais à frente, a assistir ao reconhecimento da oferta por parte da senhora. E acreditem, a senhora ficou bem confusa, porque apesar de os nossos antigos 20$00 serem bem recortadinhos, não havia nas moedas locais nada que se assemelhasse.
Espero que ao relembrar esta negra história, o meu parceiro cantor (que me recuso a dizer quem é), sinta o peso natural das más acções e se dirija a Santa Catarina para gratificar convenientemente o amblíope que por ali pára com o seu Casio, e que toca as para todos nós, mais belas melodias populares.

19 fevereiro 2007

Feliz Carnaval

Não era exactamente assim que eu pretendia desejar a todos um Feliz Carnaval. Tinha preparada uma velha participação destes vossos amigos num programa do Herman, gravado aqui no Rivoli e onde cantámos de barretes de Carmen Miranda.
A verdade é que a informática, se fosse personagem de história infantil, fazia o papel de madrasta. E nestes dias tem sido comigo, pior que a madrasta da Branca de Neve. Só ainda não veio com a maçã enfeitiçada porque sabe que eu como pouca fruta.
Desta forma, e como quem não tem cão caça com gato, deixo-vos aqui uns retratos antigos (97, 98?) que foram feitos depois de uma actuação em Lisboa e enquanto éramos entrevistados pela Sic. A coisa como podem imginar não teve crédito nenhum, porque um grupo de 5 homens machos e viris, não pode aparecer desta forma nos meios de comunicação.
Verdade mesmo é que já não me lembro bem o que foi dito, mas garantidamente não foi nada de importante.
Para a história, e para este Carnaval, ficam aqui as Carmens, estas não do Marco de Canavezes, mas do Porto (ok, uma delas é de Luanda, mas se ouvissem o calão dele nunca diriam que ele nasceu no hemisfério sul. É mesmo um filho de Campanhã, digo-vos eu).

Que credibilidade tem um indivíduo destes? Olhem os seus olhinhos esbugalhados, guizos na mão e banana ao dependuro na cabeça? Será que a Cofidis dá crédito a um ser destes, mesmo que seja só pelo telefone? Tenho as minhas dúvidas...

17 fevereiro 2007

Carnaval? Não...


Cada vez mais o que se passa no mundo é capaz de nos surpreender. No meu habitual passeio pelos jornais on-line dei de caras com uma notícia “EUA condenam mulher de 84 anos por seduzir menino de 11”. Li a notícia com atenção, mas como estava na Folha de São Paulo ainda pensei num delírio carnavalesco de um jornalista acabado de sair de uma festa num clube paulista. Mas não. A notícia vinha referenciada como tendo sido produzida pela France Presse o que lhe dá crédito.
Basicamente a anciã tratava da criança e aproveitava para lhe dar noções práticas da vida sexual que o espera. Tarada ou pedagoga? Fica a questão. No entanto, o pastor lá do sítio vai-nos respondendo a esta pergunta. "Essa não é a Audean que conhecemos", foi o que o senhor disse… resta-nos saber o que é que o pastor conhece da Audean. Fica também a dúvida de que efeitos esta nefasta experiência terá no pré-adolescente. Como se passa na América, de certeza que teremos a resposta mais cedo ou mais tarde. Ou no Dr. Phil ou sob a forma de filme. É só esperar

Álbum de família

Cá está uma velha fotografia de 1995, por alturas do lançamento do primeiro álbum “Bruxas, heróis e Males d’Amor”. Tal como em qualquer outra família da era moderna, nesta já houve divórcios, já houve quem buscasse outras paragens e sucesso no estrangeiro. Outros porém vão-se mantendo, com mais rugas e brancas e há até gente nova que foi admitida no seio familiar, não por via do casamento, nem de união de facto, mas por aturadas provas de selecção.
O principal motivo para hoje revelar esta relíquia com 12 anos é porque ela me foi facultada pela Catarina, uma aluna minha que terá a idade da foto, e que me surpreendeu com este recorte tirado não sei de onde (parece ser de uma daquelas revistas estilo TV Guia) e que segundo ela, estava guardado pelo pai. Confesso que já nem me lembro da sessão de fotos que levou a este retrato, nem muito menos quem foi o fotógrafo.
Um obrigado à Catarina e ao pai. Quanto à questão, que se levantou no meu íntimo, sobre o que leva um pai a guardar 12 anos uma foto destas, encontrei a resposta no ar assustado com que a filha ma entregou. Nada mais eficiente para as crianças comerem a sopinha do que uma visão desta família de mafiosos. Não há arma mais ameaçadora!

15 fevereiro 2007

Versão Beta

Hum... acho que fiz qualquer coisa de errado ao migrar o blog. Vou precisar de ajuda especializada... Jacky, tás por aí? anyone?
Joca e restante malta, têm de criar uma conta google. Já não dá para entrar com a conta antiga... Maldito sr. Blogger, só complica...

13 fevereiro 2007

Noite de memórias...

Não temos relatado aqui os nossos pós-ensaios, que são, como sabem, o que mais se aproveita das noites em que as Vozes se encontram. O frio e a chuva são responsáveis pelo facto desses momentos de tertúlia e gastronomia terem diminuído de frequência. Ainda assim, o núcleo duro constituído pelos três porquinhos tem feito algumas incursões no submundo da francesinha, do pica-pau e do bom prego. Ontem lá estivemos no Portobeer na companhia do nosso Vilhas. A conversa foi um pouco sentimentalona com cada um de nós (mais eu, por ser o mais velho a seguir ao Vilhas) a desfiar recordações dos bares onde, ainda adolescentes, assistíamos às performances de um africano com fita à Mark Knopfler no cabelo. Sim, era o Vilhas e estávamos muito longe de pensar que passados 20 anos estaríamos ali todos à mesma mesa.
Assim que mencionei o Forrobodó, ali da Rua da Boavista, o Vilhas soltou uma gargalhada e lembrou-se desse corredor feito bar. Daí passámos para os clássicos da ribeira: o ribeirinha, o academia, o zebras, o 100 %, o meia cave, o postigo de carvão (que sempre nos referimos como o castigo do parvão), o whiscritório, mais tarde o real feytoria e outros que a memória já não alcança. Daí saltámos para o defunto Dallas com o splash, o flying dutchman, o la-la-la e o inenarrável coqueiro! Ainda se falou das galerias Pedro Cem e de um bar que teve vários nomes um dos quais atrebe-te (o tipo que baptizou o bar com este nome merecia uma execução pública durante o 1º Maio), o Jambar (outro nome verdadeiramente imbecil) e claro o mais conceituado bar de música ao vivo do burgo, o Pixote (lembro-me de ouvir um vocalista de uma banda rock dizer: “o meu sonho é cantar no Pixote. Mais do que cantar em Wembley…”. Hoje, felizmente já não canta e não sei se cumpriu o sonho…). Mas o bar mais estranho de todos, onde estive, foi o Dig’s, ali ao fundo da Avenida da Boavista, na Fonte da Moura, onde um estabelecimento comercial foi reciclado para ser bar. Ora, os músicos tocavam na antiga montra de costas viradas para a rua! De fora, podíamos apreciar o traseiro do Vilhas colado ao vidro. Dentro tínhamos a vista frontal de um músico entalado numa montra como se de um manequim se tratasse. Aí, talvez tenha visto o Vilhas pela última vez a tocar e cantar em bares.
Hoje o karaoke e o pindérico rodízio terceiro-mundista destruíram os bares com música ao vivo. Poucos restam, como também poucos tripeiros restam…
A conversa prosseguiu. Passou pelas noites de poesia do Pinguim, pelas discotecas dos centros comerciais (o Stop continua a estar nos tops das preferências) e acabou com um delicioso prego de porco preto, que aconselho vivamente. Ensaios destes valem a pena!

Vilhas, olhos postos no horizonte, memória nos idos 80's. Jony, numa rara fotografia em que não está com o ar de quem teve um ataque de apoplexia uns segundos antes. Mais uma segunda à noite...

Polícia na berlinda

A notícia do dia: The Police, após meio século de separação do grupo, de novo em super-mega tour! Faz-me acreditar que os homens de meia idade sofrem mesmo aquela típica crise de "ahh, não! eu ainda sou jovem e posso rebentar-me todo em 500 concertos! E é só mesmo pra curtir, que eu nem ligo muito ao cachet". Ou é isso, ou o Sting está convencido que é o José Cid dos States, não? Joseph Aid, at your service.



Descubra as diferenças, para além do tamanho e da cor de cada uma das fotos.

11 fevereiro 2007

Polaroid, parabólica e diospiro

Raramente julgo as pessoas à primeira vista... Não faz parte de mim fazer juízos de valor imediatos. Mas confesso que hoje não consegui evitar tal! Hoje tive uma daquelas experiências irrepetíveis, só ao alcance de alguns (daqueles que não têm mais que fazer num chuvoso domingo à tarde).
Como pessoa atenta, consciente e em constante formação, as tardes de domingo servem para encher a bagagem do conhecimento. Hoje, aproveitei uma das várias ofertas da programação educativa da Casa da Música: um workshop sobre esculturas sonoras de nome Ouvir ou Ver? OuVer!, monitorizado por João Ricardo de Barros Oliveira. Por acaso já tinha visto algo num telejornal, faz anos, sobre alguém que transformava lixo (literalmente) em objectos sonoros. Fiz, obviamente, o "link" para as Vozes... também nós, muitas vezes, transformamos lixo musical em música audível. O que é certo é que bastaram 10 minutos de discurso, numa postura informal, para perceber que o senhor (apelidado pelas crianças de "cientista") de certeza que tinha fumado umas cenas marroquinas, daquelas que atordoam e fazem rir. Shame on me! Não se deve julgar assim, com esta leviandade, as pessoas humanas... Depois, passados mais 10 minutos, apercebi-me que o senhor era mesmo assim, excêntrico. E não fazia nada para disfarçar. Constatação aparte, o que se aprendeu lá? Que é possível fazer algo com lixo. E essa moral é bonita: por esse mundo fora somos obrigados a trabalhar e conviver com lixo (refiro-me não só a condições físicas e morais pouco dignas, mas também a contactos humanos). Portanto, acredito que o lixo, com alguma imaginação e vontade, pode ter valor. Isso dá algum alento para o futuro, não?


Aqui está o verdadeiro postal, com mais uma construção. Ou, como ele diria, uma construSom. Uma mistura de simpatia, genialidade e loucura. Se quiserem, podem ver mais aqui.

Janeiro, 28 de.

Há quinze dias atrás voltámos a estúdio para mais uma parceria. Desta vez fomos nós os Avôs Cantigas da companhia já que a fita foi dividida com um grupo, os Denário, em início de carreira e a gravar o seu primeiro álbum de título “Pelo prazer descuidado de estar vivo”. E foi mesmo um prazer cantar com alguém que já não sendo da nossa geração (já deixámos o posto de última geração há uns anitos), está musicalmente colado aos nossos gostos. Foi desta forma muito fácil participar neste disco. O álbum está já em fase de misturas e nós aguardamo-lo. Para os Denário as maiores felicidades!

Foto de família. Os Denário e os europeus das Vozes. Como o disco já tem baixo elécrtico gravado, o africano foi preterido em detrimento da máquina. É a revolução industrial a chegar às Vozes.

09 fevereiro 2007

Referendo

Neste grupo de europeus e africanos, de pretos e brancos, de radicais de esquerda e extremistas de direita a pergunta colocada no referendo de domingo ficou à margem das discussões musicais e entregue à responsabilidade de cada um. Não posso, no entanto, deixar de partilhar esta questão que me caiu no mail há umas semanas atrás e que muito para além do que se passa no nosso país, podia ser a forma mais clara de se fazerem eleições em muitos países do mundo. Evitavam-se assim os boletins gigantes, a enorme listagem de partidos a concurso e os insuportáveis tempos de antena. Tudo se simplificava. O verdadeiro simplex!

07 fevereiro 2007

Separados à nascença

Um dos temas recorrente nas nossas viagens é o das pessoas que sendo muito idênticas, não têm qualquer relação entre elas. Aquilo que em tempos foi chamado (já não me lembro se no extinto Independente) de separados à nascença. Eu, por exemplo, devo ter um fácies muito comum, já que sou confundido vezes sem conta. Há uns anos atrás, uma maquilhadora de um estúdio de televisão, falou-me com insistência no meu irmão e no meu tio, sem eu saber de quem falava, visto até nem ter irmãos. Deixei-a falar e mais tarde vim a descobrir que a senhora me julgava irmão do João Afonso. Também o Tiago, o nosso miúdo, quantas vezes passa por meu irmão mais novo. Na minha fase de barbas cheguei a ouvir: “olha o tipo dos Toranja!” e há muitos anos, enquanto entrava num hotel onde estava a selecção nacional, fui perseguido por miúdos, que gritavam: “olha o Vítor Paneira!”. Um dia destes ainda dizem que sou parecido com o Gungunhana, e se calhar sou mesmo.
Mas na nossa sociedade há muitos casos que quantas vezes nos levam a pensar “já vi esta cara, não sei aonde”. Há uns 2 anos e meio, lembro-me de estar eu e o Jony a assistir na tv ao drama da pequena Joana, desaparecida no Algarve (fixei a data, 12 de Setembro, não me perguntem porquê), enquanto passavam declarações da mãe, Leonor Cipriano. Olhámos, voltamos a olhar. A cara parecia conhecida… mas quem? Depois lá concluímos: é a Ana Gomes! A eurodeputada. Se em tudo o resto não são comparáveis, o fácies é muito semelhante. Da mesma maneira e prosseguindo com políticos é impossível não ver em Fernando Ruas, o Saddam dos bons tempos. É que até o modelo do bigode é igual! Quanto ao Saddam capturado, o das fartas barbas, ele é comparável, confundível, com o Pedro Barroso, da perninha da menina, a dar, a dar. Basta olhar (não para a perna, mas para a cara) para se perceber isso. Já Jorge Sampaio parece saído de um filme do Tom e o Jerry. É que não há Tweety humano mais parecido.
Dos nossos colegas músicos, recebi há tempos um mail que mostrava as semelhanças entre o Toy e o actor Hervé Villechaize da saudosa Ilha da Fantasia. E o meu amigo e colega João Silva acha que José Cid é, nem mais nem menos, do que o Dr. Octopus do Homem-Aranha.
Tudo isto para vos dizer que estava eu no meu desempenho lectivo em Matosinhos, quando reparo numa gravura com o grande compositor Óscar da Silva, a tocar piano. Olhei, voltei a olhar… quem me faz lembrar? Ele mesmo, é Paulo Portas! Ora reparem…

A limitação do espaço e a qualidade fotográfica não são boa ajuda para provar a parecença. Mas confiem em mim. Se por acaso tiverem também exemplos destes separados no berço, contem-nos. Eu por exemplo tentei lembrar-me de gente parecida com o Angélico e com a Odete Santos mas não me ocorre nenhum humano. Se calhar estes é que são as verdadeiras peças únicas...

04 fevereiro 2007

O primeiro vídeo!

Depois de alguns pedidos e reclamações (reparem que escrevo alguns e não muitos, porque o conceito de muitos não se aplica a um grupo de culto como o nosso) aqui deixo o nosso primeiro vídeo.
Retirado do nosso canal memória, este “Di Você” foi o primeiro single do álbum “Bruxas, Heróis e Males d’Amor” de 1995. Foi a nossa estreia em disco, depois da participação no álbum “Filhos da Madrugada” de 94 onde cantámos os “Índios da Meia-Praia”.
Lembro-me que na altura foi muito pouco entendido, não só este “Di Você”, como todo o disco, porque julgo que a ideia do humor não passou para todos. Recordo com um sorriso a nossa participação no “Parabéns” do Herman, e a forma como toda a equipa assistiu ao nosso ensaio de som. A cara da Maria Rueff é inesquecível transparecendo qualquer coisa do tipo “é a sério, ou a brincar?” ou “quem são estes palhaços?”. Espero que ao fim destes 12 anos ela já tenha obtido resposta. Na verdade só a crítica do Publico, na altura escrita pelo Luís Maio, percebeu exactamente o nosso humor e o que queríamos fazer. Ah! E o grande Toy que um dia nos disse: “gosto dessa forma de gozarem com os pimbas no “Di Você”, com uma letra sem conteúdo. Muito bom”. Muito bom, digo eu também!
O que interessa é que nos divertimos a valer com a realização deste vídeo. Recrutámos amigas, amigos, fomos para o Parque de São Roque e passámos 2 dias a rir. De referir que a Milena, na altura uma teenager, é hoje uma actriz de qualidade e sucesso, daquelas com diploma e tudo, de nome Patrícia Portugal e que a pequenita Milena que joga “pelas pedras da calçada” é hoje uma pré-universitária e continua linda como na altura. Para terminar fica o nome do realizador, Rui Fazenda, que fez um trabalho que ficou como queríamos: estilo vídeo de casamento, para pior…

03 fevereiro 2007

Variações sobre o meu nome

Prendas não é um nome vulgar. Isto aprendi desde cedo quando ainda sem saber ler ou escrever recitava de forma exemplar o meu nome todo, a quem tivesse pachorra para me ouvir. Regra geral do outro lado ouvia a surpresa: “Prendas?”. A surpresa dos outros era também a minha, pois para mim era um nome normal, já que com ele convivia desde o nascimento. Na primária aprendi-o a desenhar com letras redondinhas e a sentir a mesma surpresa por parte de professora e colegas. As piadas de fraco nível começaram então a surgir. “Prendas? És o Pai Natal?” ou “Prendas? Dá-me uma prenda!” e mais uma série de variações de humor rasca bem típico do português que aspira um dia escrever quadros de revista. Regra geral, o nosso humor é muito básico…
No secundário o Prendas ganhou outra dimensão. De uma primeira fase em que era Jorginho, reflexo do metro e meio que insistia em não crescer, até ao Prendas, resultado da metamorfose que em certo ano se deu com crescimento de mais de 20 cm, foi um salto. Prendas passou a ser imagem de marca. Não há mais nenhum, se exceptuar o meu progenitor, a irmã, os meus descendentes, uns 2 ou 3 primos afastados e um Jorge Prendas, investigador costa-riquenho, com quem já troquei mails, fruto de mails trocados que nos vieram ter ao computador. Há gente que me conhece apenas por Prendas e houve até casos de relacionamentos mais próximos, íntimos diria, onde o Jorge nunca esteve presente.
O facto de não ser um nome vulgar leva também a que muita gente não o entenda de forma correcta e por isso faça depois fantasias sobre o mesmo. Dito isto, conto-vos que já fui chamado de Rendas, Ofertas, Presentes, Festas, Natal, Pedras e até o mais distante de todos, Alegria. É engraçado constatar as ligações que se dão na cabecinha das pessoas.
Esta semana fui novamente rebaptizado. Desta vez e como podem ver, passei a Perendas, que não deixa de ser uma variante curiosa, uma lufada de ar fresco no nome deste vosso amigo. Tudo se passou numa escola onde trabalho e não resisti a trazer este bilhetinho que anexava umas cópias dirigidas a mim, ao Perendas.

Cá está o bilhete. Bonito também o Profª. Ainda assim prefiro assumir outro sexo do que ler o erro clássico do Profº ou Sr.º (quem ensina esta gente que não é professoro, nem senhoro?). A partir de agora, por favor, Perendas, Jorge Perendas.