Raramente julgo as pessoas à primeira vista... Não faz parte de mim fazer juízos de valor imediatos. Mas confesso que hoje não consegui evitar tal! Hoje tive uma daquelas experiências irrepetíveis, só ao alcance de alguns (daqueles que não têm mais que fazer num chuvoso domingo à tarde).
Como pessoa atenta, consciente e em constante formação, as tardes de domingo servem para encher a bagagem do conhecimento. Hoje, aproveitei uma das várias ofertas da programação educativa da Casa da Música: um workshop sobre esculturas sonoras de nome Ouvir ou Ver? OuVer!, monitorizado por João Ricardo de Barros Oliveira. Por acaso já tinha visto algo num telejornal, faz anos, sobre alguém que transformava lixo (literalmente) em objectos sonoros. Fiz, obviamente, o "link" para as Vozes... também nós, muitas vezes, transformamos lixo musical em música audível. O que é certo é que bastaram 10 minutos de discurso, numa postura informal, para perceber que o senhor (apelidado pelas crianças de "cientista") de certeza que tinha fumado umas cenas marroquinas, daquelas que atordoam e fazem rir. Shame on me! Não se deve julgar assim, com esta leviandade, as pessoas humanas... Depois, passados mais 10 minutos, apercebi-me que o senhor era mesmo assim, excêntrico. E não fazia nada para disfarçar. Constatação aparte, o que se aprendeu lá? Que é possível fazer algo com lixo. E essa moral é bonita: por esse mundo fora somos obrigados a trabalhar e conviver com lixo (refiro-me não só a condições físicas e morais pouco dignas, mas também a contactos humanos). Portanto, acredito que o lixo, com alguma imaginação e vontade, pode ter valor. Isso dá algum alento para o futuro, não?
Aqui está o verdadeiro postal, com mais uma construção. Ou, como ele diria, uma construSom. Uma mistura de simpatia, genialidade e loucura. Se quiserem, podem ver mais aqui.
2 comentários:
O chamado doutor do som. O que ele não sabe é que em Portugal não é a partir do lixo que se faz música, mas sim o inverso... claramente isto não se aplica aos autores deste blog.
Miúdo, quando estiveres assim... num domingo sem nada para fazer, telefona-me, que dou-te trabalho! Ou então empresto-te uns filmes. Sabes, uma coisa bonita que podes aprender é que devemos ter muito respeito pelo nosso tempo e devemos saber aplicá-lo. É que há coisas que fazem muito mal à cabeça de um indivíduo. são piores que drogas... Vá, tens em nós amigos, Miúdo. Nós ajudamos-te!
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