31 dezembro 2006

Previsões para 2004 - Joca

Sou eu, o vidente de serviço, com um baralho made in Hong-Kong, mas pleno de ocidentais. As fotografias são de excelente qualidade em estilo technicolor, o que joga bem com o conteúdo. Acho até que este baralho é do início dos anos 60 e julgo que foi oferecido ao meu avô. As modelos parecem todas Marilyns na primeira Playboy.
Chamo a atenção para o discurso inicial onde refiro o problema das ilegais. Também já aqui escrevi sobre isso, porque me inquieta, mexe comigo. E em três anos não mudei a retórica. A isto chama-se coerência!

Previsões para 2004 - Miúdo

A vez do Miúdo com a sua bola enigmática. Ele, melhor do que eu, pode contar a história desta bola de bilhar com poderes mágicos. A verdade é que a nossa insanidade levou-nos ao ponto de consultarmos a bola em estúdio, enquanto gravávamos o disco “Natal” e logo a seguir o “Mulheres”, para saber se devíamos parar para jantar, prosseguir, para saber se o take estava bom… divertíamo-nos com aquilo, a bola acompanhava-nos para todo o lado, desabafávamos com ela e não há muito mais a dizer…
Um dia o Miúdo guardou a bola e nunca mais nos deixou jogar com ela. Foi uma pena, até porque para a história fica um fim de noite, depois de um concerto, em que alguém que nós conhecemos, com alguma credulidade, perguntou à bola se a filha iria ser feliz no casamento. A bola disse NO. A verdade é que se concretizou a profecia.

Previsões para 2004 - Vilhas

Inicio agora uma saga que terá 5 episódios, qual guerra das estrelas, onde recordo as previsões que fizemos exactamente há 3 anos na já saudosa NTV. O programa era o XPTO já aqui falado, com os anfitriões Ana e Luís, e nós fomos os bobos da corte do último programa de 2003.
As primeiras previsões ficaram a cargo do Rui Vilhena, o nosso Vilhas. E se fizermos agora o balanço, podemos atribuir ao nosso Prof. Caramba das Vozes, uma taxa de sucesso bem superior àquela que a Maya ou mesmo o saudoso Zandinga costumam ter (presumo que o Zandinga já não tenha). Senão vejamos: o Porto campeão europeu em 2004… e não é que foi? Portugal na final do Euro com a subtileza por parte do Rui de não dizer quem iria ser o vencedor… e não é que bate certo?
Pois é amigos, que se cuidem os tarólogos, as ciberbruxas, os videntes das estrelas e os professores feiticeiros, que num grupo a cappella há gente com poderes bem mais fortes que eles todos juntos.

30 dezembro 2006

Todos os nomes

Desde novo que os nomes, as marcas e os logótipos me cativam. Por isso ainda hoje quando passo por um nome estranho tento perceber o que se esconde atrás daquela sigla. Um exemplo? As camionetas que ostentam AVIC em letras grandes. Não descansei enquanto não descobri. E foi o José António, já aqui falado, que me elucidou: Auto Viação Irmãos Cunha. Genial. Reparem que se fosse só irmãos Cunha seríamos logo remetidos para uma salsicharia, ou para uma oficina de automóveis. AVIC permite viajar pela Europa sem vergonha, com a certeza de se ter ali uma carapaça para as misérias encerradas em auto viação ou até mesmo em irmãos Cunha.
Uma das técnicas que mais me fascina na invenção de marcas é aquilo que em música chamamos de retrógrado. Ainda pequeno, vi uma publicidade aos cofres Zamot. Nome sem significado e até muito pouco musical. Mas lendo ao contrário, descobri que o senhor da iluminada ideia se chama Tomáz! A partir daqui abriu-se um mundo novo para deslindar os enigmas que se escondem em nomes de lojas, marcas e até mesmo em nomes artísticos de ilusionistas (felizmente o nosso amigo Luís de Matos não foi por aqui. Seria horrível conhecê-lo por Siul ed Sotam). Assim, em Castanheiro do Ouro, para os lados de Lamego, passei por uma fábrica de camisas Rotiv que é do senhor Vítor, aqui no Porto são conhecidas as cozinhas Osnofa que pertencem ao senhor Afonso e nas estradas rolam autocarros com letras gordas “Viagens Solrac” que obviamente são pertença do senhor Carlos. Devo dizer que mais depressa viajava numa AVIC sem embraiagem e travões do que numa Solrac zero quilómetros. Solrac não inspira confiança a ninguém…
Numa estrada secundária para os lados de Paredes dei de caras com uma placa Assievom. Outro enigma, outro exercício mental. Na curva à frente tinha matado a charada: Móveis Sá. Um Sá destes merecia ser Gomes para ter um bacalhau em sua honra. Mas a mais fantástica utilização da técnica de retrógrado estava à vista de todos na Rua da Constituição, quem chega ao Marquês, em frente ao Gato Verde e Arpoador (quem é do burgo sabe onde é). Café ALEUZENEV. Podia ser um nome eslavo, podia, mas há 20 anos atrás não havia emigração de leste. Podia até ser um nome ditado por um proprietário com necessidades de terapia da fala e escrito sem correcção pelo notário, podia… mas não: técnica de retrógrado e lá temos Venezuela!
Venezuela é um daqueles sítios para onde não se vai. É um sítio onde se cai. É quando já não há Europa civilizada para ir, nem Estados Unidos menos civilizados que nos alberguem. É quando da Austrália já não nos dão visto e nem sequer há vagas nos voos da Varig para o Brasil. É quando se entra já na zona abaixo da linha de água e ficam as sobras. É tão mau que Deus depois de o fazer, de o ter destinado a falar castelhano e de ter programado para ter o Sr. Chavez como presidente, resolveu compensá-los com umas jazidas de petróleo para não ser acusado de parcial.
Por isso compreendo o nome e a necessidade de o ocultar tão bem. Mas convenhamos que marcar um encontro no aleuzenev e dizer o nome do café a um amigo é uma tarefa hercúlea. Quase impossível.Ou como diria o nosso querido Vilhas perante tal situação: !es-adof

28 dezembro 2006

A banana

Olá.

Depois de ausência prolongada, volto a este ninho.
Saúdo os meus colegas Joca e Miúdo por sagazmente e contra tudo e todos, paulatinamente, terem feito deste blog, uma referência nacional. Agradeço as centenas de comments, a expressarem a falta da faceta poética deste blog, anteriormente liderada por mim.
No entanto, hoje não irei postar um poema. Lembrei-me do P.U.N.-Projecto de Unidade Nacional. Intervenientes: Vozes da Rádio e Gaiteiros de Lisboa. Concerto histórico ocorrido no badalado Rivoli, em que para além da excelente música, foram denunciados vários assuntos polémicos da actualidade de então. Um dos quais o fiambrino. A qualidade deste. O sabor deste. A côr deste. O cheiro deste. O...
Actualmente a sociedade defronta-se com problema semelhante, com um sujeito diferente: A BANANA.
Fui alertado para este facto por um especialista que pediu o anonimato com medo de represálias. O comum dos mortais não faz ideia do que é o universo da banana. Parece que as bananas são todas iguais, que só varia o tamanho, se está verde ou madura, mas não. Temos que estar muito atentos ao comprar bananas, por isso, tentarei levantar apenas a ponta do véu, do mundo misterioso da banana.

Marcas de banana encontradas no mercado:

-Dolar
-Bonita
-Del Monte
-Chiquita
-Exelban
-Goldfinger
-Adria
-Bouba
-Pinalinda, mais conhecida por banana grande
-Martinique, conhecida por francesa ou banana dos pobres
-Flanbo
-Gipan
-Cipan
-Guadalupe
-Favorita

Nunca consumir a dos pobres que chega em mau estado.
Dentro destas marcas existem duas qualidades: 1ª extra, 2ªpremium (como nos automóveis).

Melhor banana:
Marca Canárias com 3 qualidades, acrescenta a 3ªsuper extra.
E ainda a banana da Madeira que é a melhor de todas, sendo apenas ultrapassada pela super extra das Canárias.

Há que ter cuidado com a banana francesa, há que consumir banana da Madeira.

Já diz o ditado, "mais vale pequena e trabalhadeira, do que grande e preguiçosa".

26 dezembro 2006

Distinção

Foi com muita honra e alegria que descobri que o nosso blog foi distinguido, neste universo blogosferico, pelo Conde de Abrunhos.
Apesar de mais republicanos que monárquicos, mais democratas que oligarcas, aceitamos de coração aberto o título de Duques do Porto com que fomos presenteados. Toda e qualquer comenda é sempre recebida com satisfação por estes cantores a vozes, sobretudo se der para derreter e trocar por psicotrópicos.
Com menos de 4 meses este espaço de opinião, promoção gratuita e imbecilidade colectiva começa a mostrar-se e a ser reconhecido pelos seus frequentadores.
A todos o nosso muito obrigado e um feliz 2007!

24 dezembro 2006

À espera do Natal II

Já aqui se disse que este ano para a reedição do álbum Natal resolvemos acrescentar dois temas. Um deles um clássico, o “Jingle Bells”, e outro um original.
O original “À espera do Natal” tem pouco mais de um mês, o que significa que ainda está verde nas nossas leves cabecinhas. Daí que, enquanto se montam luzes, microfones, colunas, se faz o som e se acertam níveis, aproveitemos para ir exercitando a canção.
O que aqui se vê passou-se em Viseu, na última quarta-feira, durante os ensaios da tarde. São 3 momentos diferentes para a mesma música. Chamo a atenção para 2 particularidades: a técnica hand in hand, que usamos com a handicam, fazendo-a circular enquanto cantávamos. Outra, está mesmo no finalzinho, e que é uma constante de há uns anos a esta parte. O Miúdo gosta de cantar um êxito do momento (que curiosamente já tem alguns anos) sempre bem perto de mim, porque sabe que não acho grande piada à música. Uma estranha forma de mostrar a sua amizade por mim, talvez.
Quanto ao Natal… ele aí vem a caminho. Chega hoje. A espera acabou. Vamos pois recebê-lo de braços abertos. Um Feliz Natal para todos!

23 dezembro 2006

Compras de Natal

O Natal é, entre muitas outras coisas, a febre consumista que nos afecta a todos, sem excepção. Mais do que o gastar compulsivamente, gosto de surpreender, nem que seja pela negativa.
Este ano a ânsia de ser diferente levou-me à Rua do Almada. O Jony, tão determinado no efeito surpresa quanto eu, apresentou-me uma loja de produtos russos!
O grande encanto é que podemos comprar produtos sem sabermos o que são, para que servem, como se usam. O rótulo é tudo, com aqueles caracteres todos torcidinhos como eles para aquelas bandas gostam de escrever. Depois o preço também pode ser determinante, mas esse está em euros o que facilita as coisas. Desta forma de certeza surpreendemos quem recebe.
Igualmente fascinante é o supermercado chinês (não confundir com o supermercado do chinês) que fica na Praça da República. Os rótulos são mais bonitos e os caracteres mais artísticos. O Jony já mais do que uma vez nos presenteou com produtos supostamente comestíveis desse supermercado. Lembro-me de uns rebuçados de gengibre que só não fizeram mais estragos porque nenhum de nós usa placa. Eram intragaveis e colavam melhor que supercola 3. Mas o encanto da descoberta é sempre o mais bonito.
Por isso, e porque amanhã ainda é dia de últimas compras, aqui fica a sugestão. A placa da loja é esta, para não entrarem numa loja de ferragens por engano.

Loja Russos! Lindo, não há que enganar. Podem até comprar o jornal desportivo lá da terra. Há lá melhor prenda neste Natal. Bom haver há... o nosso disco, mas esse já todos têm.

Elf yourself a merry little christmas


O natal consegue pôr o incauto cidadão assim!
Elfem-se também, e partilhem connosco a vossa figurinha. Feliz Natal para todos vós.

22 dezembro 2006

No regresso de Viseu


Como com certeza foram seguindo aqui no blog, estivemos na passada quarta-feira em Viseu a cantar o Natal, e não só. O concerto foi na aula magna do Instituto Politécnico e foi uma excelente noite, pelo menos para nós. Divertimo-nos, que é sempre o mais importante.
O Instituto tem uma televisão online que fez uma reportagem com os Senhores e filmou duas cançonetas. Podem ver-nos em www.ipv.pt/vtv ou ainda podem ler a crónica no blog www.politecnicodeviseu.blogspot.com.
Entretanto vou sair. Vou fazer umas comprinhas de Natal. Façam o mesmo e não se esqueçam do disco surpresa deste Natal!

O frio foi completamente dominado com o Dão servido durante o jantar. À saída do restaurante deparámo-nos com estes dois indigentes que nos cantaram as Janeiras. A troco de 1 moeda de 50 cents e uns cigarritos deixaram-nos em paz!

20 dezembro 2006

Memórias do Natal V

Esta memória é de 1999. Talvez por ser um ano mítico em termos de ficção científica, este foi o ano em que pior vestimos. Basta um rápido olhar pelas indumentárias dos Senhores para pensarmos logo em filmes de temática espacial com low-budget, ou em hardcore italiano dos anos 70. Há ainda a hipótese de se tratar de uma banda sueca da década de 80 com insuficiência de gosto.
Mas não. São portugueses mesmo no fim dos 90 com extrema necessidade de mudar de guarda-roupa.
Quanto à música, é mais um clássico de Natal que anos mais tarde seria gravado no disco Natal, já sem o Mário Alves, mas com o Miúdo em grande forma.
Resta ainda acrescentar que este foi um programa de Natal gravado em Miramar, ou na Granja aqui perto do Porto. Lembro-me que teve como apresentador o sr. Goucha e como convidado entre outros, o Quim Barreiros. Foi transmitido a 24 de Dezembro à noite, o dia em que não se liga a televisão à hora de jantar. Ainda bem!

19 dezembro 2006

Encontro histórico

Tinha doze anos quando ouvi pela primeira vez cantada uma zona que conhecia e perto de onde vivia. Foi uma alegria perceber que o Lima 5 tinha já direito a canção e ainda para mais com pronúncia. Assim conheci os “Trabalhadores do Comércio” e estávamos em 1980. Depois vieram o “Chamem a Pulissia” e o “Taquetinhu ou lebas no fucinho”. O humor, a ironia, os lugares e a pronúncia eram aqueles a que eu estava habituado. A música tinha proximidade com o Zappa que começava a conhecer e a admirar.
Depois, em 2001, nós, a Manuela, o Veloso, o Reininho e o Godinho fizemos o grand finale do Porto Cantado com o “Sim, soue um gaijo do Porto”, hino de todo o bem-nascido aqui no burgo: “sim, sou um gaijo do Porto / olha a grande nobidade / represento, bibo ou morto / o mau jeito da cidade”.
No domingo, dia 10, deu-se o nosso encontro histórico no estúdio The vault em Matosinhos. Fomos gravar no novo disco dos Trabalhadores do Comércio, o primeiro do século XXI, e com título Ebuloçom.
Mais do que poder cantar em Nortuguês e trocar os vês pelos bês, foi para mim um voltar aos 80s e à minha adolescência, e recordar os amigos, os colegas, os freaks, os passados, os punks, os flipados e os ganzados do Marquês, da Constituição, da Filipa, do Ofir e do Cenáculo.
Gravámos umas vozes de classe, melhores que as dos outros gaijos do Norte de Inglaterra. Aquilo tá melhor que o Dear Prudence! E mais ainda, tivemos que repetir um take, não por estar desafinado, mas porque algum traidor pronunciou salvar em vez de salbar! Biba os Trabalhadores do Comércio!

Final da sessão. Da esquerda para a direita como no futebol: Jony, Serjão, eu, Miúdo, Tomi e Jorge Filipe. Por motivos óbvios o Vilhas não está presente. Este é um trabalho só para gaijos do Porto. Ah! o miúdo deles, o João, esteve no estúdio mas à hora da foto já tinha bazado!

18 dezembro 2006

Próximos concertos de Natal

Hoje vi, pela primeira vez, os cartazes a anunciar os concertos de Natal. Estavam lindos, colados por baixo de um semi-tunel entre o Bom Sucesso e o mítico Shopping Brasília. Infelizmente estes não têm a última data correcta. Como já foi aqui anunciado, o próximo concerto de natal, no Porto, realizar-se-á no dia 21, próxima 5ª feira, no Auditório da Junta de Freguesia de Paranhos, pelas 21h30m. Mais, a norte: jogaremos em Viseu no dia 20, 4ª feira, na Aula Magna do Instituto Superior Politécnico. Pelos vistos, este concerto está esgotado, mas quem fizer questão, pode ser que se consiga arranjar alguma coisa... em troca de um presente!

17 dezembro 2006

Memórias do Natal IV

Mais uma recordação televisiva de Natal. Esta de 2003 e num canal que já não existe: a NTV. O programa chamava-se XPTO e supostamente era para os jovens malucos e inconscientes. Estávamos ali a apresentar o nosso disco Natal, que tinha sido editado por aqueles dias. Tudo cantado ao vivo, num espaço onde não caberia nem mais um, e com a apresentação de dois amigos: a Ana Rita e o Luís Oliveira. Neste momento quer ela, quer ele, deixaram esta nossa terra onde se gosta de viver e mudaram-se para a terra onde se tem de viver. Ela está na SIC e ele (companheiro de noites na Rádio Nova, durante a gravação do Dia dos Senhores) está na RTP. Para os nossos amiguinhos beijinhos, abraços e um Feliz Natal!

Última hora

Por motivos de força maior, o concerto previsto para hoje às 18h no Auditório da Junta de Freguesia de Paranhos foi adiado para quinta-feira às 21h30m. Até lá.

16 dezembro 2006

Disco de Natal


Respondendo a perguntas feitas quer aqui no blog, quer para o mail da página das Vozes da Rádio geral@vdr.com.pt, informa-se que o disco Natal, reedição 2006, encontra-se disponivel nas lojas Fnac do Grande Porto (Gaiashopping, Santa Catarina e Norteshopping), ou ainda através de envio à cobrança. Mais informações através do mail bezidroglio@gmail.com.
Feliz Natal.

15 dezembro 2006

Só para relembrar






















in jornal destak, essa maravilha da informação, que tanta e tão boa companhia faz a quem gosta de ler no w.c.

Como o Joca teve oportunidade de postar, estes vão ser os próximos locais onde estaremos para festejar o Natal, da forma mais harmoniosa possível. Portanto, não se esqueçam do bolo-rei, da oferta (e não "troca") de presentes, do espumante e da aclamação festiva. Estamos a contar convosco.

14 dezembro 2006

Concertos

Este fim-de-semana jogamos em casa e vamos cantar 3 dias seguidos aqui no Porto. Sexta-feira começamos no Auditório da Pasteleira, no sábado estaremos no Auditório de Aldoar e domingo no Auditório de Paranhos. Sexta e sábado às 21h30m e domingo às 18h00. A organização é do pelouro de Habitação e Acção Social da Câmara do Porto. O mote é o Natal e os lindos cânticos desta época tal e qual estão no nosso disco, mas com o calor do espectáculo logo se vê…
Prometemos, como de costume, animação, luz, cor (pelo menos 2 cores a julgar pela tez dos cantores do quinteto) e fantasia.

Na falta de ilustração mais decente coloco aqui estas fotos com apenas 1 semana. Referem-se ao concerto da semana passada. Lá em cima a mesa antes do ataque dos sefarditas. Em baixo o fim da refeição, já à espera do toque para cantar.

Postal de Natal

Aqui fica o lindo postal de Natal das Vozes da Rádio para este ano de 2006. Não foi pintado com a boca, nem com os pés, não ajuda nenhuma instituição de caridade, nem organização não governamental. Pode ajudar a nossa emérita obra, se quiserem depositar alguma gratificaçãozinha na conta com nib 0018 00031387 7147 02046
“Heresia, não te diz nada?” perguntou-me o Vilhas quando lhe mostrei esta obra de arte. Não, sinceramente não. A grande graça de ser um europeu ocidental civilizado é a de poder livremente divertir-me com a minha religião. Não é popular o ditado que diz que um “santo triste é um triste santo”? Pois eu até acredito que Ele lá em cima, também se diverte com este lindo presépio.
Entretanto e se quiserem enviar esta preciosidade a um qualquer inimigo podem ir a http://www.vdr.com.pt/ que o postal está lá para download.
Bom Natal!

10 dezembro 2006

Memórias do Natal III

Cá vai, tal como o prometido, mais uma memória de Natal. Esta, bem do fundinho do baú. Estávamos em 1991 e pela segunda vez apresentávamo-nos televisivamente. A versão do Silent Night aqui cantada é quase igual à que temos gravada no nosso disco “Natal”. Mudam uma meia dúzia de notas e o idioma. No “Natal” puxamos do nosso melhor alemão e cantamos na língua de Goethe, Beckenbauer e Werner Herzog.
Deste tempo resto eu. Os outros, quais Trotskis, foram sendo selectivamente apagados da fotografia. Para eles, um Feliz Natal! Ah, e para ver e rever está o Goucha e seu bigode estilo 91 e o nosso amigo Juca Magalhães quando ainda praticava basquete e apresentava programas de entretenimento. Foi mesmo há muito tempo.

Indignação

Este trabalho de escrever no blog transformou-me num rapaz mais atento ao mundo. Fazer um blogjob todos os dias, ou quase todos, espicaçou a minha consciência crítica e a intervenção social.
Por isso, foi com indignação que li no Público do dia 6, e ouvi na rádio, que mais dezanove cidadãs brasileiras que trabalham em casas de alterne de Trás-os-Montes, tinham sido identificadas pelo SEF como sendo ilegais, e poderão sofrer processos de expulsão do nosso país.
Estas cidadãs, que honestamente trabalham, são responsáveis pela estabilidade emocional no lar de muito construtor civil e autarca português. São o conforto de dirigentes desportivos. São o aconchego de muito capachinho e de muita unha feita na barbearia. Diria mesmo que são o esteio de muita família lusitana.
O SEF, que não sei quem é, anda constantemente a importunar quem apenas produz o amor e o bem. Em contrapartida deixa soltos, ilegalmente soltos, magotes de romenos nos semáforos. Estes ilegais que nada produzem, além do lixo que espalham junto ao seu posto de ataque, tentam-nos impingir fotocópias de orações ao Sagrado Coração de Jesus, purificadores do ar para carro ou pensos. Outras vezes riscam-nos os vidros dos carros, simulando estarem a lavá-los, sem o solicitarmos. Pior ainda, fazem o dantesco espectáculo de andarem com crianças com deficit de limpeza ao colo, e com cartazes escritos em português macarrónico.
Porque não são estes os deportados? Porque não são estes os identificados? Será que o tal de SEF não anda de carro? Será que só sai à noite e com destino a bares de alterne? Porque a minha consciência não me deixa calar, lavro aqui a minha indignação. Pronto, já está.

09 dezembro 2006

Memórias do Natal II

Este podia ser apenas mais um playback, num programa de Natal. Tão normal, que nem deveria constar aqui. Há, no entanto, particularidades que fazem dele um momento televisivo diferente.
Em primeiro lugar o apresentador. Sim, é ele, o Fernando Rocha. Se me contassem, mais depressa me acreditaria na participação do Pe. Vítor Melícias no júri da miss Playboy portuguesa, que na angélica apresentação do Fernando Rocha num programa de Natal. Mas eu estava lá e vi. O nosso conterrâneo deixou a rica e literária verve por cá e articulou um discurso próprio da época. Foi lindo.
Depois, se atentarem bem, há o fato que eu envergo, que não é igual aos demais. Na hora de nos vestirmos, abro o meu porta-fatos e reparo que as calças tinham ficado 300 kms a norte. Ainda propus irmos de cuecas, mas não foi acolhida com muito agrado a minha intenção. Nessa altura a Cristina Pereira, promotora da editora a quem estávamos ligados na altura, desata a bater em todos camarins a ver se alguma alma caridosa me podia valer. A solução foi rápida. O José Figueiras, outros dos apresentadores do programa, cedeu-me temporariamente o fatuncho dele e assim descobrimos que vestimos exactamente o mesmo número. A única diferença foi só a cor. Bem visto, o fato do Figueiras é castanho. Mas que me assentou bem, lá isso assentou…

06 dezembro 2006

Momento de união

Beija-me
na mão
e ficarei
como nadar
sem pé

ps: dedico este post ao Vilhas, jovem na flor da idade e que tem sido consumido pela paixão (a julgar pela aparente perda de peso e volume)

05 dezembro 2006

Comezainas

Dedicado à Tuna Meliches e à atenção do nosso Miúdo
“O bem que me sabe, pelo mal que me faz”. Ouvi esta frase já várias vezes, sobretudo a pessoas mais velhas. Nunca lhe atribui grande importância até à altura das primeiras fraquezas do fígado e do estômago.
Fui educado no princípio de bem comer e bem beber. Aprendizagem lenta e consolidada em lautos almoços e jantares que continua por essa vida fora. Estou constantemente a ser alvo de avaliação continua. O prazer de uma boa refeição e de uma boa companhia é único. E em grupo, como muitas vezes fazemos, sai a inspiração para os melhores momentos musicais.
Por isso não consigo perceber uma turma que vem a crescer de modo exponencial que se nega aos gostos da carne e do peixe. Ora, o nosso Miúdo é desta seita, o que mais do que me entristecer, preocupa-me imenso. Que homem teremos amanhã? Pois ninguém sabe…
Não entendo que prazer se pode ter num jantar de tofu ou de seitan mesmo que regado com um Douro de excepção. Que raio de gozo alimentar se consegue com a soja, seja estufada, seja sob a forma de sumo ou de leite. A justificação é sempre, não o sabor (se alguém o fizesse seria nesse mesmo instante rotulado por mim de disfuncional), mas o cuidarmos do nosso corpo, da nossa saúde.
Certa vez, um primo meu, rendido às maravilhas da medicina chinesa e da cozinha alternativa tentava, em vão, convencer o meu pai à conversão. O homem, do alto dos seus 70 anos, disse: “Alex, eu não quero morrer com saúde”. Sempre a aprender contigo, velho Prendas! Mas é obvio… que interesse existe em nos entregarmos ao coveiro com uma saúde de ferro? Faz-me lembrar os vendedores de automóveis em segunda mão que dizem sempre “tem 80 mil quilómetros mas está como novo”. Quem acredita? Para quê?
Tal como o faço em relação aos carros que fui tendo, também vou usando e abusando do meu cadáver… com moderação, é claro. O mal que me vem fazendo tem compensado o bem que me sabe.
Se um dia, esticado na mesa das autopsias, estiverem a ver o que se aproveita para outro mortal, quero que concluam que o meu fígado nem para iscas, que qualquer esponja do Continente funcionaria melhor que os meus rins, que os pulmões estão negros como “os teus olhos negros, negros, são gentios da Guiné” e que, se por acaso o médico tiver que aproveitar o que vou escondendo na bolsa escrotal, diga ao infeliz que os herda que “isto está aí, mas só dá mesmo para coçar. E com cuidado, senão desfazem-se”.
A vida é mesmo para ser vivida a cores. Bem aproveitada, no limite, algumas vezes, para se tirar proveito dela, sem escorregar para o outro lado. É para comer, beber… e dar azo à imaginação! Com moderação, é claro.

Cá estão os Senhores quando foram presenteados com umas sopas do Espírito Santo, acto gentil de boa gente do Faial.

04 dezembro 2006

Questões

A minutos de mais um ensaio, questiono-me:

  • escrevo um post mais elaborado e chego tarde ao ensaio?
  • escrevo um mísero de um post e chego a horas?
  • edito alguns vídeos de ensaios anteriores e nem sequer apareço lá?

Às vezes a vida consegue ser mesmo complicada...

03 dezembro 2006

Memórias do Natal I

Já submersos em Dezembro, aproveito para mostrar algumas das nossas apresentações natalícias.
O ano passado participámos no programa “Que Nadal!!” da Televisão da Galiza. O programa foi emitido na noite de Natal e a gravação ocorreu uns 3 dias antes. Passámos 2 dias de turismo cultural e religioso em Santiago de Compostela, com um salto até à Corunha. Nos intervalos gravámos o “Rudolph, the red nose reeinder” (que se pode ver aqui) e mais três excertos de canções de Natal.
Particularidades: esta é uma das últimas apresentações públicas do clarinete Prestige do Miúdo. Como aqui já foi relatado, este instrumento desapareceu misteriosamente uma noite, tendo abandonado o seu habitual local de repouso, a mala do carro do Tiago. Talvez já prenunciando o final dramático, o nosso clarinetista tem um final sem dó. Ou melhor, com dós a mais! Outra particularidade: estamos todos de cabelo curto, o que não devia acontecer desde 1995.
Bom Natal!

02 dezembro 2006

Um lindo conto de Natal

O Jony, já aqui o disse, é o meu colega das Vozes mais calado e mais discreto. Nas viagens cansamo-nos de não o ouvir falar. Nos dias mais eufóricos lá articula monossílabos como sim, não e humm (este com variadíssimas interpretações, conforme a entoação). É no entanto rapaz para nos surpreender em actos e acções, só ao alcance de pequenos demos.
Há 3 anos estávamos num daqueles habituais programas de Natal. Este era da tvi e julgo que se chamava “Há festa no hospital”. O local do crime foi o hospital da Estefânia em Lisboa.
Nas horas que antecederam a nossa entrada em cena, com o habitual desfile de toda a fauna e flora musical portuguesa, fomos instruídos para o seguinte: depois do playback deveríamos por um nariz de esponja e eu deveria dizer “as Vozes da Rádio apoiam a Missão Sorriso”. No entanto, o Jony tem um grande problema: é alérgico a esponja! Por isso ficou com a missão especial de mostrar para as câmaras o cd da Leopoldina. Como o cd era exemplar único naquela maratona, fomos massacrados horas a fio pelas meninas da produção e pela promotora da editora para que assim que saíssemos devolvêssemos o disquinho.
A apresentação esteve a cargo do mítico Carlos Ribeiro, também conhecido como o Júlio Isidro português, e depois do playback, lá pus eu o nariz de palhaço, e disse as palavras mágicas. O Jony, como as assistentes do Preço Certo, mostrou o disco e saímos a correr do palco.
De regresso e ao passar no posto de serviço de Santarém, Jony articula muitas palavras. Uma espécie de acto de contrição onde a frase “foi mais forte do que eu” foi repetida várias vezes, seguido de um ir ao bolso do casaco para nos dar o prazer de ouvirmos o disco da Leopoldina durante o resto da viagem. E assim foi durante algumas viagens. “Brinquedos, brinquedos, eles são a nossa maior alegria!”.

01 dezembro 2006

Ainda a propósito do Action Man

Há alguns anos, talvez 7, talvez 8, uma pequena amiga minha e do Mário Alves pediu-nos para a ajudarmos a participar na gala dos pequenos cantores da Figueira da Foz.
Aceitámos o desafio e logo o Mário escreveu dois textos: um falava sobre animais com falas trocadas e outro era de uma ironia tremenda e falava dos brinquedos bélicos que se oferecem às criancinhas. Era a canção de embalar o action-man.
As duas tiveram destinos diferentes. A do action-man, com certeza porque poderia ferir sensibilidades ou interesses, nem apurada foi. A outra como com certeza já estarão a adivinhar ganhou o prémio para melhor música desse ano (finalmente um espacinho para a minha arrogância. A partir do momento que decidimos ajudar a nossa amiguinha ficaram a concurso apenas os prémios de consolação, certo?). Sinceramente, sempre achei a canção do action-man bem melhor do que a outra. Aliás, bem me esforço neste momento para me recordar da outra… e não sai nada.
Quando avançámos para o disco de Natal pedi ao Mário para rever a letra original do action-man e acrescentar-lhe algum Natal. Foi coisa de minutos. No mail, passado muito pouco tempo, estava a letra do action-man conforme está gravada e uma outra que nunca foi gravada, nem nunca será, sob pena de Sodoma e Gomorra voltarem a ser destruídas.
Recordando as imagens que o Miúdo colocou aqui no blog com a Sofia e o Leonardo, gostaria de vos dizer que essa foi a viagem mais limpa que fizemos a Lisboa, até hoje. O habitual impropério deu lugar à conversa civilizada. O redundante tema feminino deu lugar às cartas ao Pai Natal. Confesso que ainda tentei subverter as crianças e criar um momento de televisão único (o programa foi em directo) insistindo com elas que mudassem apenas uma letra num dos versos. Era um A por um Ó. Deveriam fazê-lo e apontar ostensivamente para o Vilhas no momento musical da troca. Onde os meninos cantam “mas eu li no teu folheto/E lá vinha escrito a preto” deveriam cantar “mas eu li no teu folheto/E lá vinha escrito ó preto”. Era uma pedrada no charco, não duvido, mas elas, crianças lindas e bem-educadas, deitaram-me olhares de reprimenda e desisti da ideia.

Cazuza

Na segunda-feira, enquanto o Vilhas brilhou pela ausência, apareceu-nos na sala de ensaios o nosso amigo, já aqui citado, Carlos Figueiredo. O Carlos, além de ser um velho grande amigo, é também realizador dos nossos últimos vídeos “Tu lês em mim” e “Milu”. Ainda o desafiámos para cantar connosco (garanto-vos que tem uns graves de classe), mas ele preferiu ficar com a sua câmara a filmar uma pequena homenagem que fizemos ali mesmo, naquela hora, ao Cazuza. Pois é exactamente isso que podem ver aqui abaixo, o tema Luz Negra, escrito pouco tempo antes da luz do Cazuza se apagar. Hoje dia 1 de Dezembro, mais do que nunca, faz sentido colocar aqui esta canção.