Desde novo que os nomes, as marcas e os logótipos me cativam. Por isso ainda hoje quando passo por um nome estranho tento perceber o que se esconde atrás daquela sigla. Um exemplo? As camionetas que ostentam AVIC em letras grandes. Não descansei enquanto não descobri. E foi o José António, já aqui falado, que me elucidou: Auto Viação Irmãos Cunha. Genial. Reparem que se fosse só irmãos Cunha seríamos logo remetidos para uma salsicharia, ou para uma oficina de automóveis. AVIC permite viajar pela Europa sem vergonha, com a certeza de se ter ali uma carapaça para as misérias encerradas em auto viação ou até mesmo em irmãos Cunha.
Uma das técnicas que mais me fascina na invenção de marcas é aquilo que em música chamamos de retrógrado. Ainda pequeno, vi uma publicidade aos cofres Zamot. Nome sem significado e até muito pouco musical. Mas lendo ao contrário, descobri que o senhor da iluminada ideia se chama Tomáz! A partir daqui abriu-se um mundo novo para deslindar os enigmas que se escondem em nomes de lojas, marcas e até mesmo em nomes artísticos de ilusionistas (felizmente o nosso amigo Luís de Matos não foi por aqui. Seria horrível conhecê-lo por Siul ed Sotam). Assim, em Castanheiro do Ouro, para os lados de Lamego, passei por uma fábrica de camisas Rotiv que é do senhor Vítor, aqui no Porto são conhecidas as cozinhas Osnofa que pertencem ao senhor Afonso e nas estradas rolam autocarros com letras gordas “Viagens Solrac” que obviamente são pertença do senhor Carlos. Devo dizer que mais depressa viajava numa AVIC sem embraiagem e travões do que numa Solrac zero quilómetros. Solrac não inspira confiança a ninguém…
Numa estrada secundária para os lados de Paredes dei de caras com uma placa Assievom. Outro enigma, outro exercício mental. Na curva à frente tinha matado a charada: Móveis Sá. Um Sá destes merecia ser Gomes para ter um bacalhau em sua honra. Mas a mais fantástica utilização da técnica de retrógrado estava à vista de todos na Rua da Constituição, quem chega ao Marquês, em frente ao Gato Verde e Arpoador (quem é do burgo sabe onde é). Café ALEUZENEV. Podia ser um nome eslavo, podia, mas há 20 anos atrás não havia emigração de leste. Podia até ser um nome ditado por um proprietário com necessidades de terapia da fala e escrito sem correcção pelo notário, podia… mas não: técnica de retrógrado e lá temos Venezuela!
Venezuela é um daqueles sítios para onde não se vai. É um sítio onde se cai. É quando já não há Europa civilizada para ir, nem Estados Unidos menos civilizados que nos alberguem. É quando da Austrália já não nos dão visto e nem sequer há vagas nos voos da Varig para o Brasil. É quando se entra já na zona abaixo da linha de água e ficam as sobras. É tão mau que Deus depois de o fazer, de o ter destinado a falar castelhano e de ter programado para ter o Sr. Chavez como presidente, resolveu compensá-los com umas jazidas de petróleo para não ser acusado de parcial.
Por isso compreendo o nome e a necessidade de o ocultar tão bem. Mas convenhamos que marcar um encontro no aleuzenev e dizer o nome do café a um amigo é uma tarefa hercúlea. Quase impossível.Ou como diria o nosso querido Vilhas perante tal situação: !es-adof
Uma das técnicas que mais me fascina na invenção de marcas é aquilo que em música chamamos de retrógrado. Ainda pequeno, vi uma publicidade aos cofres Zamot. Nome sem significado e até muito pouco musical. Mas lendo ao contrário, descobri que o senhor da iluminada ideia se chama Tomáz! A partir daqui abriu-se um mundo novo para deslindar os enigmas que se escondem em nomes de lojas, marcas e até mesmo em nomes artísticos de ilusionistas (felizmente o nosso amigo Luís de Matos não foi por aqui. Seria horrível conhecê-lo por Siul ed Sotam). Assim, em Castanheiro do Ouro, para os lados de Lamego, passei por uma fábrica de camisas Rotiv que é do senhor Vítor, aqui no Porto são conhecidas as cozinhas Osnofa que pertencem ao senhor Afonso e nas estradas rolam autocarros com letras gordas “Viagens Solrac” que obviamente são pertença do senhor Carlos. Devo dizer que mais depressa viajava numa AVIC sem embraiagem e travões do que numa Solrac zero quilómetros. Solrac não inspira confiança a ninguém…
Numa estrada secundária para os lados de Paredes dei de caras com uma placa Assievom. Outro enigma, outro exercício mental. Na curva à frente tinha matado a charada: Móveis Sá. Um Sá destes merecia ser Gomes para ter um bacalhau em sua honra. Mas a mais fantástica utilização da técnica de retrógrado estava à vista de todos na Rua da Constituição, quem chega ao Marquês, em frente ao Gato Verde e Arpoador (quem é do burgo sabe onde é). Café ALEUZENEV. Podia ser um nome eslavo, podia, mas há 20 anos atrás não havia emigração de leste. Podia até ser um nome ditado por um proprietário com necessidades de terapia da fala e escrito sem correcção pelo notário, podia… mas não: técnica de retrógrado e lá temos Venezuela!
Venezuela é um daqueles sítios para onde não se vai. É um sítio onde se cai. É quando já não há Europa civilizada para ir, nem Estados Unidos menos civilizados que nos alberguem. É quando da Austrália já não nos dão visto e nem sequer há vagas nos voos da Varig para o Brasil. É quando se entra já na zona abaixo da linha de água e ficam as sobras. É tão mau que Deus depois de o fazer, de o ter destinado a falar castelhano e de ter programado para ter o Sr. Chavez como presidente, resolveu compensá-los com umas jazidas de petróleo para não ser acusado de parcial.
Por isso compreendo o nome e a necessidade de o ocultar tão bem. Mas convenhamos que marcar um encontro no aleuzenev e dizer o nome do café a um amigo é uma tarefa hercúlea. Quase impossível.Ou como diria o nosso querido Vilhas perante tal situação: !es-adof
6 comentários:
Caro Draspen,não conhecia a sua veia literária e essa perspicácia tão aguda.
Muito me apraz saber que por trás ou vá de retro(gado)-gado não me suou nada bem -suor?) enfim.......
já é tarde.- das siglas que diáriamente encontramos estariam ocultas mensagens subliminares como AME- Academia muito esquisita ( ou será de Espinho?) e Epme ( espero que paguem o mês.
De facto eu devo andar a abusar das tais substâncias que dão sono ou então ando a dormir já há muito tempo.
Um rabaço deste que tanto vos quer sou capaz de estar lá pela 5ª feira. Abra-se.
Caro Draspen,não conhecia a sua veia literária e essa perspicácia tão aguda.
Muito me apraz saber que por trás ou vá de retro(gado)-gado não me suou nada bem -suor?) enfim.......
já é tarde.- das siglas que diáriamente encontramos estariam ocultas mensagens subliminares como AME- Academia muito esquisita ( ou será de Espinho?) e Epme ( espero que paguem o mês.
De facto eu devo andar a abusar das tais substâncias que dão sono ou então ando a dormir já há muito tempo.
Um rabaço deste que tanto vos quer sou capaz de estar lá pela 5ª feira. Abra-se.
Amigo Arbaes! Destes enigmas gosto eu! Um pouco de concentração e o if passou a Se... depois é só ver se abre ou não.
Também as siglas tem um encanto proprio. Gosto muito de as utilizar s.q.n.c.p.q.p.e.s. (ok, eu ajudo: sobretudo quando ninguém consegue perceber que porra elas significam). Guardo memórias de troca de siglas... e olha que valeu a pena!
Um mob ona para it e aut ailimaf. 5ª lá estaremos. Recebo o abraço com alegria, mas declino o rabaço.
Sadnerp, the gifts
Coincidência ou não, também eu guardo memórias de trocas de siglas - ok, às vezes só resolvidas com a ajuda do autor (nem todos são dotados com "veia literário e perspicácia tão aguda") - e até de utilização da retrógada - de resolução consideravelmente mais rápida.
É sempre um prazer revisitar os vossos acessos de imbecilidade - no melhor sentido possível, até porque natal e fim de ano são festas de paz, harmonia e partilha (quem não recebeu a sms?!).
Um bom ano.
mn
olá!
Em primeiro lugar, um bom ano para todos!
Sei que este post não é muito recente, mas não podia deixar de comentar,pois eu também tenho essa curiosidade não só pelas siglas mas também pelas expressões que normalmente usamos, às vezes sem saber a sua origem, tal como o OK. Há uma sigla, de origem alfacinha que acho fantástica, que é a BICA( beba isto com açucar), ao qual alguns médicos não concordariam muito, face ao aumento dos triglicéridos, mas para quem gosta, sabe bem!!
Até qualquer dia,numa das suas aulas...
Anailil, P.M.E.
:D
Há muito que não me ria com um blog! Este post está "um must"!
Congrats!
Bom Ano, oidár ad sezov*!
Ih ih,
*parece um dos filmes do Leste que anunciava o Vasco Granja! ;0)
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