04 fevereiro 2008

Sobrinhas...

Há sensivelmente um ano atrás (isto do Carnaval não ter data fixa origina estas incertezas cronológicas) lamentava, aqui no tasco, o facto da informática me ter traído e não ter deixado colocar imagens condizentes com a época.
Teimoso como sou, esperei um ano para a vingança. Aqui está o nosso Carnaval, de frutas na cabeça, celebrado em pleno Outubro de 98, no Rivoli. Nessa altura o Herman 98, mudou-se de armas e bagagens para o Porto e era gravado no (na altura) Teatro Municipal do Rivoli. Nesta noite os convidados variavam entre o esoterismo e as conversas sobre a tentação da carne: lá estavam a Maya (que não a abelha) e seu Tarot e o Prof. Júlio Machado Vaz e as suas histórias.
Já agora aqui ficam duas daquelas histórias que fazem parte da memória do grupo. O tema Na Casa das Sobrinhas Solitárias foi feito originalmente para piano. Um dia toquei-o e o Mário Alves propôs-se fazer uma letra sobre aquilo. Não acreditei ser possível colocar palavras naquele fraseado tão recortado e que me remetia para as memórias dos chorinhos que ouvi em miúdo. Não foi preciso mais de um dia para receber uma chamada (no telefone fixo, amigos…) do Mário a cantar-me cada uma das notas com a respectiva sílaba. Tudo a bater certinho. Impossível ser melhor. O ambiente queiroziano do sobrinhismo resultou igualmente de forma perfeita. Se houve música onde a nossa dupla funcionou bem, foi esta. A gravação original foi feita no nosso segundo disco “Mappa do Coração” de 1997.
Passados uns anos estava a minha irmã num serão de Bossa-Nova no auditório da Católica e a tuna de lá cantou uma versão deste nosso tema. No fim foi apresentado como um original de um anónimo brasileiro! Sangue do mesmo sangue, não se deixou ficar e foi no fim falar com o responsável pela “alarvidade”. Para cúmulo o pobre rapaz, além de ter levado com os protestos da irmã de um dos autores, ainda confessou ser meu aluno! É óbvio que não deixei o caso assim, e nunca mais lhe dei uma positiva. Hipotequei completamente o seu futuro como músico! A vingança (tal como a que aqui celebro sobre a informática) serve-se sempre no tempo certo!
Bom Carnaval!


3 comentários:

São Rosas disse...

Nem me atrevo a perguntar como tendes a fruta agora, passado este tempo...

(Joca, eu não perguntei!)

Joca disse...

Querida São,

Não te vou responder... mas garanto-te que continua viçosa!Havendo dúvidas remeto-te (verbo bonito) para um dos nossos próximos espectáculos.

bjs

jp

São Rosas disse...

Fico contente por vós, se ainda remeteis!
(e vê lá que ainda não tinha esta palavra no DiciOrdinário)