23 agosto 2009

Arrumações de verão

Aproveito sempre estes dias para arrumar os discos duros e ganhar gigas e gigas de espaço, tanto é o lixo que vou armazenando durante o ano.
Este ano dediquei-me a uma limpeza mais profunda. Além de mandar o lixo para as malvas, resolvi arquivar os ficheiros com alguma ordem. E nesse trabalho quase arqueológico encontrei montes de pertences das Vozes: fotos, gravações, filmes e muita pauta.
Como há muito que não se pendura aqui no tasco musiquetas, peguei nestas imagens de ensaio já com barbas (são de Outubro de 2006) e resolvi espetá-las aqui, até porque verão é tempo de dunas.
Divirtam-se e aproveitem o sol.

3 comentários:

Tomi disse...

Já estava com saudades! Relembrei muita coisa! Gosto do final com realização BigShowSic!

Fantasia Musical disse...

Gosto imenso do vosso trabalho e imagino o prazer com que trabalham ;)

Pergunto-vos se não estão interessados em avançar um pouco mais pela chamada música erudita...

Joca disse...

Olá Fantasia Musical,

Agradeço muito as palavras. Como é óbvio gostamos de as ler e simultaneamente entender que as pessoas percebem que nós temos um prazer enorme no que fazemos. Somos de facto um grupo genuíno. Transmitimos aquilo que sentimos: uma alegria ilimitada.

Os elementos das Vozes estão quase todos ligados àquilo que se chama música erudita: há quem toque piano, há quem cante, há quem componha. Estamos quase todos ligados a instituições de ensino de música e passámos todos pelo ensino dito clássico.

As Vozes são exactamente a "libertação" desse mundo. Fazermos canções de Schubert a vozes, ou harmonizações de Bartok para vozes masculinas, ou mesmo as canções de taberna de Poulenc, não nos passa pela cabeça. Porquê? porque há quem o faça melhor que nós, porque já está mais do que bem gravado e bem cantado, porque nos retira uma das principais características deste quinteto: a singularidade e originalidade dos arranjos.

As Vozes da Rádio serão sempre as melhores do mundo a cantarem as suas próprias músicas, os seus próprios arranjos. Os seus concertos serão sempre únicos se forem feitos com as suas músicas e os seus arranjos. O prazer em fazer as coisas assim será sempre o maior por parte de todos os elementos.

Já agora acrescento uma coisa. Quando os meus alunos chegam com a ideia "original" de fazerem um grupo de camara para fazer Mozart, Brahms, ou qualquer outro compositor de quem já nem ossos restem, eu sou terrivelmente cruel e digo-lhes que não atravesso a rua para os ouvir! Porquê? Porque tenho nas minhas estantes toda essa música tocada por músicos brutalmente superiores a eles e não tenho já pachorra para ouvir música tocada de forma mediana. É para mim, perda de tempo e inconsequente. No entanto, não acabo aqui a conversa. Falo-lhes de grupos como o Opus Ensemble, e tantos outros, que souberam ser os maiores no que fazem, porque souberam ser originais.

Saudações musicais,

jp