O título deste esgalhanço é o refrão de um popular samba que marca para uns o fim de uma quadra festiva e para outros, em que se inclui este vosso amigo, o fecho de uma das mais deprimentes e lamentáveis épocas do ano.
O Carnaval que se vive por cá, é um triste espectáculo de mau gosto. Safam-se talvez os caretos de Podence porque são genuínos, ainda que com rituais um pouco pré-históricos e quase sempre tendo por cenário umas vivendas amarelas ao gosto dos emigrantes lá do sítio, o que torna tudo rústico demais.
Depois há as indescritíveis e pindéricas cópias de Carnavais de outras paragens com Escolas de Samba saídas das Casas do Povo, com tratores Kubota a puxarem atrelados duvidosamente decorados, com Toyotas Dina cheias de foliões em cima e com trigueiras de coxa roliça e alva pele, a sacolejarem o corpo numa aberração coreográfica que intitulam de dança, ou às vezes até mesmo de samba!
Há uns quatro anos atrás fui simpaticamente convidado para ser juri de um desses desfiles carnavalescos. Já fui juri de tunas, de desfiles sanjoaninos, de karaokes, de programas de televisão e de rádio, de muitos e variados exames e até de um concurso de misses... mas deste em especial, nem pensar! O amigo Manuel Leitão, nosso agente, para o bem e para o mal, lá teve de levar com a minha resposta clássica nestes casos: "Manel, nesse dia não, porque tenho de...". E nestas reticencias, deixo a vossa imaginação colocar toda uma série de acções inerentes à nossa condição humana, que podem justificar a ausência em qualquer evento. Esta é uma resposta-tipo com que habitualmente trabalhamos entre nós. O desfile de Carnaval do tal sítio ganhou com certeza um juri melhor, e eu ganhei a paz e o sossego de não ter de fazer um enorme frete.
O verdadeiro Carnaval vivemo-lo todos os dias, tantos são os disfarces que vemos à nossa volta e tantos são os palhaços que nos vão iludindo. Freeports, BPN's, BPP's, e tantos mais exemplos são os nosso verdadeiros carnavais e onde encontramos os verdadeiros palhaços. E esses, infelizmente, resistem o ano inteiro, resistem muitas vezes 4 anos e outros estão omnipresentes na nossa vida há décadas.
Há no entanto outros palhaços, que de vez em quando nos divertem. Nestes últimos dias voltamos a ouvir falar em censura, que só por si é uma palhaçada das grandes. Primeiro à volta do Magalhães, o que prova a santidade desta máquina perante os mais altos representantes da republica, e depois a capa de um livro. O livro não sei qual é, nem me interessa muito. "A Origem do Mundo" de Courbet, capa desse livro, já conhecia antes. Fui agora verificar que o homem descobriu essa origem e a pintou em 1866, alguns anos antes da PSP de Braga a encontrar num stand de livros e a confiscar, levando para a esquadra todos os exemplares, não se sabendo se tal imagem deu azo ao onanismo na caserna.
Por isso mesmo a espeto aqui no tasco. Mesmo lá em cima, está a maior palhaçada deste Carnaval. Vou agora ficar de olho na porta a ver se algum bigode fardado me vem cá apreender o computador. Se vier, vou poder finalmente brincar ao Carnaval. E se calhar vou passar a gostar desta época...
O Carnaval que se vive por cá, é um triste espectáculo de mau gosto. Safam-se talvez os caretos de Podence porque são genuínos, ainda que com rituais um pouco pré-históricos e quase sempre tendo por cenário umas vivendas amarelas ao gosto dos emigrantes lá do sítio, o que torna tudo rústico demais.
Depois há as indescritíveis e pindéricas cópias de Carnavais de outras paragens com Escolas de Samba saídas das Casas do Povo, com tratores Kubota a puxarem atrelados duvidosamente decorados, com Toyotas Dina cheias de foliões em cima e com trigueiras de coxa roliça e alva pele, a sacolejarem o corpo numa aberração coreográfica que intitulam de dança, ou às vezes até mesmo de samba!
Há uns quatro anos atrás fui simpaticamente convidado para ser juri de um desses desfiles carnavalescos. Já fui juri de tunas, de desfiles sanjoaninos, de karaokes, de programas de televisão e de rádio, de muitos e variados exames e até de um concurso de misses... mas deste em especial, nem pensar! O amigo Manuel Leitão, nosso agente, para o bem e para o mal, lá teve de levar com a minha resposta clássica nestes casos: "Manel, nesse dia não, porque tenho de...". E nestas reticencias, deixo a vossa imaginação colocar toda uma série de acções inerentes à nossa condição humana, que podem justificar a ausência em qualquer evento. Esta é uma resposta-tipo com que habitualmente trabalhamos entre nós. O desfile de Carnaval do tal sítio ganhou com certeza um juri melhor, e eu ganhei a paz e o sossego de não ter de fazer um enorme frete.
O verdadeiro Carnaval vivemo-lo todos os dias, tantos são os disfarces que vemos à nossa volta e tantos são os palhaços que nos vão iludindo. Freeports, BPN's, BPP's, e tantos mais exemplos são os nosso verdadeiros carnavais e onde encontramos os verdadeiros palhaços. E esses, infelizmente, resistem o ano inteiro, resistem muitas vezes 4 anos e outros estão omnipresentes na nossa vida há décadas.
Há no entanto outros palhaços, que de vez em quando nos divertem. Nestes últimos dias voltamos a ouvir falar em censura, que só por si é uma palhaçada das grandes. Primeiro à volta do Magalhães, o que prova a santidade desta máquina perante os mais altos representantes da republica, e depois a capa de um livro. O livro não sei qual é, nem me interessa muito. "A Origem do Mundo" de Courbet, capa desse livro, já conhecia antes. Fui agora verificar que o homem descobriu essa origem e a pintou em 1866, alguns anos antes da PSP de Braga a encontrar num stand de livros e a confiscar, levando para a esquadra todos os exemplares, não se sabendo se tal imagem deu azo ao onanismo na caserna.
Por isso mesmo a espeto aqui no tasco. Mesmo lá em cima, está a maior palhaçada deste Carnaval. Vou agora ficar de olho na porta a ver se algum bigode fardado me vem cá apreender o computador. Se vier, vou poder finalmente brincar ao Carnaval. E se calhar vou passar a gostar desta época...
3 comentários:
Não gosto da quadra mas gosto do quadro.
O Raim descobriu a ligação:
http://afundasao.blogspot.com/2009/02/em-braga.html
e apresenta alternativas da Associação dos Coiffeurs:
http://afundasao.blogspot.com/2009/02/em-solidariedade-com-psp-de-braga.html
Vocês julgam que o polícia era estúpido, não é? Pobres inocentes: se se estava em Braga, é logico que faltava o bragal, a fazer de taipal ao coiso e tal...
Avec le temps...
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