Aqui se continua a explicar cada um dos temas do novo disco Pérolas e Porcos. Hoje chega a vez do Capitão Moura.
O convite para fazer o Hino do Capitão Moura veio pelo telefone e pela voz do Sérgio Sousa, amigo e companheiro no programa Dia dos Senhores, que com ele fizemos na Rádio Nova em 2002. Hoje, o Sérgio, além de animar as manhãs da Nova, está também na produtora que faz o magnífico Liga dos Últimos. O tema foi feito em pouco tempo (os prazos nestas coisas costumam ser "para a semana") e recordo-me de o ter acabado de misturar algures num hotel na Galiza (talvez Bueu), numa tarde de Abril do ano passado.
Quanto ao texto permitam-me dois comentários. O primeiro foi a necessidade que havia em mencionar o presunto como troféu para o vencedor do Prémio Capitão Moura. Ora meter um presunto numa letra não é das coisas mais fáceis do mundo. Em segundo lugar, o carácter contestatário da canção... hoje ri-me, ao ler no Público, que o novo tema dos Xutos está a gerar burburinho por ter lá no meio um "desculpe Sr. Engenheiro...". Ora meus amigos, há um ano atrás já nós dizíamos que o Capitão Moura "é melhor que o Engenheiro"! Infelizmente nem o B.E., nem o P.P. repararam... Mas isto de estarmos à frente do nosso próprio tempo é já costume e recorrente na nossa carreira. Quem nos conhece sabe disso...
O convite para fazer o Hino do Capitão Moura veio pelo telefone e pela voz do Sérgio Sousa, amigo e companheiro no programa Dia dos Senhores, que com ele fizemos na Rádio Nova em 2002. Hoje, o Sérgio, além de animar as manhãs da Nova, está também na produtora que faz o magnífico Liga dos Últimos. O tema foi feito em pouco tempo (os prazos nestas coisas costumam ser "para a semana") e recordo-me de o ter acabado de misturar algures num hotel na Galiza (talvez Bueu), numa tarde de Abril do ano passado.
Quanto ao texto permitam-me dois comentários. O primeiro foi a necessidade que havia em mencionar o presunto como troféu para o vencedor do Prémio Capitão Moura. Ora meter um presunto numa letra não é das coisas mais fáceis do mundo. Em segundo lugar, o carácter contestatário da canção... hoje ri-me, ao ler no Público, que o novo tema dos Xutos está a gerar burburinho por ter lá no meio um "desculpe Sr. Engenheiro...". Ora meus amigos, há um ano atrás já nós dizíamos que o Capitão Moura "é melhor que o Engenheiro"! Infelizmente nem o B.E., nem o P.P. repararam... Mas isto de estarmos à frente do nosso próprio tempo é já costume e recorrente na nossa carreira. Quem nos conhece sabe disso...
Capitão Moura
Capitão Moura
És o nosso herói
Tens do Gandhi o coração
E a coragem de um cowboy
Capitão Moura
És a luz de todos nós
Do pai, da mãe e da tia
E dos egrégios avós
És a força do oprimido
Dominas qualquer assunto
Vamos te homenagear
Sob a forma de presunto
Capitão Moura
De discurso altaneiro
Vem, governa esta nação
És melhor que o Engenheiro.
És o nosso herói
Tens do Gandhi o coração
E a coragem de um cowboy
Capitão Moura
És a luz de todos nós
Do pai, da mãe e da tia
E dos egrégios avós
És a força do oprimido
Dominas qualquer assunto
Vamos te homenagear
Sob a forma de presunto
Capitão Moura
De discurso altaneiro
Vem, governa esta nação
És melhor que o Engenheiro.
O vídeo aqui fica. Como podem ver tem um erro: é sob a forma e não sobre a forma. E tem uma sexta napolitana na cadência final que foi lá colocada com propósitos pedagógicos... é mais fácil explicá-las assim do que com Chopin...
4 comentários:
É o que dá serem do Porto...
E também por isso é que são bons! ;-)
Sempre à frente!
Abraços
A ideia do Público apresentar os Xutos como grupo contestatário é, no mínimo, para rir. Quem conhece bem a carreira do grupo e sabe ler nas entrelinhas percebe que é fácil ser "contestatário" quando se é levado ao colo pelos media. Ao contrário dos Xutos, as Vozes têm assumido, na sua carreira intervencionista a cappella (claramente inspirada no saudoso GAC, que congregou alguns dos maiores e mais sociáveis democratas da cena musical portuguesa) uma postura justa, honesta, coerente e imparcial...
Rosa Y Casaco,
Voz sábia a tua que nos revês em tão ilustres referências. A nossa voz poderia ser a do "tractor, quando usado com amor" de Sérgio Godinho, ou a de Luís Cília em "O povo unido, jamais será vencido" ou ainda no "Dai-li-dai-li-dou" dos Green Windows. Estes três excelentes exemplos de mensagem só não só nossos, porque alguns de nós nessa altura, ainda habitávamos as partes escondidas dos nossos pais, sob a protecção de um tecido rugoso.
Abraço para ti, que estás na diáspora!
jp
Guilherme
O Porto humido, já mais será vencido!
abs
jp
Se .. eu tivesse dúvidas sobre os beneficios da Tal dita "Liberdade" conquistada à 35 anos atrás, hoje sem dúvida que as tinha perdido.
Jamais seria possível utilizarmos o nosso espirito critico com Arte desta forma sem a conquista da Liberdade de expressão.
A todos os capitães de Abril e a Voces que dão voz a "Abril" com sentido de humor os meus parabens e o meu muito obrigado.
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