31 março 2011

Cultura holandesa



Na passada terça enquanto faziamos um árduo ensaio para o concerto de hoje com os Expensive Soul, discutimos e observamos aquilo que é o melhor do cinema holandês. Eu mostrei-me muito crítico em relação à performance dos atores e principalmente das atrizes, e quase era espancado pelos meus colegas, que ainda não entenderam o meu gosto estético.

Por isso mesmo, aqui deixo um video também muito cinematográfico, duma cantora holandesa que eu admiro muito, se bem que numa estética sonora, não visual, que já começa a chatear. No entanto é uma "grande" senhora, uma "grande" voz, uma "grande" filha da cultura holandesa!

30 março 2011

Amanhã

Já aqui disse que considero o Newmax um dos mais criativos músicos da nova geração. Por isso mesmo, quando em 2007 gravámos o "Sete e Pico..." o nome dele foi logo dos primeiros que nos surgiu para cantar connosco. No único disco que fizemos com convidados ele está lá a cantar (brilhantemente) o Vi-te Picar no Ouriço. Dois anos depois esteve no DVD ao vivo que fizemos com os Mafras. O arco etário, quando estivemos todos em palco nesse fim-de-semana de Maio, era digno de figurar no Guinness! Amanhã somos nós os convidados da festa dos Expensive Soul na Casa da Música. O que vamos cantar é surpresa. Gostava de vos convidar a todos para lá irem, mas a lotação esgotou logo na primeira semana. Os moços merecem. Quanto a nós, e após um período de hibernação voltamos assim às cantorias, enquanto laboratorialmente preparamos a festa dos 20 anos. Para já dou-vos nada quanto a estes 20 anos, mas prometo festa de arromba! Por falar em dar nada, deixo-vos os Expensive Soul numa cidade eu onde era capaz de viver... e todos sabem que quem me tira o Porto, tira-me a alma!

28 março 2011

Há dias...

Há dias que acordamos e está a chover, há dias sem governo (décadas), há dias em que vai tudo a baixo, há dias de grandes ondas, há dias sem emprego, há dias sem transportes, há dias de aumento(só de preços), há dias;
há dias de amor, há dias de desespero, há dias de mágoa, há dias de saudade, há dias nem por isso, há dias.
Que dias estes que quase nunca chegam a ser DIAS.

25 março 2011

Na casa da música com ...Expensive Soul!

Os Expensive Soul preparam-se para o próximo concerto, no dia 31 de Março, na Casa da Música. A Demo e New Max, juntam-se Virgul e... ao que parece...Vozes da Rádio! O mais recente trabalho dos nossos amigos chama-se "Utopia", num formato essencialmente acústico - "Concertos Íntimos". Mais não dizemos... apareçam para ver!

24 março 2011

Relax


E para descontrair nestes tempos incertos, deixo aqui uma bela melodia, de tempos também incertos, pré segunda grande guerra, brilhantemente recriada por estes meus grandes amigos.
Um abraço para eles e para a família, e se puder vou lá pelo Natal.

23 março 2011

WoodPECkers from space

E pronto! Foi tudo ao ar! Para marcar tão singelo acontecimento aqui fica uma recordação:



E porque há coisas mais sérias na vida...

Estávamos em 96 e vinhamos de um concerto no Algarve. A caminho parámos em Lisboa num teatro que não me ocorre o nome, de onde era transmitido um programa de tv. Tudo em directo: som e imagem. Dessa vez não houve playback e fizemos a vontade do convidado central desse programa: cantámos o tema Ternura do nosso primeiro disco "Bruxas, Heróis e Males d'Amor". Que honra foi na altura ser escolhido por uma verdadeira voz da rádio! Hoje há menos um bom aqui no lugar dos vivos, mas lá no sótão há de certeza mais animação. Um enorme abraço para o Artur Agostinho, ele sim a voz da rádio.

22 março 2011

O Calor

Tem estado bom, mais quente. A primavera trouxe-nos uma agradável subida da temperatura. Por isso, nada melhor do que adquirir uma belíssima t-shirt Vozes da Rádio! É tão fiável investir numa t-shirt destas como investir em ouro! Façam como o Gil (ex mascote da Expo98 e actual baterista de luxo) e vejam o seu ar de satisfação: completamente anti-crise!


Se já tiverem a bela da t-shirt, mandem-nos fotos com ela! Se não tiverem, mandem fotos na mesma!

21 março 2011

Poema para tempos modernos II

Pegando no tema do meu querido amigo Joca e agregando-me ao grupo dos poetas pouco e mal dotados, sugerindo até a distinção ortográfica de "Puetas" para que não seja confundido com os verdadeiros.
Assim, e provavelmente enquanto o Joca escrevia o seu poema, também eu me inspirava para um também. Preso numa das ruas do Porto, devido ao corte de trânsito por alguma coisa que um agente Socratiano se recusou a dizer a razão, pois a sua função era essa mesma, o corte.
Digo Socratiano pois não consegui ver a plaquinha com seu nome, tal era a pequena multidão que se juntou à sua volta fazendo perguntas acerca do corte que levou àquela confusão. Ouvi algumas sugestões para o seu nome mas não me parece que estivessem escritas da dita. Apenas retenho o seu sorriso e o abanar da cabeça dizendo "Não tenho que justificar". De corte em corte, Abrunhosa, canta assim:

Era uma vez um cavalo
Que andava num lindo carrossel
Tinha as orelhas espetadas
E a cabeça era feita de papel

A cortar, trá, lá, lá
Sem parar, trá, lá, lá
O país já não sai do seu lugar.(bis)

19 março 2011

Poema para tempos modernos

A minha arte para versejar nunca foi grande coisa. Na realidade as quadras saem-me com a mesma facilidade com que qualquer libio se arrisca a ser bombardeado no dia de hoje, mas regra geral o que me sai é lixo, ou porcaria, ou imoralidade.
Não tenho a elevação dos grandes poetas, nem as imagens ricas dos nossos letristas. Faço rimas em ão, ar e er... e poucas variações sobre isto. Já pensei até desafiar-me a escrever um disco todo de coisas sem interesse tendo como limite o relógio: 6 horas para letras, músicas e arranjos para as Vozes. Sem ser um repentista, como os cantadores do Nordeste Brasileiro ou os nossos Minhotos do canto ao desafio, a porcaria sai-me com facilidade. Infelizmente só sai mesmo porcaria. Ontem enquanto ouvia pela enésima vez as notícias sobre o PEC, a crise política, o FMI e o provável FIM, surgiu-me uma ideia para uma letra, que gostaria muito de ver cantada pelo nosso amigo Quim Barreiros. Aqui fica para todos, aquilo que eu, o noticiário e o trânsito parimos a meias:


A coisa já corre mal
Para toda a populaça
A desgraça nacional
De quem já anda sem massa

Ainda assim arranjei
Forma de mais ir buscar
Nem o gajo do bolo-rei
Me iria atrapalhar

Fui mostrar aos grandalhões
O meu PEC bem aberto
E eles, espertalhões
Disseram-me que estava certo!

Vou com ele até à morte
E só o mostro a quem merece
Se és da terra não tens sorte
Nem mesmo se fores PS

Tens de falar estrangeiro
Para o veres até ao fundo
Sou agora mensageiro
Do melhor PEC do mundo!

Eu abro o PEC,
Pra quem lá quiser meter
Eu mostro o PEC,
A quem me der de comer
Eu dou o PEC
Aos grandes do estrangeiro
Eu amo o PEC
E quem me fez engenheiro!

18 março 2011

É já amanhã...

Qual o miúdo que não vê no seu Pai o seu super herói? Aquele alto exemplo, o melhor de todos, o mais valente, o que bate em todos! :)
Pois não pudemos deixar de prestar uma homenagem aos nossos grandes super heróis, aqueles que nos mudaram as fraldas, que nos vestiram, que nos contaram histórias, que nos deram uma palmada quando era bem necessária. Que nos fizeram o que somos hoje!
Assim, uma homenagem aos nossos Super-Omes, os nossos Pais... e ora bem...a alguns de nós que também já o somos...




Nós e a orquestra clássica de Espinho, no coliseu do Porto, a 30 de Dezembro de 2007.

17 março 2011

Turbó Vozes


Inauguro aqui um novo tema neste tasco. Automóveis. Os meus colegas sabem que sou um apreciador e expert neste tema, sendo dono de uma frota considerável de automóveis, e apaixonado por uma marca em particular, predominante nessa frota em cerca de 95%: Matchbox.
No entanto não é dessa marca que falo hoje, mas sim da marca Dacia, uma holding da Renault.
Em tempos de crise, e quando uma vez mais o governo se prepara para aumentar o imposto automóvel, esta é uma marca acessivel a todos, e de uma qualidade a toda a prova.
No video podemos ver como estes carros são feitos à mão (handmade), por trabalhadores altamente especializados, que dominam inclusivamente a técnica do joelho (knee tecnic), procedimento utilizado até agora em marcas de luxo como a Bentley e Aston Martin. Esta técnica foi igualmente adaptada ao Muay Thay, igualmente com bons resultados quando aplicada de forma correcta.
Dacia, o poder do joelho

16 março 2011

Sinal de esperança

Por aqui têm sido ditas palavras azedas, escritos irónicos, esgalhanços de desesperança. Eu próprio, que tenho por costume ser bastante optimista, também tenho sucumbido a esta nuvem negra, não-radioactiva, que nos assola e que nos atira com crise e pec a uma face e à outra com lucros, ordenados e prémios gigantescos. Neste jogo desigual PEC 4 - Povo 0, onde o árbitro é ladrão e a equipa que ganha já há muito devia ter sido expulsa, parece não haver motivos para sequer continuar no desafio...
Felizmente pude ir uns dias a Londres onde fui mostrar o que de bem ainda sabemos fazer neste país e lançar a saudável inveja a tantos congéneres europeus que, incrédulos, descobrem que neste lamaçal (que já foi pântano em 2001) se trabalha bem. Se por vezes é na mais imunda estrumeira que nasce a melhor flor, garanto-vos que fui falar para algumas centenas de um lindo bouquet português.
Tive também oportunidade de ver sinais de esperança. Vi, por exemplo, esperança na ópera. Sim! Na mesma ópera que muito raramente me cativa, quantas vezes vulgar, chata, previsível, de temática desinteressante e argumento patético. Fui ver a Anna Nicole, uma ópera novinha em folha, estreada há umas semanas atrás. A ironia e o sarcasmo estiveram sempre em cena. O sonho americano, o star-sistem, os implantes de silicone e a vida fútil passaram ali no palco com uma eficiência e assertividade incríveis. No final, o azedo fica no ar e a heroína mata e morre. Além da excelente qualidade da música e do libretto, as vozes e o coro eram irrepreensíveis. Cereja no topo: havia um pequeno trio jazz que tocava lá no meio com o John Paul Jones (ex-Led Zeppelin) no baixo e Peter Erskine (ex-Weather Report) na bateria... Quando é que eu pensaria alguma vez ver dois heróis da adolescência a tocar numa ópera? Nunca!
Se há esperança na ópera, então meus caros, há esperança na vida! A Anna Nicole morreu, sucumbindo à futilidade e à falsa vida que viveu. Vamos lá tentar viver com a dura realidade, porque no final custa bem menos... ao fim e ao cabo já todos sabemos que na falsidade andámos todos a viver nos últimos 20 anos, e deu no que deu!
De aperitivo aqui ficam as imagens possíveis da ópera que vi na Royal pera House.

15 março 2011

14 março 2011

Março quase Abril

Nestes 20 anos de cantorias muito temos falado também. Nunca perdemos a oportunidade de à rasca ou não mas sempre de uma forma deliberadamente parva "alfinetar" o sistema político e de quando em vez os próprios.
É um facto que o problema de hoje em relação aos políticos é o respeito. Os próprios não se fizeram respeitar. Aos poucos foram perdendo a vergonha. Pois aos poucos vão ter que ser corridos. O meu amigo Jorge falava em novas reformas e desta vez sem cravos. Estou disponível para ir dar umas boas palmadas a alguns dos vigaristas e ladrões que teimam em não sair pela porta do fundo. Já que os outros(ainda acredito que alguns serão boa gente) não tiram as mãozinhas dos bolsos...
Há dois anos cantávamos a propósito de deputados que foram "obrigados" a manter uma disciplina de voto:

11 março 2011

Recordar é viver!

No próximo dia 16 de Março o Coro das Famílias Reais faz anos! Quem participou, organizou e esteve presente nas 3 sessões que fizeram parte deste desafio, não pode ficar indiferente! Foram 23 Famílias, 109 elementos e nós, as Vozes. Propusemos-nos apresentar, na sala 2 da Casa da Música, 12 temas com 3 dias de trabalho mútuo distribuídos por 3 meses. Usámos o YouTube e o e-mail como grandes ajudas virtuais. Cantámos originais e versões e houve famílias que percorreram kilómetros para estarem presentes. Faz agora 3 anos que já andava um nervoso miudinho no ar! ;)


10 março 2011

Eu já moro no automóvel...


Eu continuo a achar os Invernos frios.
E a ficarmos sem casa, é por causa da crise.
Será que os ursos são os causadores da crise?

09 março 2011

Cinzas

Pois muito bem, cá chegamos a quarta-feira dita de cinzas para os crentes e foliões que hoje enterram a alegria, a farpela e o sorriso. Para nós Vozes, como disse o Tomi e o Miúdo em escritos anteriores, a alegria é constante mesmo em tempos difíceis como estes que atravessamos.

Para provar isso mesmo, digo-vos que ainda hoje, o tal dia cinzento dos calendariodependentes, despertei a mente e os ouvidos dos meus colegas cantores para as músicas do grande Vítor Rua, outrora GNR, e hoje mais uma voz na luta. Não sei se ele cita passagens do nosso presidente da Republica no seu discurso de posse, mas este tema parece-me mesmo saído do Palácio de Belém... e não só. Haverá com certeza milhões com vontade de o entoarem a uma só voz. Da mesma maneira como este aqui, com direito a linguagem gestual e tudo.

Vinicius de Moraes dizia que a felicidade do pobre parece a grande ilusão do Carnaval... e no refrão dava-nos essa chicotada cantando: tristeza não tem fim, felicidade sim. Sejamos ricos de espírito, que a vida não dá para mais sem essa coisa do " tudo se acabar na quarta-feira"!

Assim sendo e para o espírito dos que se afectam pelo dia das cinzas voltar à tona, aqui vos deixo um excelente exemplo de música feita na Nova Zelândia, mas que podia ter sido gravado em qualquer EB 2/3 do nosso Portugal, onde se insiste no ensino deste instrumento execrável, fazendo crer aos pobres alunos que tocam alguma coisa de jeito.

08 março 2011

Disfarces

Chegou o dia. O dia nunca é lá muito interessante... O pessoal prefere as vésperas para dar largas à imaginação. Apesar de não me interessar pelo Carnaval, confesso que ontem vi coisas lindas, na noite portuense. Disfarces para todos os gostos. Gostei muito de uma cabeça de cavalo, bem como de uns cogumelos, na Casa de Ló. No Piolho, vi uns M&M's engraçados, uma cartas de um baralho, algumas freiras sensuais e, principalmente, muitos disfarçados de bêbedos. Mas nunca preferi o óbvio... Basta andar atento pelas ruas da cidade para perceber que também elas têm direito a disfarces (foi inevitável pensar na São Rosas...)


E porque pode fazer sentido, partilho com todos algo que um aluno meu me mostrou. Uma banda interessante, com 4 músicos de referência. Reconheci imediatamente 3, mas não sei bem de onde... O vocalista está perfeitamente enquadrado na época que atravessamos. Espreitem o vídeo e tenham um bom resto de dia.

07 março 2011

Viva a alegria, Viva o CARNAVAL

Esta é a época da alegria. É bom festejar a alegria! Claro que nas Vozes da Rádio o sentido de festejar a alegria é apenas mais um momento sem sentido. Todos os momentos são alegóricos, não faltam os Zés-Pereiras os gigantones ou as metrafonas e não há ministro que escape a este corso vocal.
Haverá nisto alguma harmonia ou serão 20 anos em moinho de areia? Esperemos pelo resto de 2011!
Entretanto Viva o Carnaval!

04 março 2011

É Carnaval...ninguém leva a mal...

(O Vilhas mascarou-se de Homem Invisível...)


























03 março 2011

Portugal tem talento



Recentemente, desloquei-me ao Teatro São João, para assistir a "Sombras", de Ricardo Pais, o senhor que também é júri no Portugal tem talento. Recomendo. Bons actores, bons músicos, excelente imagem e uma bela história. Pena ter ficado a pensar qual o significado da primeira frase, e não ter apanhado mais nada.
Igualmente excelentes os dois fadistas, Raquel Tavares e José Manuel Barreto. Este último era um desconhecido para mim, e por ter cantado divinalmente na peça, partilho aqui a sua arte. Arte é também este video/clip/animação, que acompanha o fadinho.
Espero que gostem.

02 março 2011

London london

Amigos, cá estou eu mais uma vez na ilha que olha para o continente como se ele fosse as suas Berlengas. Estar em Londres é comer comida étnica, andar de metro, ouvir português de vez em quando, reencontrar amigos, ver e ouvir coisas novas, ter frio, arranjar adaptador para as tomadas, olhar duas e três vezes quando se atravessa a rua, cruzar com a Laurie Anderson no Barbican, perceber que além das letras e do logotipo serem iguais também a programação da itv é tão má como a da tvi, é entrar de graça em museus e é recordar a música que o Caetano Veloso fez quando por cá viveu. E hoje, tal como ele, cantei no caminho para o hotel:

I'm wandering round and round, nowhere to go
I'm lonely in London, London is lovely so
I cross the streets without fear
Everybody keeps the way clear
I know I know no one here to say hello


01 março 2011

Anjos & Friends

As Vozes fazem 20 anos. Nada de novo até aqui. Eu festejei os 10 anos das Vozes com as mesmas, no Rivoli. Nessa altura, ainda substituía o Mário Alves quando ele não podia alinhar com os restantes meninos. Para mim, começar a cantar com um grupo que conhecia, foi algo surpreendente. Desde a difícil "audição" até aos dias de hoje, vou somando aventuras que dariam, seguramente, para um livro... de bolso. A que hoje vou partilhar aconteceu onde actualmente se situa o Hard Club, no antigo edifício do Mercado Ferreira Borges. Soube que eles iam cantar com os Anjos, os irmãos Rosado. O Mário podia ir. Significava que ia ficar por casa, como normalmente acontecia quando o quinteto estava completo. No entanto, essa noite foi diferente... Recebi ao final da tarde um telefonema do Jojó, perguntando-me se não queria aparecer por lá, que seria fixe e tal... Fiquei surpreso, nunca tal tinha acontecido! Pensei que podia ser um gesto carinhoso e cuidado, de integração, pois na altura ainda era um miúdo (de verdade) e mal os conhecia. Decidi ir. Grande erro!

Ora, se fosse hoje, saberia bem que o telefonema trazia água no bico... Mas por que raio os meus recentes amigos me quereriam por perto quando eu não fazia, literalmente, falta nenhuma? Inocentemente, lá apareci. Timidamente cumprimentei os meus colegas de grupo e logo reparei que eles não estavam sós. Os Anjos, nessa noite, tinham convidado uma série de músicos para os acompanhar numa gala. Uma espécie de Pavarotti and Friends, mas à tuga. As Vozes cantaram o Perdoa. Lembro-me de ver por lá a Filipa Lemos, as suas bailarinas e quem mais? O Nuno Guerreiro... Desde o momento que me apresentaram ao Nuno, comecei a juntar as peças do puzzle. Fui testado, foi a derradeira prova da minha orientação... musical! Tive direito a uma dança com uma banana e a sua casca, tive direito a um convite para um ensaio privado num quarto de hotel, bem como à apresentação de um gel que fazia maravilhas. Não cedi. Mesmo miúdo, as minhas convicções eram fortes. Para gáudio dos meus queridos amigos, mesmo não cantando, fui a estrela da noite. Percebi o porquê da escolha da música dos anjos... Não se preocupem, amigos. Já vos perdoei há muito!