22 julho 2007

O Macaco

A nossa experiência em alto mar, que teve lugar em finais de Abril deste ano, apesar de curta, teve momentos de muita intensidade pessoal e artística. Se não percebem o que isto quer dizer, esclareço-vos que eu também não. Só achei que ficava bem escrever aquilo ali como agora me apetece escrever pessoa humana. Já está.
Dia 26 de Abril parámos em Gibraltar, o calhau inglês que é grande demais para ser fumado, mas pequeno demais para valer uma visita. Na realidade só vale por causa dos macacos, porque para ver judeus, árabes, ingleses ou até mesmo espanhóis mais vale ter o travel channel. Pela tv podemos vê-los sem ter de os cheirar…
Em busca dos macacos lá fomos os seis. As cinco vozes e o nosso querido técnico de som Nuno, já aqui referido, e que tem para com os símios um carinho muito especial.
Primeira desilusão: o teleférico que nos levaria ao cume da pedra fecha às 5 da tarde. Deve ser para os súbditos do príncipe com orelhas de burro tomarem o chá. A perspectiva de vermos os macacos, ou apes para os nativos, começava a ser reduzida. Eu consegui convencer os meus amiguinhos a caminharmos um pouco pelo jardim que sobe a encosta na tentativa de um macaco perdido vir ter ao nosso encontro. Subimos, transpirámos, cansámo-nos e nada. De tal maneira estávamos desolados que o nosso querido Nuno imitou um macaco para nós, pais de família, mostrarmos aos nossos rebentos que afinal há macacos em Gibraltar. Gesto bonito do Nuno que muito nos tocou.
Ainda assim descemos tristes, regressando ao barco de monco caído. Nada nos animava: nem a entrada que eu e o Tomi fizemos numa igreja anglicana onde um grupo de freiras cantava como que nos tentando consolar. Depois da igreja, nada como ir ao cemitério, afinal os gibraltenhos já idos merecem o nosso respeito. E não é que o milagre aconteceu? Sim! À porta do campo de repouso estava um macaco que logo sentiu forte atracção pelo Jony. Mais não conto, deixo-vos as fotos e a cusca de que o Jony e o símio ainda hoje trocam mensagens e telefonemas. Há amores assim…

A enorme confiança com que Tomi enfrenta a fera transpira deste retrato. O macaco olha de soslaio para o cantor. Atrás, uma pedra tumular testemunha este inédito encontro.

Até eu tenho dó deste meu ar... julgo que a última vez que fiquei com esta expressão foi na primeira classe quando me urinei em plena sala por ter medo de pedir para ir à casa de banho. O macaco ignora-me, bem como os inquilinos do terreno atrás...
Aqui está a prova. Olhem como o macaco faz um ar de "quem desdenha, quer comprar". É verdade, nasceu aqui algo mais profundo que uma simples amizade.

3 comentários:

Gotinha disse...

Off-Topic da macacada do post:
Vocêzes (junção de vós + vozes) não t~em nenhuma versão de Summertime??! É a minha música favorita de todos os tempos e fiquei curiosa em perguntar-vos porque na realidade são as únicas pessoas famosas que eu "conheço", isto é, com quem comunico via teclado.
;-)

São Rosas disse...

Macacos vos mordam :-) se não estava ali uma óptima 6ª Voz da Rádio!

Anónimo disse...

Algarve até que enfim!!!!!
Mas Fã que é fã procura seus "ídolos" Hoje estou no PORTO (não há cidade como esta!) desculpem os outros cidadãos!!! E vou a Lousada!!!
Depois podemos falar em comidinha boa no Algarve!!!Frãocesinhas bubidinhas!!! Enfim... Mais logo conversamos!!!

Bjs

Mónica do Porto (residente no Algarve)