31 janeiro 2007

Um sábado de Janeiro...

Pois é, temos andado arredados. Muito trabalho por um lado, pelo lado dos que trabalham. Refiro-me a mim é claro, e por outro, gente, meus colegas para ser mais preciso, com dificuldades económicas e com net rasca em casa. Gente que ainda funciona com modems de 56K, percebem? Mas há ainda pior aqui no nosso tasco: há aqueles que por miserabilismo compram o pacote mais barato do mercado e que ao fim de quinze dias já estouraram a meia dúzia de megabites que têm para download. Depois para não gastarem mais… nem abrem a net até à entrada do mês seguinte. Existe até aqui no meio deste grupo, gente que pensa que blog é a forma mais aproximada de pronunciar bloco por um indivíduo depois de ter um AVC. O mesmo que, quando dizemos que o nosso pc está com vírus, julga estarmos a falar da crise do comunismo. Sim, são os meus coleguinhas! Sim, mais que pobres de carteira, são mesmo de espírito!
Bom, mas falemos deste magnífico quinteto. No passado dia 20, fomos convidados para estarmos presentes num jantar de aniversário do Lions Clube da Boavista. Se é na Boavista só pode ser chique, pensei logo, e por isso mesmo até troquei de calças e camisa. Pus perfume e fiz a barba. Como eu, os meus outros três colegas caucasianos também se esmeraram na apresentação. Ainda assim, durante a comezaina marcámos a diferença por sermos os únicos sem gravata! Gente humilde e do subúrbio é assim, mas havemos de melhorar. Estarão neste momento, os senhores leitores, a questionarem-se: então e o africano? Pois amigos, a janta foi servida num hotel de 5 estrelas, no hotel do Sr. Engenheiro, mesmo ao lado do Portobeer e logo à nossa chegada todos juntos que o nosso Vilhas foi desviado e conduzido para a Sanzala e até hoje não o voltámos a ver.
Houve discursos, houve distribuição de uma verba angariada noutra ocasião, para a investigação da paramiloidose, houve aplausos e saudações à bandeira (temi um regresso ao tempo da mocidade portuguesa, mas não, foi só um fantasma!) e finalmente entraram as vitualhas para sossego dos estômagos de um povo já faminto. No final os 4/5 das Vozes presentes cantaram 3 cançonetas, forma de agradecer tão gentil convite e contribuir com aquilo que tentamos saber fazer para um serão de boa memória para os restantes comensais.
Fica aqui um agradecimento ao Rui, companheiro de mesa que nos enviou as belas fotos que podeis ver em baixo. Também uma saudação especial para os amigos de Lisboa que connosco comeram. Vir ao Porto é sempre um espectáculo, não é?

Olhai que lindo! Lá em cima, os três porquinhos em meditação antes de vestirem a roupa de palco e brilharem nos salões do Porto Palácio Hotel. Depois as fotos do Rui. Na de cima, nós e o Rui, que se prepara para substituir um outro Rui, que por vezes canta connosco. Em baixo, uma série de Leonesas e um Leão. Toca a rugir!

24 janeiro 2007

Quem quer um chupa?

Não sou fumador. Não nego, no entanto, que algumas vezes depois do jantar uma cigarrilha, ou à falta desta, um cigarro, cai muito bem. Curiosamente faço-o muitas vezes em alturas que o bom senso o desaconselharia: antes de concertos, tendo sempre como companhia o nosso amigo Tomi.
Mas ontem, lamentei não ser um fumador inveterado. Vi o substituto ideal para quem quer deixar de fumar: a nova embalagem de Chupa Chups com invólucro igual ao clássico Marlboro e com uma frase choque capaz de seduzir qualquer um, pois acaba por ter uma utilização universal. Diria até, duas frases choque, se bem que uma delas me toca mais.
Ao ler o apelo publicitário senti que o mesmo pode ser usado na indústria dos gelados, na promoção de esparguete (quem não se lembra da ternura do filme “A Dama e o Vagabundo”, na cena do esparguete?), na venda de citrinos, na apresentação de palhinhas para bebidas… Um sem número de utilizações, onde este grito de marketing pode seduzir de forma imediata o cliente.
Assim, aqui vos deixo a caixinha da Chupa Chups, frente e verso, e usem e abusem destas mensagens de rodapé. Eu por mim comprei uma caixa e ando com ela no bolso, pois nunca se sabe quando pode aparecer alguém a quem possamos oferecer com todo o gosto um chupa. E nada mais subliminar do que a seguir mostrar a caixa…

"chupar não mata" e "chupar relaxa" só podem ter saído de uma mente iluminada. Depois disto, nada será igual. Já não há desculpas para recusar um bom chupa. Chamo igualmente a vossa atenção para o bilingue do invólucro: português e castelhano. Faz sentido, no dia em que ouvi na televisão os gritos de alerta da OCDE pelo facto de dependermos muito da economia espanhola (nunca tinha reparado) e de aqui ao lado se estarem a preparar para bater no fundo (chega a todos...)

21 janeiro 2007

Ai, Margarida!

Este esgalhanço vai direitinho para o Bernardo, discípulo brilhante, com quem tenho partilhado além de aulas de música, muitos cafés e conversas sobre tudo.
Um dia (talvez já há uns dois anos) diz-me o Bernardo: “tenho uma enorme recordação de infância, tinha eu uns 4 anos, e vi um grupo na televisão que cantava sem instrumentos. Acima de tudo lembro-me perfeitamente que numa certa altura simulavam tocar nas cordas do mais escurinho.” Expliquei ao Bernardo que não somos tão racistas assim, que não possamos tocar no nosso querido Vilhas. O Bernardo além da cena dispensável que o marcou tanto (e que poderão ver aqui em baixo) lembrava-se até da roupa assinada pelo Nuno Gama. Os fatos que um dia baptizei de fatos EDP, por motivo que terá direito a esgalhanço um destes dias.
Quem é a Margarida? Esta pergunta já foi nos feita centenas de vezes. A verdade é que só o Mário poderá responder com precisão, visto ser ele o pai da letra e música. Será a nossa amiga Margarida dos tempos de Conservatório? Ela carrega todas as qualidades para nos deixar… assim, como se fala na música. Será a Margarida Pinto Correia, que um dia nos confessou adorar esta música por tomá-la para si? Será a Margarida do Pato Donald? Para mim, cada um tem a(s) sua(s) Margarida(s). E ainda bem porque se o seu “olhar está impregnado de sal”, é esse o sal que precisamos nas nossas vidas. Continuemos pois a humedecermo-nos “só de olhar para ti!”
Esta versão foi cantada numa manhã de Junho de 94, nas vésperas do concerto “Filhos da Madrugada” em Alvalade e não é exactamente igual àquela que gravámos no nosso primeiro disco. Nesta altura éramos sexteto, tínhamos nos pés uns sapatos-socas também do Nuno Gama e estávamos mais magros. Já passaram quase 13 anos! Meu Deus, estamos a ficar velhos…

20 janeiro 2007

Acidentes de trabalho

Na senda da cadeirinha e dos azares do meu amigo Tomi, passo a relatar-vos um dos maiores acidentes de trabalho que já se passaram por aqui nas Vozes, tendo mais uma vez o nosso rapaz da perna pisada como protagonista. Se o faço é porque sei que ele, por força do caricato da situação, nunca irá ter coragem para contar na primeira pessoa.
Estávamos em Macau, no ano de 1996. Um dos concertos que fizemos do outro lado do mundo foi no clube de jazz de Macau. Este clube era, na altura, um verdadeiro clube de jazz. Luz muito coada, uma cortina espessa de fumo, ar irrespirável e localização obscura, numa rua estreita e também ela pouco iluminada. O verdadeiro e convidativo clube de jazz. Quando lá voltámos em 2001 já o clube de jazz estava situado noutra parte da cidade, na marginal, bem iluminado, airoso. Mais cómodo, mas menos clube.
Mas voltemos a 96. Cantámos e como não seria de esperar outra coisa a coisa correu bem. Muito bem até e isso reteve-nos mais umas horas por aquela cave. Tal como o concerto, a noite continuou bilingue sempre entre o português e o inglês para chinos de Hong-Kong que não perdiam uma noite de jazz em Macau.
Já bem tarde reparo no ar de pânico do meu amigo Tomi. “Que se passa?” – perguntei com ar de preocupação, vendo o semblante dele. “Olha para ali. É que já nem disfarça. Estou a ser seguido há horas!”. E eu seguindo as indicações, lá atiro o meu olhar para o ponto que ele me indicou e de onde vinha todo o medo do jovem português atirado às feras do oriente.
O Tomi tinha colado nele dois olhos de uma ocidental, mais balzaquiana que o próprio Balzac. A senhora ostentava na cara o mostruário completo das tintas Cin para esse ano e, visão do inferno, esfregava a língua nos lábios e piscava os olhos, tudo em direcção ao jovem luso. Inacreditável, nunca visto por mim num clube de música, tinha a mão direita pousada no seu colo. Aliás, um pouquinho mais abaixo, e não escondia movimentos dignos de um filme com a Ginger Lynn ou o eterno herói John Holmes.
Mesmo àquela hora, com tudo que se havia consumido, não havia explicação, nem forma de considerar aquela cena como perfeitamente normal. Não, de forma alguma!
Foi o mote para o nosso regresso ao hotel. Deixámos a senhora lá no canto do clube, sentada, desconsolada, e fomos a correr para o Beverly Hotel, não fosse sermos seguidos. Tudo acabou em bem!
Mais, muitos mais acidentes de trabalho já por cá aconteceram. Mas isso fica para outros esgalhanços… e para outros esgalhadores!

cá está o herói do assédio em Macau, desta vez, ele próprio de língua de fora! Naquela noite de 96 não fez ele este papel. Desta forma, aproveito e mostro mais um excelente momento artístico da nossa Diana, captado em pleno ensaio. Ah, grande fotógrafa!

17 janeiro 2007

Desculpar o quê?

Este blog virou um depósito de lamechices, com colegas pedindo desculpa a colegas, pelas desculpas que ainda hão-de pedir, desculpando-se todos mutuamente, parecendo mais um ritual de acasalamento tribal das margens do Rovuma do que um grupo de homens, viris e machos como se espera de puros sangue lusitano. Abro o nosso blog e sinto estar numa quermesse de beneficência num qualquer salão paroquial dirigido por jovens e diligentes escutas, que distribuem sorrisos e carícias seja a homens, seja a mulheres! Mas afinal onde estamos? Afinal que blog é este? O das Vozes da Rádio? O das minhas Vozes da Rádio que há 16 anos comecei a edificar? Estou no nosso blog ou na fila para entrar no Boy’r’Us? Estou na nossa casa ou numa happy hour de uma qualquer discoteca colorida?

Tudo isto reflexo sabem de quê, senhores leitores? De uma gripe que na segunda me reteve em casa. Não houve ensaio para o Joca (fiquei inspirado pelas recentes entrevistas do Luisão. Eu gostava de ser futebolista, mas como não consegui ser, vou falar como eles, está bem?) e o Joca ficou de molho em casa. Enquanto isso, faltou a voz de comando, a voz da autoridade na sala de ensaio. Faltou o Joca, entenda-se. E quando falta o patrão, dia santo na loja! Imagino, deve ter virado um regabofe, uma verdadeira festa do farfalho, como o Vilhas baptizou há uns anos. Cada um a mostrar a perninha ao outro, se está negra, se está depilada, se está lisa, ou enrugada… a desculpar-se do que disse, do que fez, do que queria fazer. Meus colegas, tenham vergonha na cara! Têm de ser homens!

Para esclarecer de uma vez por todas o que se passou na RTP, e para não cairmos num ciclo de desculpas infertil, o Joca diz-vos que foi apenas azar! O Tomi há 5 anos já o anunciava no Dia dos Senhores Alive, gravado no b-flat em Matosinhos, conhecida casa de fados do subúrbio do Porto. Ora ouçam a magnifica interpretação do homem da perna pisada, seguido dos não menos brilhantes colegas onde se inclui o Joca no piano, o Vilhas na guitarra, o Miúdo no coro e animação cultural e Jony no coro e órgão Casiotone. Extra Vozes, também Sérgio Sousa brilhava, porque isto já se sabe, se está connosco, está a brilhar.

Quanto à gripe do Joca, ela está melhor. Está cada vez mais forte e robusta pelo que até pode ser que ganhe a batalha ao Joca. Se assim for, o Joca pede desde já que não levem flores para a capela mortuária, porque o Joca tem rinite alérgica.


a ideia não era um vídeo, era só pôr o audio, mas o tasco onde alojávamos os mp3 já fechou. Por isso aproveitei a arte de Sérgio Sousa e dos magnificos cartazes promocionais ao Dia dos Senhores que saíam ao domingo no Público, para vos proporcionar uma audição com imagem, isto obviamente se não vos faltar a vistinha.

16 janeiro 2007

Eu desculpo III

Esta minha aceitação de um pedido de desculpas é antecipada. Para muitos fará pouco sentido. Para mim, sinto que pode salvar-me a vida... Perante as fortes ameaças que recebi, no último ensaio, de dois dos meus colegas, que colocaram em cheque a minha integridade, quer moral, quer física, penso que esta aceitação precoce poderá amenizar os espíritos hediondos que tão mal me desejam. Assim, apesar de todo o mal que me vão fazer, eles saberão que estou pronto a perdoar-lhes. É de fácil entendimento que a verdade por vezes dói. Acredito também que o Tomi, ao autoflagelar-se só para "não ficar mal na fotografia", se deve ter magoado bastante. Tomi, isso é feio... E ficou feio (a julgar pela foto da nódoa negra). A mentira não leva a lado nenhum. Mesmo assim, já sabes: eu desculpo.


Os 3 meninos em Mafra, quando a sanidade parecia reinar (apesar da aparente e recorrente ausência de espírito do Jony). Aquele olhar distante disfarçado pelos apêndices abrunheiros revelam muito da sua infância complicada, nomeadamente a fase do vício em poesia sul-americana e do consequente refúgio na inalação de cola de sapateiro. Felizmente já consegue controlar os músculos faciais de forma a não babar tanto...

15 janeiro 2007

Eu Desculpo II


Pois também eu desculpo as palavras pouco reflectidas e inebriadas pelas imagens que mostram muito mas não explicam nada. Só assim posso perceber e perdoar tamanha infâmia e “miudisse”.
É óbvio que homem pequeno não percebe a grandeza artística captada por máquina fotográfica em modo de filme.
A poesia corporal, a expressão dos movimentos a dedicação entusiástica é, sem dúvida, algo que Miúdo novo não percebe.
Reduzir ao “cresce e aparece” parece-me ineficaz perante uma mente minimalista. Assim, deixo mais uma imagem, pois assim nos conseguimos entender, Miúdo.

Eu desculpo

Olá

Em resposta ao ataque vil de que fui alvo, e dedicado aos meus queridos Joca e Miúdo, que através da calúnia e da manipulação de imagens me enxovalham. Têm o meu perdão.
Pensem nisto:

Do meu bom velho AMIGO, nascido em Santo Domingo- República Dominicana, Lupo Hernandez Rueda.


Estos hombres cabalgan,
encorvados de afanes,
como si el tiempo les faltara.

Piensan alguna vez
lo que es ser hombre?

13 janeiro 2007

Portugal no Coração - behind the scene

Como já devem ter reparado (a julgar pelos 2 posts anteriores), sempre que os meninos se juntam, independentemente do local, contexto ou dia da semana, existem novos desenvolvimentos de insanidade. Não quero com isto dizer que, por exemplo, falar de sexo seja insano... pelo contrário. O problema é gritar em directo para milhões de pessoas, não se sendo, de todo, especialista em; recomendar leitura russa? Realmente aquelas brocas que alguém fumou na sala Nasa, num dos famosos concertos pela Galiza, começa finalmente a fazer efeito! (ou terá sido das empanadas?) Bem, o que é certo é que, mais uma vez, eu cumpro com o prometido. E se prometi registar momentos bonitos nos bastidores do Portugal no Coração, aqui estou eu com bom material, digno de se mostrar a todos vós.
Sabendo de antemão que o camarim recorrente dos estúdios da RTP do Porto possuí uma cadeira com rodinhas, e que essa mesma cadeira foi já elemento principal de várias pantominas, questionei-vos para saber quem é que deveria ser o próximo a agasalhar o animal com rodas. Aproveitando a sugestão de alguém com "sqs(mst)" como nickname, tentámos adivinhar quem seria mais piloso nos nadegueiros. Não foi difícil chegar a uma conclusão, quando se tem no grupo alguém apelidado de "Tony Ramos da Prelada".
Quem chegou a assistir o programa, sabe bem que tivemos a oportunidade de provar dois docinhos macrobióticos, oferecidos pelos apresentadores. Não sei se foi do queque de alfarroba ou dos brigadeiros sem açúcar, mas o que é certo é que alguma substância daquelas que desclassificam ciclistas ou jogadores de futebol argentinos com cabelos encaracolados foi ingerida em doses não recomendadas por dois dos nossos colegas. Duvidam? Então comecemos pelo aquecimento...




Foi tudo como o previsto... Tomi, de joelhos na cadeira, tendo múltiplas alucinações, imaginando estar sentado numa potente Harley-Davidson, enquanto Joca, empurrando o amigo, revivendo momentos bonitos do último Natal dos Hospitais. Até aqui, tudo normal.
Eis que chegou o momento de trocar de posição. Numa relação de amizade tão profunda como a que envolve os intervenientes em cena, mudar de posição é algo imperativo. No fundo, é desejar ao próximo aquilo que gostamos que nos façam. No entanto, fruto da inexperiência do Tomi, algo correu mal. O que vão assistir é profundamente lamentável, principalmente quando os artistas da pequena metragem já são pais de, pelo menos, uma mão cheia de rebentos (que se saiba)... Apreciem.



Agora reparem nos tristes pormenores:
  • a carinha do Tomi quando bate com a moleirinha na parede;
  • a carinha do Joca quando sente o estrondo;
  • mais uma vez o efeito dos alucinogénios a corroer a pouca massa cinzenta do Tomi depois de um embate digno de testes do Euro Ncap (quanto ganhará um crash test dummie? Pode ser o teu futuro, Tomi...), fazendo-o imitar de novo a moto;
  • a mudança de expressão do Tomi quando a produtora entra e o vê naquela figurinha;
  • o agarrar do joelho, para disfarçar, quando o que magoou foi a cabeça!
Depois de tudo isto, o que me apraz dizer? Viva o 25 de Abril!

Sexo

Têm com certeza seguido a forma como o meu colega Jony justifica os seus comportamentos sacudindo a sua responsabilidade e justificando-os com aquilo que ele considera de “nefasta influência dos meus amigos de grupo”. Pois nada mais falso. O Jony, apesar do seu comportamento discreto e às vezes até sorumbático, é das mentes mais perversas e distorcidas que conheço. Por isso o seu comportamento perante a D. Merche no programa “Portugal no Coração”.
No seio do grupo e sempre que eu estou presente o tema sexo é raramente aflorado e quando é, é sempre feito de forma séria, respeitosa e tendo em vista em vista a edificação e elevação do ser humano. Não há lugar ao brejeiro, ao facilitismo rasca, à ordinarice nem à vulgarização. Tudo é falado numa perspectiva de vida, de encontro amoroso, de estado humano de plenitude. Foi com este espírito que em certa noite de Julho marcámos presença num jantar no Degusto em Matosinhos para falar sobre sexo, juntamente com a Joana Amaral Dias, o Edgar Pêra e o Carlos Magno. Palavras com nível, pensadores brilhantes…
A presença da Dra. Marta Crawford, conhecida sexóloga, no “Portugal no Coração” deu mote a uma conversa entre nós, mais centrada em mim e no Tomi. A grande questão que ali se levantou foi como será ter uma relação com uma sexóloga.
O tema foi esmiuçado, deu lugar à especulação, à simulação pélvica por parte de alguns colegas cantores. Tudo, é claro, com máximo respeito e tendo em conta os mais altos valores humanos.
Como em todas as grandes discussões não se chegou a conclusão alguma. Para mim deve ser algo extremamente difícil. Bem pior do que convidar o Chefe Silva para experimentar um bacalhau cozinhado por nós, bem mais humilhante que cantar um fado para o Camané ouvir, bem mais vergonhoso que pintar um quadro para oferecer à Paula Rego.
Uma boa sexóloga sabe tudo sobre… aquilo. Imagino logo um intróito, um longo prefácio pré-acto onde ela explica de forma científica e minuciosa tudo que se irá passar. Só aqui, há logo um desanimar das tropas, um convite a sair de campo. Mas imaginemos que se ultrapassa esta fase. Avança-se determinado e tudo é consumado. O acto em si irá parecer uma prova de patinagem artística com direito a nota técnica e artística. O que se deve privilegiar? A técnica (marcação certa, compassada, postura firme, respiração controlada)? Ou a arte (o improviso, a criação, o efeito surpresa)?
No fim, a avaliação. Os aspectos positivos, os negativos, aqueles onde podemos melhorar e aqueles que são estruturais e que revelam uma terrível falta de bases. Planos de recuperação, estratégias de trabalho, trabalho individual, tudo pode ficar ali naquele momento definido com vista a melhorar a performance. Cada acto de amor é um verdadeiro exame. Cada momento de intimidade pode traumatizar para todo o sempre o examinando. Pode como consequência drástica levá-lo a recorrer aos serviços de uma sexóloga! O que convenhamos, não é bom sinal…

Faço aqui ligação com o primeiro parágrafo. Estava eu, pai extremoso, a tirar um fotografia a um globo de pinchonas para mostrar aos meus filhos e aparece o Jony que tapa a letra H. Porquê? Nem eu percebi...

11 janeiro 2007

Penitência

Olá.

Venho hoje aqui, perante vós, pedir desculpa pelo meu comportamento animalesco, que ontem demonstrei no programa "Portugal no Coração". Para quem não viu, passo a descrever.

A primeira convidada do programa era a Sra. Dra. Marta Crawford, prima afastada daquela beldade americana. Encontrava-se lá a promover uma obra literária de sua autoria " Sexo sem tabus". A palavra sexo, exerce em meus colegas um efeito nefasto, demoníaco, ficam completamente transtornados, e nos bastidores só sussurravam anormalidades. Antes de entrarmos em cena, diziam em meus ouvidos "sexo, sexo, muito", pois sabem da minha natureza delicada e pura. Transtornado entrei no plateau.
Depois de uma belissima interpretação do "Presépio de lata", por parte dos meninos, de uma afinação impecável, com dinâmica, com sentimento,( não fosse playback seria histórica), Merche Romero vem falar com os meninos. Fala com Jojo, com Tomi, com o Miúdo, chega a minha vez, pergunta-me quais os meus votos para 2007, e eu ainda perturbado respondo: "Muito sexo!!!"
Eu queria responder "muito sucesso", mas não estava em mim por culpa dos meus colegas.

Tenho que cumprir penitência nos próximos dias, para purificar minha alma poluída por seres que se dizem amigos. Irei cumprir penitência, não em relação ao sexo, pois então seria penistência, mas em relação ao que mais de bonito tem o ser humano, a mente, o interior.
Irei penitenciar-me com literatura russa do século XIX, que aproveito e recomendo a quem queira durante o fim de semana, crescer para um nível superior. Recomendo três autores:

-Gontcharov
-Aleksei Maksimovich Pechkov
-Gogol

Leiam principalmente "Almas mortas" de Gogol, romance de uma transparência e sensibilidade avassaladoras. Caso não tenham obras destes autores em casa, dirijam-se à FNAC ou outra livraria minimamente completa, e perguntem aos técnicos de vendas por obras destes autores em voz alta e colocada, e façam boa figura perante os clientes da loja.

Desejo desde já boas leituras, um bom fim de semana, e as minhas mais sinceras desculpas pelo meu comportamento de ontem.

10 janeiro 2007

Balada do Anónimo

Alguma sobrecarga de início de ano tem-me afastado da escrita. Assim, deixei passar ao lado grandes mudanças do mundo como por exemplo a forma lamentável como os amigos de Saddam o deixaram pendurado na noite de passagem de ano ou de como a ETA mudou de estratégia política passando agora a combater o povo equatoriano. A nível nacional não pude esgalhar sobre a forma como o Atlético faz mais e melhor pelo ânimo e pela produtividade do país do que muitos, muitos Sócrates juntos. E como “águas passadas, não movem moinhos” sigo para o que de mais relevante vai acontecer nos próximos tempos.
No calor do blog e seus comentários surgiu uma letra fabricada por anónimos. Eu comprometi-me a pegar em tão suculenta poesia e fazer dela uma cançoneta. Na viagem para Viseu, e apenas sobre uma quadra, fiz três abordagens: a sambista, a standardista e a Lopes-Graciana, em ano de centenário. Não conseguimos ainda tempo para gravar e colocar à mercê dos senhores leitores-ouvintes estas amostras. Nos comentários também se discutiu os direitos de autor e para quem seriam. Questão séria e pertinente mas que encontrou eco no nosso lado mais Marxista.
Meus amigos, isto é do povo e para o povo! Nasce, brota das mãos de quem trabalha e a essas mãos e ouvidos regressará sob a forma de canção. Comprometemo-nos a compor, ensaiar, gravar e disponibilizar graciosamente esta anunciada pérola por alturas da inauguração oficial do site. É só esperar mais um pouco. Trabalhadores de todo o mundo, uninde-vos!

O anónimo tem direito
a tudo o que ele quiser
até um botão de peito
seja homem ou mulher
Ele nunca se declara
Nem pra mim, nem para tu
Não dá o nome nem a cara
Mas gosta de dar palpites
Tem o dom da geografia
Na da mãe e na da tia
Sem ter graça anda feliz
porque o nome nunca diz
Talvez seja só pudor
Ou quem sabe um garanhão
Ou donzela sem amor
À procura dum quinhão

Carol, oh oh oh oh
Quero ser o teu anónimo
Anónimo de serviço
Oh oh oh Carol
Queres uma sandes de chouriço?
P.S. - Confesso que a ideia de botão de peito me toca de forma particular. De igual modo a invocação de chouriço faz renascer em mim as distantes recordações do PREC e da canção do chouriço (alguém possui essa relíquia? Dão-se alvíssaras a quem me disponiblizar uma gravação)

Citação VI

No passado dia 8 de Janeiro, durante o ensaio (dedicado em exclusivo a terapia grupal), Rui Vilhena exacerbou:

"Não me faças rir que estou com cieiro!"


08 janeiro 2007

Portugal no Coração

Próxima 4ª feira, a partir das 15 horas, os meninos deslocar-se-ão até Monte da Virgem para participarem mais uma vez num dos programas-referência do horário pobre. A emoção já nos invade o peito, não só por rever gente bonita, que tanto nos diz, mas sobretudo pela continuação da saga da cadeirinha. Fica a pergunta: qual dos meninos deve agasalhar a cadeira? Aceitamos sugestões.

06 janeiro 2007

Dia de Reis

Este blog prima pela seriedade, pela sobriedade e pela actualidade. Por isso, em dia de Reis, é nosso dever colocar aqui uma canção que fale exactamente sobre esses homens que guiados pela estrela visitaram o Menino na gruta de Belém.
Há, em nome do rigor, que dizer, que afinal ninguém sabe ao certo se eles eram mesmo três Reis. Nada nos evangelhos nos diz sobre o número de indivíduos com coroa na cabeça que frequentaram a gruta onde Maria deu à luz, nem sequer há apócrifos que apontem nesse caminho. E com bom raciocínio chegamos igualmente à conclusão que um deles ser negro é apenas para a história de Belém ser em tudo politicamente correcta. Mais lógico seria haver um sul-coreano como nas Nações Unidas, porque a oriente de Belém não há negros. Há amarelos, mais claros ou mais escuros, sejam eles do norte ou do sul. Cá para mim, tal como a Coca-Cola está por trás do Pai Natal, os Reis Magos tem o suporte da Benetton.
Em Portugal desde 1910 que os Reis deixaram de ser festejados… bom, não é bem assim. Andava eu na minha primeira classe e ainda se festejava os Reis prolongando as férias até depois do dia 6. Bons tempos, e só por este motivo, julgo que seria de retomar a tradição.
Países civilizacionalmente mais atrasados, vivendo ainda o medievalismo monárquico, festejam este dia com toda a pompa. O mais tribal nesses festejos é o arremesso de caramelos sobre uma multidão em festa, lembrando-me a minha primeira ida a Lisboa e concomitante visita ao zoo onde presenteei macacos da mesma forma, mudando apenas os caramelos para amendoins. Há ainda outra diferença. Ao contrário do povo que aguarda os caramelos com guarda-chuvas e sacos para fazer espólio, os macacos são mais comedidos e apenas comem o que o apetite lhes pede.
Para marcar o dia, tal como acima está dito, nada como vos deixar uma canção tradicional inglesa (outro recanto que ainda presta vassalagem à coroa), como foi cantada em Viseu e com dois elementos que merecem chamada de atenção: o adufe nas mãos do Vilhas (que recusa ser chamado de adufeira de Monsanto) e ainda um bocado de Seal. Não nos perguntem porquê. Um dia saiu assim em ensaio e ficou. Até porque é sempre bom evocar um homem que faz a barba com um martelo pneumático.

05 janeiro 2007

O regresso do facilitismo

A bola. Essa marota que nos acompanhou durante muitos e bons momentos... Chegou a ditar todos os nossos passos. E por isso mesmo, foi posta de lado, porque a vida já não tinha piada. Qual tarot, qual carta astrológica, qual pau de cabinda... esta bola é mesmo de confiança! Para este novo ano que entrou, desejo tudo de bom para todos. Se quiserem saber o que o futuro vos reserva, façam todo o tipo de perguntas. A bola responder-vos-á.















Ps: é óbvio que perguntei à bola se poderia postar aqui a sua foto e disponibilizar os seus serviços. A resposta foi elucidativa: YOU CAN COUNT ON IT

01 janeiro 2007

Primeiro dia do ano

Ao olhar aqui para baixo no blog, sinto estar mais na presença de uma página de uma trupe circense, ou de jongleurs com subsídio de desemprego, do que propriamente na de um grupo musical.
Por isso pareceu-me bem voltar à raiz e esgalhar agora aqui umas palavras sob fundo musical.
Confesso que a passagem de ano nunca me disse muito. Para mim a única diferença entre o dia 31 e o dia 1 são as 24 horas a mais que vivi. Apenas e só isto. Há uns anos atrás ainda frequentei umas festas, ainda andei de casa em casa. Dessas andanças recordo agora uma passagem de ano (qual? Não sei) em que em casa de um amigo, já ia alta a noite, insisti em querer esganar uma rola para fazer um arroz, até porque a desgraçada não se calava e estava a incomodar-me… houve bom senso e a rola lá acabou por poder gozar o novo ano. Essa mesma noite acabou em minha casa, com alguns amigos em estado de euforia total e com a minha pobre irmã a tentar manter as coisas nos sítios. Felizmente já passou e não tenciono fazer nenhum remake com nova tecnologia digital.
Para aqueles que acreditam que as coisas más se enterram no ano velho, que o dia que hoje se vive é início de um ciclo novo, para os que desejam mudar e servem-se da folha do calendário para o fazer, para os que, como eu, se borrifam para o incremento de uma unidade no ano, fica aqui o Primeiro dia do Mundo, tal e qual o cantámos em Viseu no passado dia 20. Para que o primeiro dia do ano traga a alegria da nova vida. A todos um excelente 2007.

Previsões para 2004 - Tomi

Fim da saga. Tomi e o Becas. O futuro da música portuguesa passou por eles. Grandes previsões, apesar de uma delas se ter concretizado apenas no ano a seguir. Mas a isto se chama um homem de visão, um homem sem barreiras. Previu-se que o disco Mulheres iria sair em Maio de 2004. Só o ano não estava certo. Foi em 2005. Mas o essencial está lá.

Para este ano não arriscamos previsões. Cada vez mais o mundo é imprevisível. Cada vez mais o dia-a-dia nos finta as previsões. Por isso, vamos é tentar contar os 365 dias de 2007 e daqui a um ano estar outra vez aqui no blog a escrever uma outra qualquer imbecilidade. Só isso já me chega. Um bom ano!

Previsões para 2004 - Jony

O Jony a ler o futuro num portátil, como a Cristina Candeias o faz na Praça da Alegria. Mas há diferenças entre os dois: o Jony faz profecias com crédito e não tem uma tatuagem nas costas. Haverá mais com certeza, mas fiquemo-nos por aqui.
No entanto, nesta noite, ele não estava muito inspirado. Estava com a cabeça na Isabel de Herédia (será algo platónico?) e na indubitável esperança do regresso da monarquia, o que acabou por baralhar todas as suas previsões. Apesar de eu certa vez o ter cognominado de Conde Diospiro, em virtude das suas opções políticas, o Jony é um acérrimo defensor da monarquia e anseia o dia em que o povo em uníssono grite vivas a El-rei de Portugal e dos Algarves e o exulte cantando com alegria “O dia em que Rei fez anos” pelas ruas de Condeixa, de Odeceixe e Aljustrel.