29 abril 2008

Indo eu, indo eu...

Por cada Fnac que abre, há um showcase das Vozes. Não se trata de nenhum acordo estabelecido, nem um compromisso mútuo estilo união de facto. É apenas uma relação de amizade que mantemos há alguns anos, sobretudo com as Fnacs do Porto e Grande Porto. Gente boa como o Luís, o Tomás, a Carla e tantos outros.
Para manter a tradição vamos amanhã a Viseu, à nova Fnac que fica no Palácio do Gelo. Ficamos com o quase pleno, faltando apenas conhecer a do Funchal. Não há-de faltar muito...
Por isso, e porque as únicas imagens que existem feitas numa Fnac foram filmadas pelo nosso Carlitos em Outubro (ou Novembro, não me lembro) de 2006, aqui deixo a versão dessa altura do Dunas, continuando na senda das versões dos anos 80.
Esta versão foi single do segundo disco "Mappa do Coração" de 97 e esteve várias semanas no top de uma rádio nacional (que também já não sei qual...). Durante anos foi tema obrigatório, depois passou a part-time e ultimamente é proscrito. Assim se manterá até à noite em que alguém diz: "E o Dunas? Há tanto tempo que não o fazemos...". Nesse dia volta a titular.
Amanhã, noite aderente, véspera de feriado, tudo à Fnac de Viseu. 21horas. Até lá!

28 abril 2008

As aventuras ibéricas

As nossas viagens a Espanha começam a ser rotineiras. Desde 2003 que temos ido ao outro lado da península com regularidade. O ano passado foi a primeira vez da Capital... e a verdade é que num instante passou um ano. Exactamente há um ano atrás, estávamos a chegar de Madrid para cantarmos em Lemede, perto de Cantanhede, nas festividades de São Jorge.
Desses dias fica-nos na memória os dias em alto-mar a bordo do Princess Danae, o encontro com o macaco em Gibraltar, a noite no The Artist Factory de Madrid e o leitão de Lemede. Lembro-me também da rouquidão que me apanhou. O ar marítimo faz as suas vítimas...
Para recordar Madrid, penduro o Só Gosto de Ti, como foi cantado nessa noite de 27 de Abril. Cantamos esta versão dos Heróis do Mar desde 2000, altura em que a gravámos ao vivo no nosso "O som maravilha dos Senhores".
E agora está na hora do ensaio. Fiquem bem.

27 abril 2008

Os vampiros

Estávamos no início de Março de 94 quando fomos a Lisboa gravar o Grândola juntamente com o grande colectivo que foi “Os filhos da Madrugada”. Pela primeira vez na vida das Vozes (e na nossa particular) partilhámos estúdio, refeições e conversas com pessoas até à altura infinitamente distantes: Teresa Salgueiro, Tim, Miguel Ângelo, Olavo Bilac, Vivianne, Adolfo Luxúria Canibal, entre outros. Em estúdio estava também o Coro de Santo Amaro de Oeiras dirigido pelo inefável Maestro César Batalha.
Tenho de dizer que neste momento já não guardo grandes recordações dessa tarde passada em Paço d’Arcos. Essa jornada do, na altura, sexteto, fica marcada por alguma irresponsabilidade, principalmente de quem conduzia. Saímos manhã cedo, depois de uma directa aqui no Porto, e regressámos às 7 da manhã depois de uma incursão na noite lisboeta. Excessos naturais da pós-adolescência, que hoje, obviamente, já não acontecem.
Estes dias da Galiza, ficam igualmente marcados pelo cantar do Grândola, pois não há galego que não o cante e que não o peça. E nos três concertos cantámos, junto com o público a música que ajudou a mudar o regime.
A verdade é que as Vozes devem muito ao Zeca Afonso, não tivesse sido Os Índios da Meia-Praia a nossa estreia em termos discográficos. Ainda hoje somos reconhecidos por essa versão de 94.
Verdade também é que de há uns 3, 4 anos para cá toda a gente decidiu homenagear Zeca Afonso, cantando músicas dele. Os discos atropelam-se com homenagens e tributos. Gordos, magros, grandes, pequenos, jazzistas, fadistas, rockeiros, feios, bonitos, afinados e desafinados, não há quem não tenha por estes tempos o seu momento Zeca.
Por isso mesmo eu, o Jony e o Miúdo, enquanto esperávamos pelo Tomi e pelo Vilhas para ensaiar, fizemos esta completely free version do Grândola, para entrar no lote das linguagens alternativas que homenageiam o Zeca. O Miúdo pegou pela primeira vez no contrabaixo, eu levava um ligeiro adianto no piano e o Jony solou e brilhou com a flauta de nariz (que voltará a ser tema de esgalhanço futuro).Assim sendo, viva a liberdade que permite que em nome dela se cometam crimes como este que aqui fica! E viva o Zeca, por ele mesmo.

23 abril 2008

E lá vamos nós mais uma vez

Pois é, amanhã por estas horas, estaremos em Ourense a terminar o nosso concerto. Isto se for pelo horário previsto (ver horários aqui ao lado na banda direita). A verdade é que em Espanha é mais imprevisível que em Portugal. Ou melhor, as coisas tendem a começar bem mais tarde que o previsto. Se o previsto é 21h, então lá para as 22h estaremos a vestir-nos. Assim foi na Corunha, assim tem sido em vários sítios(excepção no Ferrol que apenas atrasou 15 minutos).
Quanto a novidades musicais, desta vez não estrearemos nada. Nem em Português, nem em Galego, nem em Castelhano. O tempo tem sido pouco para tanta solicitação.
Por falar nisso, dentro de uma semana poderão ouvir-nos num programa alternativo da televisão portuguesa. Até lá mantém-se o suspense.
Pois então, boa viagem para nós.
Grupo de monges tibetanos, fotografados na Corunha, enquanto tentavam assegurar os mínimos para Beijing.

21 abril 2008

Aniversário

Não fosse o hi5 e os simpáticos fives que nos mandaram, e eu nunca me lembraria que as nossas aventuras a cappella fazem hoje anos. Faz hoje exactamente 17 anos que nos estreámos em Perafita, num concerto que se inseriu nas comemorações do 25 de Abril. Na altura nem uma canção em Português cantávamos, mas ainda assim fomos convidados para dar início às festividades que habitualmente têm um carácter musical de intervenção. Desses tempos resto eu. O Mário, o Ricardo, o Zé Fidalgo e o Nuno partilhavam palco, mais tarde partilhámos as camisas e fatos made by Laura Rodrigues (que podem ver nas imagens) e, no vídeo abaixo, partilham também estante. Curiosamente ainda na sexta-feira estive com o Ricardo Abreu que me prometeu emprestar os recortes da época. Eu, em virtude da minha já conhecida organização, há muito tempo que não sei onde tenho isso. Nem sei até se tenho...
Muitas havia a dizer desse dia 21 de Abril. Para começar, talvez dizer que nesse dia estreámo-nos com outro nome: Ars Vocis! Tão mau nome nasceu e morreu nesse dia e no dia a seguir optámos por Vozes da Rádio. Cantámos seis cançonetas, entre elas este Banana Boat Song do Harry Belafonte. O nosso técnico de som, cravado para o efeito, foi o meu primo Alex, que além de ser engenheiro, tinha sido disc jockey na Dona Urraca, nos anos 80, o que lhe conferia gabarito para nos fazer som. O nosso primeiro cachet... já não me lembro, mas garantidamente foi mais baixo que o de hoje. O tema de abertura foi uma variação sobre uma peça de Haendel em doo bi doo, que posso garantir era muito mau. Existe uma gravação em cassete desse primeiro concerto e que já foi até passada para cd, mas que muito poucos alguma vez terão acesso. Cantámos as tais 6 canções, e à falta de encores ensaiados, repetimos 3 delas.
As imagens de hoje foram feitas em Setembro ou Outubro desse ano. Penso que foram feitas num auditório de Leça da Palmeira por ocasião de um festival de teatro. O bom é que já nessa altura tínhamos amigos que nos seguíam e aplaudiam. O meu amigo de escola Fernando (que bom foi reencontrá-lo no outro dia ao fim de 10 anos!) foi um deles, e a eles se devem estas imagens. Foram aqui postas para poderem gozar à vontade, até porque não há melhor forma de comemorar um aniversário do que a rir. A minha mão no bolso no início é do mais ridículo possível. As calças quase pelo peito são indescritíveis. A estante a meio, qual fogueirinha de São João, é horrível. A música era feita na base do "improvisa aí, arrisca!". O melhor mesmo era o beatbox do Ricardo que estava avançadíssimo para a época. Afinal de contas sempre nos assumimos como um grupo da vanguarda da frente (como rezava em tempos nas paredes do Cenáculo: "Café Cenáculo, sempre na vanguarda da frente!").

20 abril 2008

Bruxarias

As Vozes são, por natureza, pessoas de fé e cheias de energia positiva. Não possuem dons adivinhatórios, nem mediúnicos e talvez por isso nunca foram convidadas para irem a Vilar de Perdizes àquela feira freak que o Pe. Fontes promove. Como pessoas humanas que são respeitam todos os credos, crenças e impulsos metafísicos que os rodeiam.
Talvez por tudo o que está dito acima, acompanhámos com tristeza o incêndio que há cerca de duas semanas destruiu a casa da Cristina Candeias, companheira de algumas manhãs passadas na Praça da Alegria, e que nós (só entre nós, é claro) apelidamos de ciber-bruxa, visto usar sempre um portátil para as mais incríveis vidências.
A primeira pergunta, depois de se saber do nefasto facto foi: e não dava para prever isto? Não dava para salvar o apartamento de luxo (descrição pormenorizada do JN) e os mais de 10 anos devotados ao estudo astrológico? Precisávamos do computador da Cristina para ter estas respostas mas, infelizmente, parece que também foi consumido pelas chamas. A única resposta para o acontecimento foi dada pela própria Cristina, no mesmo diário, o JN, o melhor do país a nível de necrologia e anúncios de massagens: “Estive a trabalhar no escritório e a fumar. Deixei uma vela anti-cheiro acesa e a janela aberta. É muito provável que o vento tenha tombado a vela…”. É também muito provável que qualquer comum dos mortais, sem qualquer dom a não ser respirar, saiba que há coisas que nunca se fazem. É também mais que provável que estas declarações pejadas de sinceridade e pouca clarividência, sejam o melhor argumento para as seguradoras não darem tusto à Dona Cristina. A isto chama-se negligência e não há seguro que cubra negligência, distracção ou estupidez.
Ser vidente hoje em dia não é fácil. As bolas de cristal são Made in China, os cremes para as mãos despistam a quiromancia e os computadores são susceptíveis aos vírus informáticos.
Há no entanto uma nova vaga de videntes: os comentadores, sejam eles políticos ou desportivos. São geralmente formados nas escolas de jornalismo onde, pelos vistos, lhes induzem o poder da futurologia na cadeira semestral Previsões I e II. Esta semana, quarta-feira à noite, o Ricardo Costa, rapaz afortunado que juntamente com o irmão, o presidente António Costa, se livrou do cruel destino de andar nos restaurantes a perguntar “qué frô?”, foi peremptório ao afirmar que Luís Filipe Menezes está de pedra e cal no PSD. Não haverá mudanças até às eleições… Talvez para o contrariar, o dia a seguir trouxe-nos a nova da demissão. Também um comentador de desporto disse na quarta-feira, antes do Sporting-Benfica: “ninguém espere um bom jogo, disputado, animado. É fim da época, os jogadores estão cansados e não há condições para bons jogos”. Eu não vi, mas oito golos num jogo fazem crer que foi, no mínimo emocionante e disputado.
Nós, que já fizemos previsões na defunta NTV (disponíveis no YouTube), não previmos, na altura, o fim do canal. Como não previmos as chuvas destes dias, nem o fim do casamento da Isabel Figueira. Somos pouco dotados na arte da adivinhação, mas ainda assim felizes e com quase toda a certeza podemos garantir que amanhã teremos ensaio, onde vamos gravar algo para ser banda sonora de um programa da televisão.

19 abril 2008

O nosso amigo Al

A idade não perdoa e os efeitos têm-se vindo a sentir no seio do nosso grupo. Há quem (e não vou dizer nomes) se esqueça do fato e microfone no guarda-fatos do hotel da Coruña, há quem se esqueça dos ensaios e há quem vá ensaiar sozinho por não ser dia de ensaio. Há quem se esqueça da chave da sala e há quem nunca saiba a data dos concertos e fique sempre com ar de surpresa quando se fala neles. Há até quem já tenha deixado a máquina fotográfica, novinha em folha, algures no aeroporto de Lisboa. A lista é extensa e tem a enorme vantagem de apanhar todos por igual: brancos, pretos, quarentões, trintões e o Miúdo, que apesar de estar na nubilidade, apresenta um cérebro de octogenário.
Esta nossa última passagem pela Galicia teve momentos muito bons, inspirados pela boa companhia do amigo Alzheimer. Em palco houve letras trocadas aos montes e novas harmonias.
A troca de letras é uma constante e mais uma vez apanha-nos a todos. No entanto, o nosso amiguinho Tomi tem uma particular apetência para esta nuance do espectáculo.
O Super-Óme que hoje por aqui se ouve e vê, foi cantado na Fnac do GaiaShopping em Outubro de 2006. O Tomi entrou em pião logo no fim da primeira recta. Os outros entraram em colisão frontal com a afinação, porque se tornou dificil segurar a gargalhada e o Tomi foi de carambola e carambola até ao acorde final. Genial é a expressão dele, a coçar a cabeça, como quem diz: "acho que acabei de fazer merda...". E lindo é ver que desta vez, nem o Vilhas ficou com ar macambúzio, de peixinho amarelo.

18 abril 2008

O Samba

Como seria mais que previsível, chega a hora de pendurar na parede o Samba do Acordo Ortográfico, estreado mundialmente na segunda-feira à noite na casa de fados da Sodona Fátima Campos Ferreira. Este novo original não foi feito para defender, nem para se opor ao dito acordo. É, por assim dizer, amoral. Deixa no ar algumas questões pertinentes como por exemplo onde havemos de meter o h, depois do seu futuro desaparecimento. Aceitam-se sugestões.
Da minha parte, não me vou preocupar muito com este assunto. Em princípio vou continuar a escrever como a Dona Mercedes me ensinou na Escola 73 do Covelo e como mais tarde a Sotôra Maria Helena Fernandes me incentivou a fazê-lo, na Filipa de Vilhena. Por modo de escrita, e não por arte, ascenderei assim à categoria de erudito, cheio de pês e hagás, de hifens, acentos obsoletos e exagero de maiúsculas. Olhar-me-ão como um arcaico, um símbolo da arte do passado, quando esgalhar palavras como baptizado, acção, harpa, ruptura ou Verão.
Do filmeco, gostaria de esclarecer que as incompatibilidades de formatos é que são responsáveis pelo alargamento das figuras. Não, estes não são fatos Elena Miró, nem o Vilhas subiu para o XXXL, nem muito menos há por aqui efeitos secundários de Depuralina. É só uma gravação 16:9. Acontece neste vídeo aquilo que acontece nas tv's dos cafés: os jogadores de futebol viram lutadores de wrestling, o José Rodrigues dos Santos parece-se com o Demis Roussos e a Sónia Araújo confunde-se com a Margarida Martins. Haja então um acordo de formatos, se faz favor!

16 abril 2008

Para que conste...

Caros amigos, para quem não viu a nossa performance no Prós e Contras, aconselho um salto ao site da rtp. Depois é só procurar videos online, programa Prós e Contras, escolher primeira parte e esperar uns segundos. Estamos logo ali no abrir do programa. Brevemente colocaremos aqui a gravação que fizemos.
Respondendo directamente às questões que foram levantadas nos comentários abaixo, esclareço a Diana que o cabelo ficou todo no chão das peluquerias Monet, mesmo junto ao Estádio Riazor. É o resultado de uma manhã livre. O cabelo só cresceu nestes quase dois anos, porque nunca tive disponibilidade e disposição para perder tempo sentado numa cadeira, enquanto alguém me mexe na cabeça. Finalmente sexta trouxe esse tempo. Na foto está o momento que surpreendi o Tomi com o corte. Ele passou por mim e não me reconheceu!
Talvez se grave mesmo o Samba do Acordo Ortográfico. Para já, não sei quando. Quinta-feira temos outra gravação televisiva (surpresa para já) e depois na Galiza voltamos a gravar outro inédito com uma cantora galega, que nos garantiram, também pode meter uma gaita! Escuso de vos descrever o ânimo do quinteto... No entanto, hoje falaram-me nisso com alguma insistência e como até estamos a pensar fazer uma edição este ano... quem sabe...
Hoje fui interpelado por várias pessoas sobre como nasceu toda esta participação. Tal como relatei aqui em baixo, só na quinta-feira à noite fomos contactados. Sexta-feira ao pequeno-almoço saiu a música e a letra. Domingo passei-a para o papel e à noite ensaiámos. Na carrinha para Lisboa cantámos, ad nauseum, para decorar. Remato com uma conversa que tivemos com a Sandra Carvalho da produção do programa e que espelha todo este processo. Disse ela: "Só nós, para vos pedirmos uma coisa assim em cima da hora". Eu, valendo-me da minha arrogância respondi: "Só nós, para em tão pouco tempo fazermos um trabalho tão brilhante!" E continuando a imodéstia, até sabemos que é verdade... Ah! Quanto ao que vamos gravar na quinta-feira, acabei mesmo há pouco de o fazer e consegui encaixar Gandhi e egrégios avós na letra, porque acho que fica sempre bem. Como já esperam, é só mais um trabalho brilhante...

14 abril 2008

Prós e Contras

O acordo ortográfico poderá ser cantado? Haverá forma de o explicar através da música? Certamente não. Mas também não foi isso que motivou a chamada da Fátima Campos Ferreira para as Vozes na quinta-feira. Estávamos já no palco de Ferrol a testar o som, quando acertámos com a Fátima a participação hoje à noite no Prós e Contras, para abrir o programa. A ideia é mostrar através da música que existem sotaques, expressões e palavras diferentes em cada lado do português. Depois os técnicos que discutam argumentos, que isso já não é para nós.
Para abrilhantar a nossa presença esgalhei o Samba do Acordo Ortográfico, feito sexta de manhã, na Corunha enquanto comia uns churros, com café com leite e sumo de laranja... mais urgente que um acordo ortográfico é um acordo peninsular sobre o conteúdo dos pequenos-almoços. Se não gostarem é culpa do óleo que pingava dos churros para a chávena de leite. Se gostarem é da acidez do sumo que espevitou todo o sistema cardio-vascular e concomitantemente o cerebral, além do digestivo, como facilmente perceberão.
Então, até logo. Encontramo-nos às 22h30m no canal 1, ou às tantas da manhã na estação de serviço de Leiria.

13 abril 2008

Obnubilado

Obnubilado foi uma das quase cem palavras que os membros das Famílias Reais escreveram nuns papeizinhos distribuídos na primeira sessão de Coro, realizada em Janeiro. A ideia foi recolher palavras e elas servirem de letra para um original que viria a ser estreado no espectáculo final de Março.
O meu domingo gordo foi passado à volta de palavras como google, Bach, música, albatroz, caramelo, saxofone, surf, pauta, voz... todas as palavras serviram e todas entraram na partitura final. Obnubilado foi escolhido como título apenas e só porque tem ritmo e é invulgar. Já agora procurem aqui o seu significado.
As imagens disponibilizadas na net por um elemento do Coro aqui ficam. A estreia mundial de Obnubilado foi assim! Ou melhor, foi maior porque o vídeo apenas contém um pequeno excerto daquilo que quase pode ser chamado de épico surrealista. Para aqueles que se apercebem da ausência das outras Vozes, explico que os meus colegas se encontravam distribuídos pelos naipes, com excepção do Jony, que estava ao piano.
Famílias! No hi5 temos acrescentado as fotos que nos têm enviado. Visitem-nos e vejam-se. Breve haverá notícias para vós.
Um bom domingo.

12 abril 2008

Sansón ha muerto!

Tras una batalla memorable con una bella chica gallega que tenia como armas un peine e una tijera, Sansón tumbó en la Coruña, e su pelo se ha quedado en Galicia. Dos años de historia capilar se quedaran en el suelo, sin misericordia! Paz a su alma! Ahorra Sansón, tienes que esperar más dos años hasta que tu fuerza regrese!

08 abril 2008

Mês Galego

Depois de em Janeiro, as Vozes da Rádio terem passado por Porriño e Allariz, voltamos à Galiza, neste mês de Abril, para cinco concertos em cinco localidades diferentes. Assim dia 10 e 11 estaremos no Norte da Galiza, para cantarmos em Ferrol e na Coruña.Retornamos a 24, 25 e 26 para actuações em Ourense, Bueu e Lugo. No entanto a Galiza voltará a ter a nossa visita este ano. Em Junho lá voltaremos. Contando tudo muito bem, este ano é mesmo o nosso ano galego. No final serão mais concertos no telhado de Portugal, que no nosso país.
Podem conferir todas estas informações aqui ao lado, na nossa agenda. Podem também ir ao nosso my space, onde além de nos ouvirem e verem, podem consultar as datas, os locais e mais informações (no caso de haver).
Para já deixo-vos este texto galego, tirado do site da Xunta de Ferrol, sobre o local da actuação na próxima quinta-feira: "Ao longo de quince xoves, e ata o vindeiro 26 de xuño, a capela do centro cultural cobrará o aspecto dun cabaré para dar cabida a espectáculos de café-concerto".
Para quem viu o "Do cabaré para o Convento", pode ter uma experiência ao contrário: a capela que vira cabaré. Ponham-se a dar ideias e ainda vamos ter os Clérigos como filial do "Calor da Noite"... Nós na Coruña, em Dezembro de 2005. Vamos voltar à praia do Riazor, um pouco mais maduros e provavelmente com pior tempo, a avaliar pela tempestade dos últimos dias. Ali ao fundo é o Maria Pitta, onde NÃO vamos ficar instalados...

06 abril 2008

Corta!

Três semanas depois da apresentação com o Coro das Famílias Reais, é hora de reconhecer que aquilo que pedimos às famílias foi uma tarefa hercúlea. Durante o mês e meio que mediou o primeiro envio de partituras por e-mail, e a apresentação, ouvi comentários como “estás maluco”, “passaste-te de vez”, “é trabalho a mais”, “nunca vão conseguir”. Gente sensata, não só do nosso circuito mais próximo, como até da Casa da Música. Em Fevereiro, no fim do nosso segundo encontro, cheguei a temer que a razão estivesse em todos, menos em mim, em particular, e mais os meus colegas que fizeram deles também as minhas convicções. Em Março, e após o concerto, arrogantemente pude dizer que nunca me engano e raramente tenho dúvidas.
Este trabalho também só foi possível, nestes moldes, porque vivemos no século XXI. E-mails e You Tube foram ferramentas imprescindíveis em todo este processo. Nós gravámos as linhas de todas as vozes e colocamos os filmes no You Tube para as famílias poderem ensaiar em casa, no trabalho, na escola. Foi um verdadeiro tutorial on-line.
A gravação desses vídeos não foi tarefa fácil. Por um lado as linhas não eram muito simples, por outro o nível de concentração dos ditos como artistas não era grande coisa. Vai daí, o erro vem ao de cima. E fartou-se de dar à tona, enquanto a câmara ia gravando.
Esta é a primeira sequência de erros e de gaffes. E reparem, são só dois, dos doze, temas. Por decoro, decorei-a com alguns piiis, que escondem uma verborreia à solta, digna de nortenhos.
Divirtam-se e… famílias, riam-se da nossa azelhice.

Trinaranjus

Acabo de ler, nas notícias actualizadas, que o Futebol Clube do Porto sagrou-se, esta noite, campeão pela terceira vez consecutiva, coisa que aconteceu pela segunda vez na sua história. Apesar do facto não me alegrar especialmente, saco do meu melhor fair-play e parabenizo tão garbosos atletas, que pelo Natal assistiram à performance que hoje aqui deixo.
Este vídeo estava aqui guardado à espera deste dia, que já pelo Natal se adivinhava, mesmo para um benfiquista como eu. Aliás, hoje de manhã, avisado pela mesma imprensa on-line que me deu agora a notícia do fim do campeonato, fiz logo questão de preparar o vídeo e mandá-lo para o tubo. Seria lindo se estas imagens tivessem a mesma sorte das famosas camisolas tri mandadas imprimir no final da década de 70, andava eu na primária, e que tiveram de ser re-estampadas para TriNaranjus, porque dessa vez não houve tri-campeão. Seria, mas não foi, como não é justo deixar de referir que nestas coisas ganha sempre o melhor e o mais bem organizado. E por aí o clube da maior parte dos meus familiares, amigos, colegas e conterrâneos é mais do que um justo vencedor: nada falha no F.C.P.!
À pergunta que tantos me fazem do porquê não ser portista, tendo vivido tantos anos a 10 minutos das Antas, tendo sido atleta do F.C.P., tendo até sido colega do Alexandre Pinto da Costa, nunca encontro resposta esclarecedora. Há um número incontável de argumentos que não vale a pena estar a desfiar, até porque mais uma vez o tubo deu-me a justificação. Carreguem aqui, se forem pouco sensíveis e maiores de idade, e vão perceber porquê. Não direi que os meus amigos se expressam todos assim, não... mas em muitos existe o mesmo espírito provinciano um pouco bacoco, um pouco burgesso, quantas vezes a roçar o doentio. Haverá com certeza a sul o mesmo na vertente verde e na vertente vermelha... mas felizmente não tenho de lidar diariamente com isso... o que não acontece com os dragões daqui do sítio.
E pronto, para o ano há mais! Parabéns aos vencedores!

04 abril 2008

Frenesi

A nossa apetência para a dança é bem conhecida por aqueles que já nos viram ao vivo. Estes oito pés são de uma leveza que poucos se podem orgulhar. Oito, porque o Vilhas permanece estático. Segundo ele, "não dá para fazer a linha de baixo e dançar". À nossa insistência, ele responde com racismo, e por isso lá nos habituamos a ter um mono na ponta, que contrasta com o gingar sedutor dos caucasianos.
A coreografia do Frenesi, não sei bem como começou. Puxei até pela cabeça para saber se com o Mário já dançávamos este clássico latino. Não encontrei resposta. Não me lembro... Cantar, já o cantamos desde 2000, pois até está no "Som maravilha dos Senhores".
Hoje à subtileza dos passos, à elegância dos movimentos, junta-se a pureza das vozes, a afinação irrepreensível... isto tudo seria verdade se hoje fosse o primeiro de Abril. A verdade é outra...
O mar empurrava-nos de um lado para o outro, a imagem está de lado, fartámo-nos de tropeçar uns nos outros e em nós mesmos, e poucas são as notas que se aproveitam. Foi o verdadeiro frenesim em alto-mar, na primeira noite do Cruzeiro Fitness, que ocorreu em finais de Abril do ano passado. Este Frenesi não foi garantidamente o nosso melhor, ainda assim, pela diversão e pela memória, merece estar aqui pendurado no tasco. Ah! E não faltou a dedicatória à Sónia Araújo, que fez a viagem connosco e que assistiu na primeira fila à desgraça dos bailarinos!
Bom fim-de-semana.

02 abril 2008

Mais e mais internet

Já passaram quase três semanas do nosso concerto com o Coro das Famílias Reais e continuamos a receber mensagens, fotografias e vídeos. Por confessado orgulho, não resisto em deixar aqui mais dois testemunhos recentes:

Sem dúvida que todos os momentos vividos durante este projecto foram enriquecedores, pois apesar de evoluirmos a nível musical, também conhecemos os míticos Vozes da Rádio, que revelaram ser para além de excelentes profissionais, excelentes pessoas. É surpreendente como, depois uma semana do concerto final, ainda dou por mim a cantarolar "Tua Natureza" ou "Caramelo", tanto eu como o meu irmão o fazemos inconscientemente.
Queremos agradecer por todos os momentos partilhados, e esperamos que hajam mais projectos deste género e também esperamos por concertos vossos cá para o Norte, quem sabe na própria Casa da Música.
Obrigada por toda a paciência, dedicação e empenho da vossa parte.

Bom dia Jorge Prendas e VdR!
Ainda hoje me emociono ao ver e lembrar a grande aventura das familias reais na qual conseguiram reunir e motivar jovens dos 7 aos 77 anos (literalmente).
Este acontecimento foi também uma inesquecível vivência 'em família'.
Durante as mais recentes férias este foi o assunto de todas as conversas e todos são unânimes nos elogios à iniciativa. Os VdR conqusitaram um grande grupo de fãs!
A esta altura não posso acrescentar mais aos rasgados elogios e agradecimentos que já lhes enviaram, mas posso pela minha parte agradecer também e esperar novas iniciativas Reais!
Às Vozes da Rádio, à Casa da Música e a todos os que contribuiram para esta fantástica experiência,
Muito Obrigado!

Com este tocante e-mail vieram mais uns links do Youtube com imagens únicas do concerto. Fica aqui a entrada, numa perspectiva diferente daquela já aqui apresentada. Naipe a naipe lá vão entrando os cantores e tomando o seu lugar, todos de lancheira e fato de domingo, ora não fosse terminar tudo num pic-nic. Mesmo no final a nossa entrada! Para breve mais filmes!
E já que falamos em internet nada como espreitar o nosso my space: www.myspace.com/vozesdaradiomusic Apareçam por lá, ouçam e comentem. E como novidade já está lá o calendário para os tempos mais próximos.