11 agosto 2007

A prenda

Tantas foram as mensagens, os telefonemas, os e-mails e os comentários que aqui esgalharam a desejar-me um feliz dia de anos que me sinto impelido a retribuir tamanha amizade da pior maneira que está ao meu alcance: com música.
É verdade, pior seria impossível. E esta prenda que aqui vos deixo é também surpresa para os meus coleguinhas pois eles nunca viram, nem ouviram isto… e decerto a memória deles não guardou nada dos momentos que aqui vos deixo.
Passo a contar tudo: no passado dia 23 de Julho reunimo-nos os 5, não para ensaio como seria de esperar de uma segunda-feira à noite mas, para jantar com os nossos amigos Sérgio e Vítor, os irmãos-maravilha, que já aqui foram apresentados. O motivo (porque é sempre necessário um argumento forte para nos juntarmos à mesa) foi o fim das gravações do “Sete e Pico…”. Claro que acabámos as gravações na primeira semana de Maio, mas a coisa foi-se arrastando, o apetite aumentando e só no fim de Julho foi possível reunirmo-nos todos.
O local foi o também já aqui falado Novo Rumo, a dois passos do estúdio. A boa comida tradicional (o movimento slow-food tem em nós fortes adeptos) aliada à simpatia do Sr. Fernando e do Sr. Jorge tornaram óbvia a escolha do sítio. Tudo apontado para as 20h30m o repasto começou com as entradas já conhecidas: as pataniscas, a alheira, o pão com chouriço, o presunto e outras iguarias. Seguiram-se os pratos que acredito tenham sido dois, pois assim foi hábito, mas que por motivos que não consigo explicar, não me lembro quais foram. Sobremesas, cafés e digestivos e passava já da 1h quando desancorámos.
Depois foi um fartote de conversas lamechas, de conselhos sábios (sobretudo ao Miúdo), de confissões inesperadas (esta é só para preencher este espacinho… acham que entre nós ainda há coisas para confessar?). Acabámos no estúdio numa jam-session deplorável. O Vítor ligou as máquinas e os microfones e nós fomos tocando o que estava mais à mão. O Vilhas, qual grilo falante, ficou do lado da régie a roncar: “tá tudo doido”, “são parvos de todo”, “tão é bêbados” e outros dichotes que lhe conhecemos e que são a concretização verbal do amor que ele tem por nós.
A verdade é que depois de tudo passado sobraram 2 documentos: um filme com 1 minuto inspirado no melhor da obra de César Monteiro e um ficheiro mp3 de 56 minutos! Sim, leram bem há 56 minutos de demência musical que nos tem como principais intérpretes.
Aqui ficam estes preciosos tesouros que são a maior justificação para este ser um grupo a cappella.


Primeira demonstração de insanidade: Miúdo arranha na guitarra, Tomi berra e opera máquina, Jony toca num teclado que estava desligado, Vítor abana um shaker e eu ganho bolhas nas mãos na bateria. Ainda hoje tenho uma na mão esquerda. É o domínio das baquetas!



O fim do calvário. Neste momento já está o Jony na guitarra eléctrica, o Tomi no baixo, o Miúdo na bateria e eu no grito. Aproveitei fotos de estúdio e do convívio no restaurante para ilustrar o momento musical. Uma chamada de atenção para o teclado que o Jony me ofereceu nesse dia e que aparece na foto de família. É um super sampler da Casio, dos anos 80, e prometo usá-lo num próximo trabalho. Para quem não perceber (eu próprio tive dificuldades), o que se canta é a letra de um velho blues "I'm gonna Kansas City, gonna get my babe back home,...". Na prática nenhum de nós conseguiria naquela altura alcançar o outro lado da rua, quanto mais Kansas City... Eram umas 5 horas e desligou-se tudo. Ainda bem!

2 comentários:

Tany disse...

Quando finalmente consigo resolver o meu problema informático (para aviso geral, as colunas sempre estiveram ligadas :P) deparo-me com isto... Respondendo à pergunta do Miúdo no final do segundo video: Deviam estar contratadíssimos lol
São duas versões a serem usadas num próximo disco, mas gravem só depois de uns copitos, pensem nisso.

Gostei dos videos, quanto mais loucos melhor ;)

Bjinhos e até amanhã!

São Rosas disse...

Eu acho que nunca tive insónias, mas depois destes videos duvido que consiga dormir!

ahahahahahahahahahahahahahhhh...