02 outubro 2007

Sobre os enquetes

Já várias vezes fui questionado sobre a utilidade dos nossos enquetes. “Afinal para que servem?”, é a pergunta frequente. A verdade é que este país que está doido, como bem disse o menino guerreiro, está doido há muito. Não somos de maneira nenhuma os primeiros! Quem não se lembra do inolvidável António Sala e o Você Decide? E das tardes do canal 1, com a também inesquecível Vera Roquete a implorar-nos a escolha entre o Barco do Amor e a Ilha da Fantasia? Já nessa altura, impulso à prática democrática que tanto tempo esteve amordaçada, éramos impelidos a decidir o melhor para o bem comum. Daí para cá são às dezenas, às centenas por dia, as perguntas que nos colocam, seja na imprensa escrita, na imprensa on-line, na rádio ou na televisão. A maior parte dos inquéritos, ou enquetes que é muito mais bonito, têm um custo de 0,60€ +IVA o que torna a loucura ainda maior. Por isso quando me perguntam qual a utilidade eu digo que é absolutamente nenhuma, como também não é útil gastar dinheiro para, por exemplo, dizer que se acredita que a pequena Maddie está algures nas ilhas Faroé. Por dia, repito, há centenas de inutilidades destas que não acrescentam nada, mas que, por terem gente interessada, proliferam em tudo que é lado.
No entanto posso fazer uma revelação: os nossos enquetes que não têm interesse (assim digo eu a quem me questiona), um dia ainda servirão para algo importante, isto vos garanto. Se até agora ainda não foi mostrada a sua real valia, é porque os melhores segredos devem ser mantidos por muito tempo.
De qualquer maneira, e porque eu não estou desatento aos resultados, relembro aqui que a esmagadora maioria dos nossos seguidores inclinou-se para a opção “vida íntima dos artistas” quando sondado sobre qual deveria ser o caminho do blog para este próximo ano. O número de votantes, largamente superior aos que participaram nas últimas autárquicas de Lisboa, assim o pediu, assim o vai ter! Comprometo-me a, durante o próximo ano, ir revelando pausadamente pormenores íntimos da minha vida, devidamente comentados.Cá está um dos meus pormenores mais íntimos: a gaveta das cuecas. Assim também se mede a transparência do artista, que não ilude, nem mente sobre o seu ser. Revela-se tal como é! Este bocado de mim, trapos que me acariciam a pele, é apenas o primeiro capítulo da série anual que prometi no texto em cima. Não percam as próximas imagens!

2 comentários:

Paulo Moura disse...

Intimidade, intimidade, seria as cuecas estarem borradas!

Joca disse...

Caro amigo Paulo,

Não tens seguido com atenção este espaço. Antes de mostrar a minha roupa interior enfatizei a extrema importância do bidé. Eu vivo até sem oxigénio, mas sem bidé... nem pensar!
Felizmente não sou só eu. A tua amiga São Rosas (que me apresentaste naquele lindo dia de Julho) comentou lá sobre a importância desta louça sanitária para ela, enquanto mulher.
Por isso, Paulo, as cuecas aqui saem mais limpas que a alma de muitos ímpios. Dão até para guardanapo, em caso de necessidade.

bjs e abs

jp