Os últimos três dias foram passados em cantorias e viagens e o cansaço é grande. No entanto quando as coisas correm bem há uma força extra que nos mantém activos e dinâmicos muito para além do imaginado.
A tarde de hoje na Casa da Música foi espectacular. Aqui daremos conta deste Coro de Famílias Reais que está a ser construído e que pelo que vi e ouvi hoje promete concerto de alto nível lá para Março.
Mal cheguei a casa li nos comentários a um dos nossos escritos, aqui em baixo: “Como correu o concerto em Allariz?”. Depois, e enquanto tentava ordenar ideias de como atacar estes três dias, fui ao blog dos
Trabalhadores do Comércio e li isto que transcrevo e que me ajuda a responder à pergunta deixada por cá:
Pois à lareira, ou melhor, à salamandra de consumo ecológico do Roi Xordo, em Allariz, na Galiza profunda, estive eu ontem (mais a Maria) a rever "velhos" amigos e a divertir-me como poucas vezes. Com o local a rebentar de povo, os Vozes da Radio fizeram "voar" um recital de 2 horas, onde a música e o humor foram os ingredientes de uma "ceia acústica" irrepreensivelmente confeccionada. Ainda por cima Allariz é uma terra mágica onde qualquer se perde a sonhar...O marulhar do rio Arnoia serve de "pad" ao xilrear dos pássaros, a seu turno a harmonia que torna menos monótono o "rapear" da carneirada nos prados. Allariz mantém esse encanto rural que coabita com um cuidado urbanismo com que vão rodeando o "casco vello". Enfim, um fim de semana de luxo.
Os amigos são sempre suspeitos, já se sabe! O Sérgio Castro é um “velho” amigo recente. Faz um ano e pouco que com muito orgulho gravámos no álbum de regresso dos Trabalhadores. A partir daí temos estado regularmente, trocando histórias (o Sérgio é um fabuloso contador de memórias), canções e participações. Une-nos muita coisa: o mesmo gosto musical, o Porto, o bom comer e beber e uma sadia loucura. Todos estes são motivos que garantem argumentos para muitos mais anos de colaboração mútua.
Aqui fica fresquinha, a nossa versão ao vivo no Roi Xordo, do Chapéu de Palha, neste sábado à noite. Este tema do Conjunto António Mafra, que faz parte do Sete e Pico, nem teve direito a ensaio. O Sérgio veio ter connosco a Allariz, jantámos juntos (fotografia do cantinho) uma maravilhosa confusão gastronómica que a Carmen do Roi Xordo preparou para nós e ficámos na conversa nuns improvisados camarins. Íamos já começar e eu perguntei ao Sérgio se ele se importava em cantar o Chapéu de Palha. “Já nem me lembro da letra”, disse o Sérgio… Ora eu respondi que na véspera no Porriño também me tinha esquecido, pelo que não era grave. Por outro lado, neste dueto, sou sempre eu que começo, pelo que ele só tinha que repetir o que eu canto. E com estes argumentos o Sérgio disse que sim. Podem ouvir (mais do que ver porque a pouca luz e o fumo não ajudaram a apanhar tudo) aqui no videozinho que valeu bem a pena.
As histórias e as fotos destes três dias seguem dentro de momentos.
Há aqui pelo meio umas piadas incompreensíveis porque foram inspiradas em histórias do jantar. Fala-se numa cama famosa, por exemplo. Tal como é dito também no filme, brevemente escreveremos um livro desconstruindo cada uma destas private jokes.