02 setembro 2007

Habanera Náutica

Quando preparávamos o espectáculo Mais Perto, para a inauguração do Museu dos Transportes e das Comunicações – Museu da Alfândega, achámos que seria engraçado haver um momento lá no meio em que ficassem só os instrumentos. Um interlúdio instrumental, como nos musicais a sério. Seria também um momento de descanso, o que é sempre bom. Assim fui desencantar uma coisa incipiente, que nunca chegou a ser música, e que fiz numa altura em que seguramente ainda não me barbeava (teria 12, 13 anos, não sei…). O Mário baptizou-a logo de Habanera Náutica porque nessa altura ainda não tínhamos nada feito que falasse de meios de transporte aquáticos. O espírito prático prevaleceu e resolveu-se o problema hídrico.
Depois do disco ter saído, com este curto tema lá no meio, fomos a uma entrevista numa rádio nacional. A senhora que nos entrevistou, no final, muito simpaticamente teceu os maiores elogios ao disco Mais Perto e disse-nos que a música que mais gostava era esta, a Habanera Náutica, exactamente por ser um instrumental das Vozes da Rádio. Disse até que o passava inúmeras vezes nas emissões da madrugada.
Um grupo a cappella ser conhecido por um instrumental (onde nenhum dos seus elementos toca) é o mesmo que um pintor ser comentado pelo seu arroz de carqueja ou um escritor tornar-se famoso pelas suas colchas em renda de bilros. Mas… quem sabe não é este o caminho. Sinceramente para mim até é mais confortável. Eles tocam e eu fico a vê-los!



Os cinco, que não as Vozes da Rádio: Joaquim Pereira (flauta), Moreira Jorge (clarinete), Nuno Silva (acordeão), João Costa (violoncelo) e Manoel Santiesteban (percussão). Deu muito gozo montar este espectáculo. Já aqui apresentámos sons e imagens desta inaguração, mas ainda há mais para ir pondo.

3 comentários:

Anónimo disse...

Mais uma serpresa.

Sim senhor!

Isto é brilhar pela ausência! E na ausência!

Parabéns mister joca!

Tany disse...

Xiiiiiii... Já imagino os próximos discos... Vão ser só instrumentais ;)

Bjinhos

São Rosas disse...

Era de homens tocarem em palco com os vossos instrumentos... au naturel... ihihihihihih