Lisboa é a capital! Aprendi-o ainda nem na escola andava, não só porque alguém me ensinou, mas acima de tudo porque as viagens à cidade grande deixavam-me sempre deslumbrado. Era o Zoo, o aeroporto, o metro, o aquário Vasco da Gama (que nem sei se ainda existe), os hotéis… era um mundo à parte.
Apesar de mais de três décadas terem passado, o fascínio mantém-se inalterável. Hoje é a profusão cultural que me seduz. É o ter acesso imediato a algo que aqui na aldeia é inatingível.
Esta introdução serve para contar o dia em que eu o Jony e o Cabral fomos ao Nood, um restaurante asiático estilo fast-food nipónico, ali para os lados do Chiado. Ao entrar tive uma sensação de dejà vu, mas o Cabral disse-me que há um em Barcelona… e aí eu lembrei-me de já ter abancado num destes McDonald’s de olhos em bico, lá na Catalunha. O pessoal que nos atendeu denuncia logo esta mistura cultural. Um afro e uma espanhola. Ele, além da simpatia, dominava o português de forma irrepreensível. Ela, além do sorriso, dominava também de forma brilhante o castelhano. Na maior parte das vezes não nos percebia, mas tal como eu lhe disse, isso só seria grave se ela estivesse a trabalharem Portugal. Acho que ela também não percebeu isto.
Apesar de mais de três décadas terem passado, o fascínio mantém-se inalterável. Hoje é a profusão cultural que me seduz. É o ter acesso imediato a algo que aqui na aldeia é inatingível.
Esta introdução serve para contar o dia em que eu o Jony e o Cabral fomos ao Nood, um restaurante asiático estilo fast-food nipónico, ali para os lados do Chiado. Ao entrar tive uma sensação de dejà vu, mas o Cabral disse-me que há um em Barcelona… e aí eu lembrei-me de já ter abancado num destes McDonald’s de olhos em bico, lá na Catalunha. O pessoal que nos atendeu denuncia logo esta mistura cultural. Um afro e uma espanhola. Ele, além da simpatia, dominava o português de forma irrepreensível. Ela, além do sorriso, dominava também de forma brilhante o castelhano. Na maior parte das vezes não nos percebia, mas tal como eu lhe disse, isso só seria grave se ela estivesse a trabalhar
De asiáticos, vimos apenas uma senhora, que presumimos ser cozinheira, apesar de, pelas luvas e pela posição das mãos, nos ter parecido mais uma especialista em exames à próstata.
Pedimos Asahi, a mais famosa cerveja do Japão, para condizer com a comida. Depois de bebermos umas tantas, em copos Sagres (que a 3€ cada, tornaram a conta menos simpática), reparámos que afinal e apesar das letras estranhas, são fabricadas na república checa! Isto é a tal multiculturalidade que tanto procuramos, senhores! Felizes, e com menos euros nos bolsos, fomos à procura de mais.
Num roteiro alternativo que nos foi dado, os centros comerciais do Martim Moniz figuravam como prioritários numa visita cultural. Nessa altura incorporou-se ao trio o Tomi, que andava por aquelas bandas. Assim, passeámos entre África e Ásia, conforme mudávamos de piso. Comprámos especiarias, pimentos, incenso e tabaco no indiano. Tudo foi devidamente testado nessa noite. Percorremos todos os pisos e todos os espaços de forma minuciosa, tal era o nosso encanto. Afinal estávamos a dar a volta ao mundo sem sair de Lisboa! Sem sair de um Centro Comercial! Apesar dos vários avisos de proibição, como bom português, não resisti em tirar umas fotos. Fiquem descansados: evitei os rostos dos ilegais. Só apanhei tralha!Saímos dali e seguimos por uma rua estreita. A Rua do Capelão. Parámos em frente à casa da Severa Onofriana (se duvidam, carreguem na foto), onde orámos, e mais à frente parámos num simpático café que fica em frente à Junta de Freguesia. Pela primeira vez naquele dia (e já era fim da tarde) fomos atendidos por alguém que nos percebeu à primeira. Pedimos imperiais e tremoços sem ter de explicar o que é. Foi talvez o momento ímpar dessa jornada: encontramos um lisboeta!
O regresso de metro fez-nos ainda ter outro encontro fascinante. Mesmo à nossa frente ia o Avô Cantigas, com o seu passe sénior, presumo. Este homem, que é para todos nós uma referência no que respeita ao envelhecimento precoce, é a prova de que já há muito interiorizou esta pluralidade cultural: neste momento vira-se já para outra dimensão e canta o Fantasminha Brincalhão. Prova assim, que este mundo já não lhe interessa, pois dele já tudo conhece. Nós, à sua beira, não passamos de modestos iniciados. Ainda vamos no início da descoberta...
O regresso de metro fez-nos ainda ter outro encontro fascinante. Mesmo à nossa frente ia o Avô Cantigas, com o seu passe sénior, presumo. Este homem, que é para todos nós uma referência no que respeita ao envelhecimento precoce, é a prova de que já há muito interiorizou esta pluralidade cultural: neste momento vira-se já para outra dimensão e canta o Fantasminha Brincalhão. Prova assim, que este mundo já não lhe interessa, pois dele já tudo conhece. Nós, à sua beira, não passamos de modestos iniciados. Ainda vamos no início da descoberta...
4 comentários:
O aquário Vasco da Gama ainda existe e está no mesmo sítio :P
Bjinhos
Será que ainda lá está a lula gigante???
Não... já alguém a engoliu!
O aquário Vasco da Gama ainda existe, é no Dafundo (é tão bom, não é?...)
Também já ando há uns anos para conhecer a cozinha japonesa, mas está díficil arranjar companhia, anda toda a gente com medo que o peixe crú faça mal.
Perto do centro comercial não vos tentaram impingir um telemóvel topo de gama por 5 Euros? Um primo meu comprou um Nokia XPTO por aquele preço e lá dentro tinha uma barra de sabão para fazer peso lololol.
Aquela zona de Lisboa é muito característica e já trabalhei muito para aquela Junta de Freguesia.
Abraços a todos!
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