22 novembro 2006

A cappella meets Fado

Há uns anos o João Monge perguntou-me: “ouve lá, ó Prendas, gostas de fado?”. A minha resposta foi aquela de quem não se quer comprometer muito: “mais ou menos”. Por um lado a ignorância não me permitia dizer muito mais, por outro sabia da paixão do João pelo fado e o facto dele ser um dos seus mais notáveis letristas. Talvez pela aridez da resposta, o Monge iniciou um curso intensivo para ignorantes do fado. A primeira lição foi a de me ensinar que há fadistas e há artistas. Depois veio o desafio para esgalhar uns 2 ou 3 fadalhões (como ele costuma dizer). A aula final foi no domingo à noite: o concerto da Aldina Duarte na Casa da Música.
Encontrámo-nos ao fim da tarde para um café no Península: a Aldina, o Monge, o guitarra portuguesa José Manuel Neto, o viola Carlos Manuel Proença e eu iniciámos um intercâmbio de experiências musicais. Fim de tarde bem disposto e jantar no Chaimite, cujo nome só por si assusta, mas que se mostrou à altura do apetite.
Depois vieram os fados. E aí foi de fechar o comércio (esta também é sacada ao Monge). A Aldina esmagou-nos a todos. Incrível a música que dela brota! O acompanhamento ajuda e muito. Fabulosos músicos. E a Aldina lá vai planando sobre as cordas. O meu barómetro, que tenho instalado na pele, várias vezes deu sinal de alarme.
Acabei o meu curso sobre fado nos camarins a confraternizar com os artistas. Ainda não sei com que média vou ficar, mas não tenho dúvidas que ontem tive a melhor aula. E já sei distinguir uma fadista de uma artista. A Aldina é fadista. Enorme.

Final do jantar depois de umas tripas à moda do Porto (Monge, não é dobrada. Voltas a dizer isso aqui e não te servem, garanto-te...)

(este esgalhanço estava já esgalhado desde segunda. Infelizmente esgalharam-me a net até hoje, por isso o esgalho tardio)

3 comentários:

tsiwari disse...

sem saberem, partilhei um bocadinho desta experiência.

também estive no concerto, também me arrepiei, também passei nos bastidores.

Grande Aldina!

Stef disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Stef disse...

Tinha ideia que o Chaimite já não existia…