15 novembro 2006

Mudanças de visual

Ontem no calor do palco, a emoção falou mais alto e anunciei o corte da barba aquando da apresentação da canção Mudo Tudo. Curiosamente mereci, por força do heroísmo, o maior aplauso da noite. Poderia agora reflectir porque é que se aplaude mais uma manifestação de intenção, que um rico repertório desfiado em cerca de hora e meia. Será com certeza motivo de conversa no próximo ensaio, onde proporei aos meus colegas anúncios similares para próximas actuações: a amputação de uma mão ao Jony, a aplicação de botox nos lábios e nádegas ao Tomi, a lobotomia ao Miúdo ou ainda a operação estética que o Michael Jackson fez ao Vilhas.
Assim hoje, cortei e cortei-me para retirar todas as pilosidades que se acumularam durante dois meses, certinhos, na minha face. O acto durou uma hora entre esgares de dor e alguns impropérios. Fiz a vontade a uma enorme legião de fãs, encabeçada pela minha mãe e seguida de perto pelo pai do Vilhas que se mostrou indignado perante a imagem de militar de Abril saído do verão quente de 75. Tristes ficaram os (poucos) que invejavam estes hirsutos pêlos. O Ricardo Araújo Pereira, por exemplo, confessou que gostava de ter uma barba assim. Mostrei-lhe o lado menos prático, falando-lhe de quando estamos constipados e nos assoamos. Ele ainda assim referiu a vantagem da barba poder ocultar uma mucosidade durante uns três dias e passado esse tempo a reencontrarmos sã e salva. Sem dúvida um aspecto positivo, que não me deu a força suficiente para continuar… até porque com a chegada da chuva aumenta a probabilidade de me constipar e sinceramente prefiro perder todas as mucosidades.
Mas para este esgalhanço não ir a seco para o blog, recordo aqui fotograficamente, o estilo Os acólitos de Al Capone, de 1995. Por esses anos o Nuno Gama além de nos vestir, esculpia-nos personagens que assumíamos em palco. O visual resultava muito bem e, no fundo, todos os personagens se encaixavam bem connosco.
Com bigodes, sem bigodes, de cabelos ao vento, ou rapados, nós somos todos uns camaleónicos. Uns David Bowies do a cappella lusitano, a bem dizer…

Tomi, no papel de mafioso, explorador de casinos. Hoje, seria dirigente desportivo.
Vilhas, no papel de contrabandista por altura da lei seca. Hoje, forneceria linhas à linha.

Jony, no papel de pombo-correio da máfia. Hoje, seria um hacker.

Eu, no papel de bandido conquistador. Hoje, seria massagista de hotéis de 5 estrelas.

5 comentários:

barbarayu disse...

:D

e então a foto actual da barba depilada, ou melhor, da cara imberbe?

Ramon disse...

Ainda as questões do que já foi feito... (ver semelhança de A tua natureza com Life itself). Acrescento eu: (tonalidade diferente é certo, mas) e a música "dedicada à Maya" na fnac, com Isolation de John Lennon do disco Plastic Ono Band? Parabéns pelos 15 anos. Fiquei fã da banda.

Anónimo disse...

Só uma pergunta:

Em relação ao actual, qual seria a diferença para o "Miúdo"? Não ficaria exactamente igual?

Tany disse...

Também aplaudo o corte da barba (de pé)... Já não era sem tempo :P

Bjinhos ;)

jacky disse...

loooooool o que tu inventas!!!! Não proponhas a nenhum uma operação às costas que elas ainda deixam de ser largas nos teus colegas de lapela, errrr, capella... :D