01 novembro 2006

Rimbaud da savana

Hoje dia de todos os Santos, o nosso Santo em Pau-Preto (evitei assim o facilitismo brejeiro do Preto de Pau-Santo) cumpre mais uma Primavera. Andava eu aqui a pensar como surpreende-lo, quando me lembrei de uma conversa que tivemos há anos sobre Rimbaud (sim, à vezes também falámos destas coisas). O Vilhas na sua ironia mais que normal dizia: “esse exemplo de moral e bons costumes. Olha é um tipo que nunca bebeu, nem levou uma vida da noite. Não, um exemplo de Cristão…” e lá foi seguindo, juntando como é seu hábito, o soez que tanto o caracteriza. Depois eu provoquei-o (como é costume) chamando-o de Rimbaud da savana, bebendo de cubata em cubata, aos pontapés aos salalés e tropeçando nas morenas quer lhe apareciam à frente, lá no fundo do quintal da casa de Luanda, que ele tão bem já nos descreveu. O Vilhas ria-se e claro, acrescentava interjeições que lhe são tão caras e que neste blog já se ouviram. Por isso aqui vai este soneto do homem das virtudes, pedindo desde já desculpas ao Jony por lhe estar a tirar o lugar de João Villaret deste blog.
L'IDOLE
SONNET DU TROU DU CUL

Obscur et froncé comme un oeillet violet
Il respire, humblement tapi parmi la mousse
Humide encor d'amour qui suit la fuite douce
Des Fesses blanches jusqu'au coeur de son ourlet.

Des filaments pareils à des larmes de lait
Ont pleuré sous le vent cruel qui les repousse,
A travers de petits caillots de marne rousse
Pour s'aller perdre où la pente les appelait.

Mon Rêve s'aboucha souvent à sa ventouse ;
Mon âme, du coït matériel jalouse,
En fit son larmier fauve et son nid de sanglots.

C'est l'olive pâmée, et la flûte câline,
C'est le tube où descend la céleste praline :
Chanaan féminin dans les moiteurs enclos

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