22 outubro 2006

The F word

Domingo. Dia da família. Já o escrevi na semana passada. Pois bem, assumindo a comunidade bloguistica como mais uma parte da minha família vou instituir este dia para apresentação pública de raridades das Vozes, coisas íntimas do quinteto que mais útil seria que nunca fossem mostradas. Coisas que só se partilha com a família (esperando eu que a minha mãe nunca ouça isto).

Há alguns anos recebi num mail um mp3 com uma exposição muito bem feita sobre o uso da F word. A explicação era feita with a very british accent e tinha como fundo musical as Quatro Estações de Vivaldi.
Não temos a cultura literária do Sr. Inglês que falava no uso da F word. Mas também temos a nossa F word. Neste quinteto limitamo-nos a usá-la como verbo, substantivo, adjectivo, advérbio de modo ou de lugar.
Esta verborreia é aliás denunciadora da proveniência deste grupo. Lembro-me de uma noite, já há bastantes anos, em que fomos identificados no Amoreiras acima de tudo pela riqueza linguística. “Do Porto, não é?”. Sim. “São as Vozes da Rádio”. E não é que éramos! Depois foi uma noite animada. Noites como essa foram delicadamente baptizadas pelo Vilhas de “noites das festas do farfalho” (curiosamente também uma F word).
Tudo isto para vos dar a ouvir outra raridade. A nossa construção e ensaio do Postal dos Correios dos nossos amigos Joões (Monge e Gil). Programa do Dia dos Senhores sobre a Família.
As condições não eram as melhores. Três microfones para seis. O Vilhas por ser o baixo ficava só com um. Sobravam dois para cinco. O espaço apertado. Nesta versão o Sérgio Sousa utilizava um megafone e uma lata de Coca-Cola para a sonorização: estava disfarçado de máquina de escrever!
De resto, não são necessárias mais explicações. À falta de capacidade para cantar, para afinar, para estar concentrado lá escapa uma F word. E são muitas vezes. Tantas que nem as contei…

(Uma ressalva importantíssima: de todos, o Miúdo é o único que não usa a F word. Não usa nada aliás. Uma só vez, e no meio de acesa discussão, disse “alfinete de peito” e repetiu “faço mais depressa 10.000 alfinetes de peito…”. A discussão encerrou por ali e saudámos de forma efusiva a libertação linguística do efebo, bem como a predisposição manifestada… em vão. Nunca mais voltou a pronunciar qualquer palavra proibida.)

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