08 outubro 2006

Memórias de Infância

Ontem, o espectáculo dos Ratinhos correu muito bem. Pelo menos, foi o que senti, baseado no que pude ver e ouvir. Os alunos conseguem sempre surpreender em momentos de enorme tensão. Geralmente pela positiva... O auditório estava cheio, as crianças contentes, mais uma vez fez-se a festa da música. Uma bela produção. E para não baixar a fasquia a que os pais se vão habituando, toca a pensar em mais coisas bonitas para se fazer. Então fui procurar pautas esquecidas, pesquisei na Internet por algo que conseguisse motivar tanto como os arranjos divertidos do Mozart… como o Natal se aproxima, seria engraçado montar algo relacionado com a altura, mas é “mais do mesmo” que se costuma fazer… depende também da abordagem que se faça. Enquanto ia pensando, começo a ouvir algo familiar. Tentei seguir o rasto da música que ouvia. Deparei com a minha mãe a fazer o que todas as mães costumam fazer: mostrar o nosso passado à namorada. Desta vez não fiquei muito envergonhado… estava a mostrar um pouco do que eu ouvia quando era “piqueno”. Que saudades de ver e tocar num vinil, já há muito tempo que não tinha esse prazer. E então, o que todos estávamos a ouvir? O JARDIM JALECO!

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Que saudades... de ouvir o guarda Ezequiel, o elefante D. Henrique, a serpente Serafina, o jacaré Casca Grossa (o meu preferido! Ah, fadista!), o hipopótamo Aristocrata, o burro Adalberto, o sapo Baltazar (de todos, foi o que safou melhor, agora tem contrato com a PT), a rã Henriqueta e o Popas, o papagaio! Os meus amiguinhos decidiram visitar-me de novo, no velho gira-discos do papá, e encantaram-me tal e qual como da primeira vez que os ouvi. Dei por mim a pensar que, provavelmente, o Jardim Jaleco foi o propulsor e catalizador da brilhante carreira musical que tenho. Pelos vistos devo essa tremenda façanha ao Carlos Mendes, Joaquim Pessoa e Júlio Isidro pela Autoria, à Maria José Guerra pela narração e ao Pedro Osório pela direcção musical. Mesmo sendo antigo, considero um trabalho actual, muito por "culpa" da qualidade que lhe imprimiram. A fazer ver a muitos cds de música para crianças que por aí se fazem, demonstrando que, apesar de terem acesso a todos os meios de gravação e produção que hoje existem, a qualidade dos mesmo tende a ser duvidosa.
Então, a resposta às minhas preces está em algo que já ouvia há muitos anos atrás. Ainda vou fazer um musical, à custa deste disco. Em memória dos bons velhos tempos! Meninos, preparem-se, vamos ter muito trabalho pela frente…

6 comentários:

Tany disse...

Acho que era uma boa ideia pegares nesse trabalho, que também eu ouvia muito e que foi do melhor que se fez em termos de música infantil... Desculpa lá, mas o elefante d. Henrique era o meu preferido e a voz da "ssssserpente ssssserafina"... Também essas músicas me trouxeram recordações da infância... Também eu adorava ouvir o talentoso Carlos Mendes a fazer as vozes de cada um dos animais e punha-me a imaginar as letras como se os estivesse a ver... É do tipo de música infantil que, infelizmente, já não se faz... Devíamos ter mais artistas assim para o público pequeno... A qualidade era, sem dúvida, muito melhor!!! Realmente deixaste-me com saudades do famoso "Jardim Jaleco" que já não ouvia há anos...

Bjinhos ;)

Anónimo disse...

AH, ENTÃO "AQUILO" ERA O JARDIM JALECO!!! Ah ah ah! Eu recordava-me do nome, mas não associava a música fantástica da Serpente Serafina a esse disco... «Eu sssou a sserpen-te Se-ra-fiii-naaa, gooshto de me dáur com gen-ta-fi-na... ta da da da da da - da da daaa... xyz... da Silva Jibóóóiaaa...»
E havia um Sr. Lagarto (... ta da da e tão farto de se pôr ao soool... «Vou descansar p'ró meu quarto, poroj'já chega já m'sint'má-le... Nhéu qu'nhi-ri-nhéu-nhéu-nhéu knhéu knhéu kneéééuu»... AH AH AH, que mundaço! Eu ando sempre a trautear isto!...

Ora pois! Há que investir nisso! A criançada não tem músicas de referência (há que dar luta à Floribella, coçório à música enlatada, criar novos ícones)!

Bon courage para isso!
Eu compro!
:0)

I.A.

Anónimo disse...

Mas ONDE é que eu arranjo o Jardim Jaleco?... Já fiz pesquisa exaustiva e na net não me safo :(
Tenho de ir "ao baú", ver se encontro o meu queridíssimo original em vinil... "(...)tem um corno ao meio, que bicho tão feio, e até a girafa, também não se safa... Lá vai o leão... Mas que mal-feitão - é aquilo o rei? Devia ser eu a fazer a lei!"
Saudadeeeeeeeeeeeeeeees...

anademar disse...

olha vim aqui para porque andava à procura do Jardim Jaleco. só para dizer que cresci nesse zoológico e que o meu preferido também era o Casca Grossa, se bem o meu gosto também resvalava para o burro Adalberto.
belas recordações. obrigada

Miguel Queiroz disse...

Pois é... E que saudades que eu tenho do Jardim Jaleco!.. Com os meus 12 anos fartei-me de ouvir a cassete de trás p frente e de frent p trás. Agora 27 anos depois, restam-me as memórias... Nunca mais vi a cassete e nada de CD, nem no youtube... Nada!

O que vale é que dizem os meus amigos, a minha memória é como uma caixa negra!

Burro Adalberto:
Era um burro nada burro,
e senhor do seu nariz,
cantava no coliseu, cantava no coliseu...
E também no são Luis!
O ministro de parvónia,
atribui-lhe a medalha.
No final da cerimónia, no final da cerimónia...
Deu-lhe dois fardos de palha!

Serpente Serafina:
...Sou ótima!..

Elefante D. Henrique:
... Açafrão côcos e cravos...
Desbravou os mundos novos.
e tratou os outros povos
como um rebanho de escravos.

Foi ao fundo e foi a a pique,
O elefante D. Henrique.

Guarda Ezequiel:
Gosto daquilo q faço, do tempo q passo com os animais...
Neste jardim pra mim são todos iguais!

Etc... Enfim, memórias avulsas de um trabalho p crianças de qualidade inquestionável e cujas saudades não podem ser "matadas", pela inexistência de edição em CD (pelo menos ao que sei).

Miguel

Anónimo disse...

Meu Deus... que saudades...

Se alguém tiver isto em MP3 por favor carregue!


Tiago F.