18 outubro 2006

Memórias do Monte da Virgem

Certo dia, quando nos dirigiamos para nossas viaturas à saída dos estúdios da Praça da Alegria, depois de mais uma brilhante, senão mesmo memorável actuação, Joca diz no meio da rua que ia fazer um telefonema a uma menina, que eu conhecia, e muito jeitosa por sinal. Joca afasta-se um pouco, e passado um bocado, enquanto metia as tralhas no carro, oiço Joca, virado de costas a perguntar:
-Estás boa?
Como é tradição neste grupo entalarmo-nos uns aos outros, salvo a expressão, gritei logo sem pensar:
-Estás boa??? És boa!!!!!! Ó BOOOOAAA!
Joca vira-se para trás, com uma cara entalada sem dúvida, e aponta. Joca não estava ainda a falar ao telefone, Joca estava a cumprimentar, uma das fantásticas apresentadoras do Portugal no Coração, de seu nome Marta, que eu não tinha reparado que estava a sair de seu carro.
Nessa altura comportei-me como um rato, meti a cabeça no porta bagagens e ali fiquei.
Peço desculpas à visada por tamanha grosseria, mas foi um equívoco. Às vezes, as pessoas sensiveis e bonitas como eu, de tanto conviverem com a escumalha e pessoas menores, têm comportamentos irrefletidos.
Eu não sou assim, e para provar, deixo aqui este belo poema, que poderia ter dedicado à pessoa visada, não tivesse o seu coração dono, e o meu também.


Do inspirador Abílio Da Cunha...



Escreveria
o teu nome num
barco
se soubesse navegar-te
o corpo
E
ser capitão da tua alma

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