30 outubro 2006

Os três porquinhos

A chuva tinha acabado. Anunciava-se bom tempo para o fim-de-semana. Havia logo à partida motivos mais que suficientes para festejar.
Como já tem sido aqui dito este grupo divide-se em: os Homens (também chamado de Núcleo de Agosto ou ainda os Três Porquinhos), um africano e um miúdo. E quem segue para estas tertúlias? Os três bácoros, já se vê.
Fomos à Estação da Cerveja, ali mesmo perto da Avenida da Boavista. Já estávamos para ir lá há muito tempo, mas fomos adiando a estreia. Antes ainda passámos pelo Portobeer saudando o nosso amigo simpático que tão bem nos tem tratado. “Hoje vamos experimentar outros”, gritou o Jony do outro lado da Avenida para o amigo.
Chegados lá, somos atendidos por uma senhora… peculiar. Já nos seus 50 mascava uma pastilha, como quem rilha um rojão. O maxilar inferior por pouco não roçava nas ancas da dita senhora, ou batia na mesa onde nos sentámos. Senti-me constrangido. Pedimos a lista das cervejas e lá estavam mais de 100 títulos, qual lista de dvd’s piratas que o empregado de escritório comercializa entre colegas. Com capa a cores e tudo. Eu e o Tomi escolhemos pela coluna da direita: 11º pareceu-nos bem. O Jony ficou-se por uns tímidos 9º. Veio o néctar trapista da Bélgica, de sua graça KasteelBier. Viscoso, escuro. No primeiro trago veio-me à memória um antitússico da infância: Fluidin! Tal e qual. A textura viscosa na língua, o travo dulcíssimo da última golada, a cor. Eu já tinha bebido aquilo antes da minha primeira comunhão! O Tomi ria-se e eu também mas, perseverantes, fomos até ao fim. Mais que perseverantes, reincidentes e estúpidos, avançamos para a segunda toma do fármaco disfarçado de cerveja. Como diz o meu progenitor, repetindo uma frase que aprendeu lá no seu alto Xingu natal, “pancada grande é que mata a cobra!”.
Saímos. Dormentes, pareceu-me. À bica da Avenida da Boavista lá estava a loja de decoração de interiores do nosso amigo arquitecto José António Andrade. Era uma da manhã e ele ainda decorava. Fomos cumprimentá-lo, como mandam as regras da boa educação, e mantivemos um diálogo interessante. Lembro-me de falarmos das águas do Dubai a 37º. Mais valia mergulhar numa canja de galinha virgem!
Seguimos e passámos em frente ao Portobeer. E um pica-pau agora, que tal? Com cerveja normal é claro, nada que tenha de passar antes pelo controlo da apifarma!
E assim acabámos. Atracámos em Porto conhecido e seguro, saciando o apetite e voltando aos sabores tradicionais do malte. Ainda bem! Depois daquela cerveja trapista, muito se explica sobre os hábitos dos belgas…

2 comentários:

Anónimo disse...

Ainda na cerveja belga, prá proxima experimentem, se houver disponivel...

Orval
Leffe(muito forte)
Jupiler(bebe-se muito bem)
Kriek com sabor a cereja ou pessego (na Belgica esta é a cerveja de eleiçao das miudas, porque é doce,embora a minha preferida fosse a Jupiler)

Joca disse...

Meu amigo, a Orval e a Kriek já fazem parte do curriculum. Sabor a cereja ou pessego é coisa que não de diz muito, quando se trata de cerveja... Vou na peugada da Leff e da Jupiler.
Obrigado pela dica!