22 setembro 2006

A cobra come e bebe... também muito bem

Todos aqueles que lêem o Jornal de Letras, Artes e Ideias, a Revista Ler, sabem quem é o Prof. Eduardo Lourenço ou até já compraram o público para ler o Prof. Eduardo Prado Coelho devem saltar este escrito e centrar a atenção no anterior (a cobra assobia… e bem). Este é para todos os que gostam de passar os olhos pela Caras, pela Vip ou Flash, passam religiosamente férias no Algarve, já foram à casa do Castelo ou acham que diáspora é uma pedra preciosa.
Terminado o espectáculo a populaça começou a juntar-se às portas do Jardim de Inverno. Populaça não! Estava a nata das artes cénicas e musicais. Estavam igualmente pessoas.
O primeiro encontro foi com a nossa querida Ana Bola com quem trabalhámos por alturas da Débora. O que conversamos será agora transcrito.
.......................................................................................................
.......................................................................................................


Desta forma salvo a minha pele das pragas que a Sodona Bola me rogou e que teriam efeito se escrevesse tudo o que falámos. Nem a foto com os seus meninos tirou. Mas salva-se a imagem colocando aqui a do enormíssimo Zé Nabo que ainda para mais fazia anos ontem e é como se sabe o senhor que aquece os pés da Dona Ana.
Entrámos no salão. Os encontros foram imediatos e de vários graus. Os colegas e amigos andavam por lá: o Veloso, o Gil, o Represas, o Camané, o Palma, o Vitorino, o Sérgio, o José Martins, a Amélia Muge, o Carlos Martins, o Tê. Das outras artes andavam actores como o Miguel Guilherme, a Graça Lobo, aquele moço que é pasteleiro em Belém e que deve ter um problema capilar grave ou um eczema de pele porque nunca tira a boina. E mais, muito mais, como aquele comentador de futebol que também faz uns filmes. A Aida Tavares, pessoa que muito estimamos. As lindas famílias do Manel e do Monge. A Paula e o Jorge. Estava lá tudo à conversa, a beberricar e a mastigar porque a fome àquela hora apertava e muito. Também andava a imprensa de várias cores. Ficam-me as cores da Ana Rita, conterrânea que esteve nesse marco da televisão que se chamou NTV e que agora se mudou para a SIC. Infelizmente não trocámos ideias. Fomos sempre acompanhados de perto pelo Rui Santos, falando de música, tecendo comentários e acima de tudo, tentando ficar-lhe com o programa. Nós somos jovens necessitados e não comprámos programas. Estávamos quase a cair em tentação mas acabámos por lhe confessar. Ele, bondoso, ficou de tirar fotocópias lá na rádio e mandar por correio.
Aqui Joca e Jony dividem a pelicula com Manuel Paulo e João Monge, os pais da cobra.

Aqui está João Monge, alentejano e boa pessoa, apesar de por vezes ser visto com más-companhias. Como aqui, que tenta em vão ser fotografado a fumar com Joca perante o sinal de proibição que se encontra atrás pouco visivel... Nem chega a ser uma provocação. É só uma idiotice

À meia-noite o telefone retine. Pensei que pela hora poderia ser a Cinderela, mas ela anda longe daqui. Era o Maestro Cesário Costa que tinha acabado a récita das Bodas de Fígaro mesmo ali ao lado no Trindade e juntou-se aos amigos do Porto. Fez ele muito bem. Era quase uma e resolvemos sair já com o estômago forradinho e com o bafo de Baco a aquecer-nos. Despedimo-nos e saímos com destino marcado: a casa do Nuno, nosso técnico de som e que foi persuadido a dar-nos guarida. Mas ao despedirmo-nos do nosso querido Maestro, não resistimos e fomos agasalhar com ele um bifinho na Trindade. No fim, tolos, ainda fomos passear para o bairro alto.

Ora cá está o bife devidamente montado por um ovo. O Cesário preferiu o bacalhau que tinha bom aspecto. Esqueci-me de lhe perguntar se estava bom... mas ele não fez má cara.


Já tarde fomos ter com o Nuno. Deu-nos cama, toalhas para o banho, uma gata e ainda uma experiência única: ouvir os sinos da Igreja da Penha de França às 8 da manhã. Fica a atenção do Sr. Prior: um dos sinos está desafinado meio-tom. O grave é que essa desafinação faz com que se crie uma quarta aumentada com a tónica. Este intervalo era chamado de “Diabulus in musicae” na Idade Média e soa muito mal no hino de Fátima que o Sr. Prior nos deu o prazer de ouvir. De certeza que estas coisas não são agradáveis aos ouvidos do Senhor. Quanto mais aos meus.



1 comentário:

Aldina Duarte disse...

Obrigada pela crónica da estreia do espectáculo que conto ir ver brevemente. Não porque goste de musicais, mas porque gosto muito do CD Assobio da Cobra, que considero um dos melhores retratos musicais das mais belas famílias de cantores portugueses, da qual as Vozes da Rádio e outros tantos cantores que muito admiro fazem parte! Parabéns aos pais do Assobio da Cobra... por tudo!