13 setembro 2006

Vícios de Verão

As primeiras chuvas de Setembro fazem pensar nos dias cinzentos que se aproximam e que só desaguam pelo Natal. O recomeço das aulas, os dias mais curtos, o guardar das t-shirts... Enfim, tudo se aguenta e pensando bem, um eterno Verão podia ser uma chatice. Pelo menos mentalizo-me assim.
Isto tudo é um preâmbulo a qualquer coisa que ainda nem sei bem o quê. Estou como aqueles computadores da Segurança Social que quando vamos lá, estão sempre em baixo. "Estou sem sistema. Tenho que reiniciar o computador", é o clássico destas situações. "Estou sem paciencia e um dia destes vou reiniciar para a Austrália", é o que me apetece dizer às senhoras e senhores que soltam a desculpa do sistema. Ainda assim tenho algum sistema para vos dizer que com o fim do Verão devo dar por concluído o meu vício sazonal.
Todos os verões invento algo novo. Este Verão viciei-me em águas com gás, daquelas com paladar. Já as bebia há muito, lembro-me até que as primeiras que bebi eram de pêssego, alemãs e intragáveis, mas foi este Verão que caí no buraco e consumi desenfreadamente Frize, Pedras, Vidago e outras que já nem me lembro, mas que fiz questão em experimentar. O que é que aquilo tem de especial? Não faço ideia. Na verdade, nem sequer sei se gosto muito. Provavelmente alguma substância que me levou a criar uma dependência enorme dos sabores a limão, morango e hortelã-melão. Foi um consumir compulsivo depois das refeições e nas “noites dentro”, das garrafinhas de 25ml (porque será que não fazem boiões de 2 litros como a Coca-Cola? A mim dava-me mais jeito. Ia menos vezes ao frigorifico…). Enquanto estou a escrever, escorropicho uma de limão.
Isto faz-me pensar nos outros anos. Quase que os podia dividir pelos vícios que fui tendo sempre e apenas no Verão: o ano dos iogurtes líquidos, o ano da água tónica, o ano do panachê e do tango. Estes vícios têm também variantes alimentares: o ano dos cachorros quentes, o ano das pizzas do Lidl (hoje não aguento nem o cheiro), o ano de um gelado sandwich da olá que tinha um urso no pacote (não me lembro do nome). E tantos outros...
Estes são vícios sazonais, típicos de férias. Outros são eternos, não são simples amores de verão. A francesinha, por exemplo. Confesso que gostava de perceber este fenómeno para enfrentar o próximo Verão e consequente vício de uma forma mais preparada.
Felizmente este negro período das águas com gás está a terminar. Dentro de duas semanas já nem me lembro. Sei que a Unicer e a Compal vão tremer, mas hão-de com certeza sobreviver.

1 comentário:

Anónimo disse...

Sou como tu...
tambem tenho esses vicios sazonais...
De Verão são os gelados, o Maxibom da Nestlé em especial já me fez andar Kms.
Agora Frncesinhas essas até me cresce água na boca, devora-las-ia o ano inteiro, pena que, que eu saiba, em Lisboa ainda não se fazem em condições.
Gostei do blog, aguardo visita ao meu.

Isabel